“A Mulher que Queria Ser Micheliny Verunschk” reestreia dia 5 de abril, em Porto Alegre


Sandra Possani vive Micheliny Verunschk — foto: Vilmar Carvalho

Solo da atriz Sandra Possani, A Mulher que Queria ser Micheliny Verunschk retorna ao Estúdio Stravaganza, em Porto Alegre, de 5 a 14 de abril com sessões de sextas a domingos, às 20h. Dirigida por Adriane Mottola, a montagem é baseada no romance do pernambucano Wilson Freire, que assistirá ao espetáculo na primeira apresentação da temporada e participará de um bate-papo com o público. Cada exibição é restrita a apenas 35 espectadores.

A personagem Micheliny traz ares marítimos de uma mulher que, desde pequena, só conhece a dor. Quando adolescente, foi apresentada ao sexo de jeito forçado. Crescida, quis ser escritora. Achava que “as pessoas aprendiam a ler olhando as letras, as palavras dos livros e elas pulavam para dentro dos olhos e saíam pela boca” — ela diz, deixando escapar a ingenuidade de uma garota educada num ambiente masculino, em zona portuária.

A protagonista sai pouco do aquário em que vive. Mantém contato com o mundo pelos homens que passam pela vida dela. Mas eles logo se vão, em navios. Ela é um “porto sem cais”. Vê a vida passar e sumir no mar, em constante imobilidade. No entanto, tem uma imaginação gigante: gosta de garatujar letras, cascavilhar ideias, chafurdar frases à procura da inspiração para contar a própria história.

É uma mulher sem um nome à altura de uma enorme tarefa. Qual seria o pseudônimo dessa escritora? Que mulher você é? Qual a roupa que te veste? Que mulher você gostaria de ser? Essas são algumas das perguntas que tensionam o romance e, consequentemente, a encenação. Wilson Freire define por nome a roupa que nos dão, vestimos ou rasgamos. A protagonista não aceita o próprio nome, a roupa que lhe deram, quer subverter o destino anunciado para ela, reescrever a própria biografia. Num mundo que a imobiliza, ela quer ser. Vai lutar para achar o próprio espaço, é uma alma buscadora.

Um espetáculo em que está presente a condição feminina como a percebemos: um espaço violentado, colonizado, como esta pátria nossa, estuprada e corrompida desde o descobrimento da nação.

A Mulher que Queria ser Micheliny Verunschk tem Fernando Kike Barbosa, Adriane Mottola, Angela Spiazzi (também diretora de movimento e assistente de direção) e Sandra Possani como dramaturgistas, cenário de Rodrigo Shalako, figurino de Liane Venturella, iluminação e videografia de Ricardo Vivian, cena sonora de Álvaro Rosacosta (música El Tiempo Teje Historias — de Álvaro — com arranjo, violões e charango de Beto Chedid, voz de Simone Rasslan e edição e percussão também de Álvaro), maquiagem de Miriã Possani, design de identidade visual de Pingo Alabarse, redes sociais de Duda Cardoso e Vitor Stiff como estagiário de iluminação. A realização é da Cia. Stravaganza e a produção, da Amora Produções Culturais.

O financiamento é do PRÓ-CULTURA RS FAC, aprovado no Edital SEDAC n° 16/2021/FAC das Artes de Espetáculo.

>> O AUTOR ESTARÁ NA PLATEIA

Wilson Freire acompanhará as apresentações no primeiro final de semana da temporada e participará de um bate-papo com os espectadores no dia 6, sexta-feira. Nascido em São José do Egito em 1959, ele mora em Recife desde 1976. Médico, produtor cultural, poeta, cordelista, roteirista, cineasta e compositor, o autor é um nome bastante conhecido no cenário cultural de Pernambuco. Na capital do estado, começou a militância artística junto ao Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco (MEIPE) participando de encontros e recitais. Além de A Mulher que Queria Ser Micheliny Verunschk, publicou Porque mãe Morena?, Os Martelos Agalopados e A Única Voz. Realizou os filmes A Pernalonga da História (Menção Honrosa Festival de Vídeo do Recife, em 2005), Dor: Expressão e Superação (também em 2005), Miró: Preto, Pobre, Poeta e Periférico (vencedor da Mostra Pernambucana de Vídeos do Cine PE, em 2008), Feliciano Espera a Última Sessão (vencedor do Prêmio de Melhor Direção de Arte do 1° Festival de Vídeo de Cascavel — PR) e PS: Solo Pernambucano, documentário feito em dupla com Leandro Godinho sobre a trajetória do escritor Marcelino Freire.

Montagem é baseada no romance homônimo de Wilson Freire — foto: Vilmar Carvalho

>> SERVIÇO:

QUANDO: 05 a 14/04, sextas-feiras a domingos, às 20h. O bar do Estúdio Stravaganza abre às 19h.

ONDE: Estúdio Stravaganza (Rua Dr. Olinto de Oliveira, 68 — Bairro Santana, Porto Alegre)

QUANTO: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia-entrada)

INGRESSOS ON-LINE: https://www.sympla.com.br/evento/a-mulher-que-queria-ser-micheliny-verunschk/2378933

LOTAÇÃO: 35 pessoas por sessão

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