Um encontro para celebrar a vida de Sérgio Etchichury


Sérgio Etchichury em "Macbeth", em 2004 — crédito: Alex Ramirez

A classe teatral gaúcha vai ser reunir para reverenciar um dos maiores talentos que já nasceram no Rio Grande do Sul: o ator e diretor Sérgio Etchichury.

O encontro será neste domingo, 30 de julho, a partir das 17h30min, na Zona Cultural (Avenida Alberto Bins, 900 — Centro Histórico de Porto Alegre), que terá as paredes decoradas com fotos do artista e irá tocar as músicas preferidas dele.

— A ideia é nos reunirmos para celebrar a vida do Serginho. Vamos propor que cada um conte uma lembrança, uma memória compartilhada com ele. Após essa roda, vamos nos abraçar como um ritual para fazer essa passagem, essa despedida que é muito importante. É uma história marcada por muitas amizades. Vai ser um momento para celebrar a amizade, o amor e a vida — explica a diretora Patrícia Fagundes.

A ator faleceu no dia 20 de julho em Berlim, na Alemanha. Ele sofreu uma dissecção da aorta, uma artéria do coração.

>O ARTISTA:

Sergio Etchichury morava na Alemanha desde 2009, onde desenvolvia um trabalho voltado ao engajamento social, abordando questões como imigração, racismo e diversidade de gênero. 

No dia anterior ao infarto, ele ainda participou do ensaio de Einreisepass für Kunst (Um Passaporte para a Arte), que estava dirigindo. A produção reúne onze artistas imigrantes de diversos estados do Brasil e que vivem na Alemanha. A montagem aborda a imigração a partir de uma perspectiva queer. Em junho deste ano, também codirigiu com Mirah Laline a peça infantil Die magische Schatzsuche (A Mágica Caça ao Tesouro), um projeto com crianças refugiadas.

Natural de Santana do Livramento, o artista se mudou para Porto Alegre aos 18 anos. Na capital, atuou em diversos grupos teatrais gaúchos, como Terreira da TriboCia. Stravaganza, Cia. Rústica e Terreira da Tribo. Em 1998, conquistou o Prêmio Açorianos de melhor ator por Boca de Ouro, montagem para o texto de Nelson Rodrigues dirigida por Roberto Oliveira. 

O ator tinha 62 anos e deixa o marido, Loivo de Castro, e muitos amigos no Brasil e na Alemanha.

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