Um show literário com as obras de Mario Pirata, Júlio Zanotta e Jorge Rein dá a largada em um selo novo que será inaugurado dia 27 de agosto. O evento “Para assassinar a literatura”marca o lançamento do selo Scriptorium de investigação para o assassinato da literatura.
Ventonaveia, de Mario Pirata; A ninfa dragão, de Júlio Zanotta; e The quick brown fox jumps over the lazy dog (a veloz raposa castanha salta por cima do cachorro lerdo), de Jorge Rein, são diferentes na concepção, no gênero, no estilo e na intenção. Mas as três obras que serão lançadas pelo novíssimo e debochado selo Scriptorium de Investigação para o Assassinato da Literatura têm em comum o trânsito pelos territórios marginais da escrita, distantes dos cânones, das academias e das bulas literárias. E é justamente por isso que para este lançamento, intitulado Para assassinar a literatura, foi escolhido o espaço do Café Fon Fon que abrigará um show literário com fragmentos das obras dos três autores e seus respectivos livros e ainda uma jazz session com Luizinho Santos e Béthy Krieger, dia 27 de agosto, às 20h.
Jorge Rein nasceu em Montevidéu e reside em Porto Alegre desde 1971. É contista, dramaturgo e tradutor. Em 1986 publicou pela editora Tchê! sua primeira experiência em língua portuguesa, o livro-objeto “&”, ilustrado pela gravadora Anico Herskovits. Quase trinta anos mais tarde, a mesma parceria foi retomada, ainda que com os papéis trocados, em outro livro-objeto, Cidade Imaginária, obra na qual os textos de Rein ilustram as gravuras de Anico. Teve contos publicados em diversas coletâneas, antologias e revistas literárias do Brasil, Uruguai e México. Nos últimos anos, mesmo não tendo abandonado o conto e cometendo esporadicamente algum poema, vem se dedicando preferencialmente à dramaturgia, modalidade na qual já conquistou premiações em concursos no Brasil (IBAC / FUNARTE), Venezuela (ITI-UNESCO) e Uruguai (EL GALPÓN).
Júlio Zanotta é escritor e dramaturgo. Autor de “Louco” (Ed. Ao Pé da Letra), “Teatro Lixo” (Ed. Mercado Aberto), “Milkshakespeare” (Premio Funarte de Dramaturgia) e “O Apocalipse Segundo Santo Ernesto de la Higuera” (Ed. Palmarinca).
Mario Pirata retorna à poesia para adultos com esta obra, depois de publicar para crianças e jovens durante alguns anos.Ventonaveia é o seu 4º livro para adultos e o 17º de sua bibliografia.
Sobre as obras
The quick brown fox jumps over the lazy dog (a veloz raposa castanha salta por cima do cachorro lerdo) é uma espécie de fábula amoral (não imoral). Trata-se de uma narrativa segmentada, que não se submete a um padrão tradicional de linearidade. Seus capítulos podem ser comparados às peças embaralhadas de um mosaico. É na interação com o leitor que os fragmentos se encaixam e se revela um desenho final, talvez nem sempre o mesmo, porque qualquer leitura é uma nova escrita e toda escrita é uma experiência individual. O título escolhido, além de ser uma referência direta à trama, aproveita aquele que é, provavelmente, o mais conhecido dos pangramas (frases que utilizam a totalidade das letras do alfabeto). Não há história que não possa ser contada através de uma combinação dos elementos do pangrama.
A Ninfa Dragão, ilustrado por Pena Cabreira, é uma novela de metaficçãocientífica, alegoria de um futuro fantástico visto com ironia. A linguagem utiliza expressões científicas sem levar em conta, necessariamente, o seu significado. O texto foi escrito eliminando sinais gramaticais, pontos ou vírgulas. Um sinal gráfico separa os períodos sintáticos. Norton, um extraterrestre minúsculo, cruza o universo numa viagem sem precedentes. Penetra na atmosfera da Terra e é enviado para o Instituto Jacutinga, um centro científico de reputação internacional. Norton é submetido a todo tipo de experiências bizarras pelo Dr. Kirihara, ancião rejuvenescido que replicou vários artistas famosos do passado. O Dr. Kirihara criou em laboratório a Ninfa Dragão, uma maravilha genética. Mas alguma coisa deu errada. A Ninfa Dragão nasceu gigante, com duas bocas, dois narizes e um olho. Os seios estão no lugar certo, mas a vagina saiu onde estava o umbigo. Um pênis surgiu no peito e parece uma gravata. Norton penetra na Ninfa Dragão para encontrar o código secreto que fará com que ela recupere sua forma original. Uma versão para teatro deste texto, dirigida por João de Ricardo, foi apresentada na Semana Zanotta, que, em agosto de 2013, apresentou nove noites de leituras de textos dramáticos inéditos de Júlio Zanotta dirigidos por diretores da cena porto-alegrense, numa promoção da Coordenação de Arte Cênicas da Prefeitura de Porto Alegre. Estão sendo desenvolvidas três outras versões de A Ninfa Dragão. Para quadrinhos, para animação e para game.
Ventonaveia reúne 101 poemas inéditos. Inicia justificando o título e encerra com um epitáfio. É um livro aberto, com o recheio exposto ao visitante, propondo-lhe a aventura de degustá-lo e deixar-se ficar um bom tempo entre as páginas.Ventonaveia é a cara do autor, ou então as suas máscaras. No melhor dos sentidos, Mario Pirata é um artista de feira. Faz versos malabares, retira e joga aos ares os lenços coloridos dos poemas. O verbo para aquecer o inverno da plateia. Agita seu pandeiro e seus chocalhos para marcar o ritmo que exige cada letra, convidando a dançar, celebrar a poesia e arrastar o povo nessa festa. Ventonaveia sopra, despenteando as perucas.
PARA ASSASSINAR A LITERATURA
Dia 27 de agosto, 20h
Café Fon Fon – Rua Vieira de Castro, 22
Entrada franca
Os livros terão o preço promocional de lançamento de R$ 20,00 cada um e será oferecido um pacote com os três ao preço de RS 50,00. Posteriormente, estarão à venda na rede eletrônica e livrarias.
Fonte: bebê baumgarten/bddivulgação
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.