Caetano Veloso traz “Abraçaço” no theatro Guarany em Pelotas


Caetano Veloso, um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira (MPB), faz show em Pelotas a partir das 21h da quarta-feira (16 de julho) no theatro Guarany. Nome no show significa um abraço abrangente e múltiplo.

Caetano Veloso no Theatro Guarany em Pelotas
Data: 16/07/2014 – 21h
Horário de abertura: 20:00h
Horário de início: 21:00h
Classificação – Livre
www.caetanoveloso.com.br

Theatro Guarany (Rua Lobo da Costa, 849)

INGRESSOS:
Platéia Gold (Inteira) – 1° Lote: R$ 240,00
Platéia Gold (Diário Popular) – 1° Lote: R$ 144,00

Platéia Alta (Inteira) – 1° Lote: R$ 160,00
Platéia Alta (Meia-entrada) – 1° Lote: R$ 80,00
Platéia Alta (Diário Popular) – 1° Lote: R$ 96,00

Platéia Central (Inteira) – 1° Lote: R$ 200,00
Platéia Central (Meia-entrada) – 1° Lote: R$ 100,00
Platéia Central (Diário Popular) – 1° Lote: R$ 120,00

Camarote (Primeira Ordem) – 1° Lote: R$ 700,00
Camarote (Segunda Ordem) – 1° Lote: R$ 500,00

Venda Online: http://www.blueticket.com.br/10882/Caetano-Veloso-Quinta-feira,-21:00h-Pelotas-RS/?obj=busca

FORMAS DE RETIRADA DOS INGRESSOS:
Para este evento, a retirada será exclusivamente no local do evento.
Retirada Presencial na Bilheteria do Local do Evento

“Abraçaço” foi um disco que me surpreendeu e intrigou. Recebo com alegria as reações positivas que ele provoca mas sigo pensando que não o conheço direito. Ou não o entendo. Quando fizemos o show de lançamento, no Circo Voador, a intimidade da platéia com as novas canções me comoveu. Eu próprio não sabia quase nada de seus possíveis encantos. Mas há coisas claras. A naturalidade com que Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado tratam as canções é perceptível mesmo para mim. A bandaCê. Nossa colaboração foi miraculosamente direta desde o “Cê”. Mas, com o tempo, tudo o que era entendido e realizado passou a ser produzido de modo tão orgânico que o que se capta é só a beleza, nunca as intenções. Sempre gostei de “A bossa nova é foda”, mas aprendi a gostar de “Quero ser justo” e de “Quando o galo cantou” – e de “Um abraçaço”! – depois que os três caras as traduziram para mim. Suponho que eles gostavam mais de todas essas do que eu.

Mais importante: Moreno gostava mais de tudo o que estávamos fazendo do que eu conseguiria. É a certeza dele que, tendo feito do disco algo auto-afirmado, responde pela limpidez do som que se pode ouvir nas gravações ao vivo que estão no DVD e no CD que saem agora. Perto de Vavá Furquim na análise da acústica do Vivo Rio (onde fizemos as apresentações que foram gravadas) e de Daniel Carvalho nas mesas de captação, mixagem e masterização dos sons, Moreno fez do “Multishow Ao Vivo – CaetanoVeloso – Abraçaço” um trabalho relevante.

Mágica foi a chegada de Hélio Eichbauer. Eu o tinha convidado para fazer a capa de um caderninho em que eu leria a letra de “Alexandre”. Ele veio ao ensaio e, aceitando que tivéssemos apenas um fundo preto (mas dizendo que há pretos e pretos), fez a capa do caderno (que afinal saiu de cena, já que deixei de cantar”Alexandre”, canção que adoro, pois não gosto de cantar lendo) e um pano de fundo composto de diferentes texturas e graus de transparência, chegando à lembrança de que o “Quadrado negro” de Malevich completava 100 anos em 2013 – e pediu a Igor Perseke para fazer reproduções, não só do “Quadrado negro”, mas também dos outros três quadros mais radicais do pintor russo, pontilhando o palco com quatro cavaletes. A luz, planejada por Hélio e Gabriel Farinon, seguiu as sugestões visuais dos pretos e dos quadros e as sugestões sonoras e poéticas das canções. A combinação de tudo isso foi captada com cuidado e energia por Paulinha Lavigne e Fernando Young.

Para celebrar o fato de termos conseguido registrar tão bem o show (que, apesar de minha ignorância do sentido central do CD “Abraçaço”, sempre nos deu alegria e comoção), vamos fazer apresentações especiais. De certa forma, o lançamento do DVD e do CD ao vivo também celebra as premiações do Grammy Latino obtidas pelo CD feito em estúdio. O fato de a inventiva e elegante capa criada por Quinta-Feira e Fernando Young ter recebido prêmio de melhor projeto gráfico (além de o refinamento sonoro com que a bandaCê, Daniel e Moreno enriqueceram meu enigmático trabalho de composição) me encheu de alegria, tanto que a parceria com a dupla é repetida na capa deste novo trabalho. Com o passar do tempo e com as revelações feitas por esses companheiros todos (e pelas plateias), canções como “Quando o galo cantou”, “Quero ser justo” e “Estou triste” passaram a me parecer amáveis. Tenho muito orgulho de conseguir atenção e respeito por “Um comunista”, música que dura 10 minutos e tem na letra certas dicções meio didáticas algo irregulares. Acho que muita gente pode gostar de ver e ouvir o que foi gravado num Vivo Rio lotado e participante. Sinto algum prazer em ter esse objeto para exibir.