QUANDO: De 02 a 12/03 (não haverá sessões na segunda-feira, 06/03)
ONDE: Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085 – Centro Histórico, Porto Alegre)
QUANTO: Entrada franca em filmes selecionados ou R$ 10,00 nos demais filmes. A bilheteria abre às 14h30min nos dias de exibições, pagamento somente em dinheiro ou pix.
De 2 a 12 de março, a Cinemateca Capitólio, em Porto Alegre, vai celebrar as delícias e as dores da festa mais popular do país com a mostra Recordar é Viver! Histórias de Carnavais. A programação irá apresentar uma seleção especial de filmes carnavalescos realizados entre as décadas de 1920 e 2010 no Brasil e no exterior. Dez títulos serão exibidos com entrada franca e os demais terão ingressos populares (R$ 10,00).
Na abertura, haverá a exibição de Orfeu do Carnaval (1959), do francês Marcel Camus, inspirado no texto teatral Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes. A sessão do grande clássico vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro e protagonizado pelo ator porto-alegrense Breno Mello será apresentada pelo diretor e roteirista Alexandre Derlan. Mais duas produções do Rio Grande do Sul ganham sessões na mostra: Errante – Um Filme de Encontros, de Gustavo Spolidoro, e Harmonia, de Jaime Lerner.
Uma edição especial do Projeto Raros vai projetar dois filmes dirigidos por Vera de Figueiredo: Artesanato do Samba (co-dirigido por Zózimo Bulbul) e Samba da Criação do Mundo, inspirado no enredo que a Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis elaborou para o desfile de 1978. O público poderá assistir ainda a grandes ficções carnavalescas de realizadores como Nelson Pereira dos Santos, Julio Bressane, Walter Lima Jr., Fernando Coni Campos, Watson Macedo e José Carlos Burle. Um dos principais destaques é Quando O Carnaval Chegar (1972), de Cacá Diegues, que tem no elenco Chico Buarque, Nara Leão, Maria Bethânia, Hugo Carvana, Elke Maravilha, Odete Lara, Antônio Pitanga e José Lewgoy.
Haverá um panorama de documentários: O Que Foi o Carnaval de 1920!, de Alberto Botelho, Carnaval de Rua de Porto Alegre, produzido pela Wilken Filmes, Carnaval do Rio de Janeiro, do chileno Aldo Francia, Nossa Escola de Samba, de Manuel Horácio Gimenez, e Arrasta a Bandeira Colorida, de Luna Akalay e Aloysio Raulino.
As célebres festas de Sevilla e Veneza também estarão na tela em duas obras-primas:Mulher Satânica, de Josef von Sternberg, protagonizado por Marlene Dietrich, e Casanova de Fellini, de Federico Fellini. A mostra tem o apoio do Centro Técnico Audiovisual, da Cinemateca Nacional de Chile, do Canal Thomaz Farkas e da Versátil Filmes.
>> PROGRAMAÇÃO:
> 02/03, quinta-feira:
19h30min – Orfeu do Carnaval
> 03/03, sexta-feira:
15h (exibição gratuita) – A Baronesa Transviada
17h (exibição gratuita) – Carnaval Atlântida
19h30min (exibição gratuita) – Projeto Raros: Artesanato do Samba + Samba da Criação do Mundo
> 04/03, sábado:
19h – Ladrões de Cinema
> 05/03, domingo:
17h – Quando o Carnaval Chegar
19h (exibição gratuita) – O Gigante da América
> 07/03, terça-feira:
17h – Mulher Satânica
19h – Casanova de Fellini
> 08/03, quarta-feira:
19h – Carnaval de Rua de Porto Alegre + Errante – Um Filme de Encontros + debate
> 09/03, quinta-feira:
17h – Orfeu do Carnaval
19h (exibição gratuita) – A Baronesa Transviada
> 10/03, sexta-feira:
15h – Mulher Satânica
16h30min – Casanova de Fellini
19h30min (exibição gratuita) – Carnaval do Rio de Janeiro + A Lira do Delírio
> 11/03, sábado:
17h (exibição gratuita) – Carnaval Atlântida
19h – Rio, Zona Norte
> 12/03, domingo:
16h30min (exibição gratuita) – O Que Foi o Carnaval de 1920! + Nossa Escola de Samba + Arrasta a Bandeira Colorida
18h – Harmonia + debate
>> FILMES:
> Orfeu do Carnaval
(Orphée Noir)
França, 105 minutos, 1959.
Direção: Marcel Camus
No Carnaval, Orfeu (Breno Mello), condutor de bonde e sambista do morro, se apaixona por Eurídice (Marpessa Dawn), uma jovem do interior que vem para o Rio de Janeiro fugindo de um estranho fantasiado de Morte (Ademar da Silva). O belo amor de Orfeu por Eurídice, no entanto, desperta a ira da ex-noiva do galã, Mira (Lourdes de Oliveira) e a Morte acompanha tudo de perto.
> A Baronesa Transviada
Brasil, 1957, 100 minutos.
Direção: Watson Macedo
Exibição gratuita.
Uma manicure (Dercy Gonçalves) herda uma fortuna que lhe permitirá realizar o seu sonho de se tornar uma grande estrela cinematográfica, realizando um filme carnavalesco que a consagrará como grande intérprete.
> Carnaval Atlântida
Brasil, 92 minutos, 1952.
Direção: José Carlos Burle
Exibição gratuita.
Xenofontes (Oscarito), um sisudo professor de mitologia grega, é contratado pelo produtor Cecílio B. de Milho (Renato Restier) como consultor da adaptação do clássico “Helena de Tróia” para o cinema. Dois malandros, Piro (Colé) e Miro (Grande Otelo), são admitidos como faxineiros do estúdio e sonham em transformar o épico numa comédia carnavalesca.
> Artesanato do Samba
Brasil, 10 minutos, 1974.
Direção: Zózimo Bulbul e Vera de Figueiredo
Exibição gratuita.
Brilho, confetes e lantejoulas, luxo e tropicalismo. Enquanto as escolas de samba ensaiam nas quadras, mãos ágeis dão forma e os últimos retoques às fantasias, adornos e adereços.
> Samba da Criação do Mundo
Brasil, 1979, 83 minutos.
Direção: Vera de Figueiredo
Exibição gratuita.
Princesas africanas narram, no desfile de Carnaval da Beija-Flor, a criação do mundo na visão Nagô.
> Ladrões de Cinema
Brasil, 1977, 127 minutos.
Direção: Fernando Coni Campos
Durante o Carnaval, no Rio de Janeiro, uma equipe de cineastas norte-americanos tem seu material de filmagem roubado no bloco que eles estavam documentando. Os ladrões, do morro do Pavãozinho, resolvem eles mesmos fazer um filme, tendo a Inconfidência Mineira como tema.
> Quando o Carnaval Chegar
Brasil, 103 minutos, 1972.
Direção: Cacá Diegues
Cinco artistas de uma trupe viajam pelo Brasil num ônibus colorido. Paulo, Mimi, Rosa, Lourival e Cuíca levam a vida a cantar, fazendo a festa onde estiverem. São unidos como uma família, mas, nos bastidores, uma crise pode os separar. No elenco, Chico Buarque, Nara Leão, Maria Bethânia, Hugo Carvana, Elke Maravilha, Odete Lara, Antônio Pitanga e José Lewgoy.
> O Gigante da América
Brasil, 1979, 95 minutos.
Direção: Julio Bressane
Exibição gratuita.
A trajetória da alma de um caboclo pelo inferno, purgatório e paraíso. Nesse périplo ancestral pela América cuja rota supõe ter sido indicada pelo poeta Dante, a alma encontra alguns fantasmas de figuras notáveis do Novo Continente, fazendo e ouvindo discursos memoráveis, entretanto, reflexivos, sobre colonização e existência.
> Mulher Satânica
(The Devil is a Woman)
EUA, 79 minutos, 1935.
Direção: Josef von Sternberg
Durante a semana de Carnaval no sul da Espanha, o jovem militar Antônio Galván (César Romero) conhece a sedutora Concha Perez (Marlene Dietrich). Não demora muito para que ele fique completamente enfeitiçado pelo forte poder de atração da mulher.
> Casanova de Fellini
(Il Casanova di Federico Fellini)
Itália, 1976, 155 minutos.
Direção: Federico Fellini
A sequência de aventuras amorosas de Casanova, um veneziano libertino. Após um caso com uma freira, ele é condenado e preso. Ao fugir da prisão, percorre várias cortes e cidades europeias, colecionando seduções, paixões e orgias sexuais.
> Carnaval de Rua de Porto Alegre
Brasil, 5 minutos, 1959.
Produção: Wilken Filmes
Filme mudo documentário sobre o carnaval de rua na cidade de Porto Alegre, em 1959.
> Errante – Um Filme de Encontros
Brasil, 2015, 70 minutos.
Direção: Gustavo Spolidoro
Sozinhos, o diretor e a câmera vão ao encontro do inesperado. Guiado pelo acaso, o diretor partiu da primeira imagem ao despertar em uma manhã de carnaval e seguiu por cinco dias ao sabor dos encontros.
> Carnaval do Rio de Janeiro
(Carnaval de Río de Janeiro)
Chile, 7 minutos, 1960.
Direção: Aldo Francia
Registro antropológico sobre o carnaval do Rio em 1960.
> Rio, Zona Norte
Brasil, 1957, 90 minutos.
Direção: Nelson Pereira dos Santos
O sambista Espírito da Luz (Grande Otelo) é um homem desiludido. Ao fazer uma viagem de trem pelo subúrbio, acaba caindo nos trilhos. Enquanto espera ajuda, relembra o tempo em que cantava em grandes festas, além de tragédias pessoais.
> O Que Foi o Carnaval de 1920!
Brasil, 9 minutos, 1920.
Direção: Alberto Botelho
Exibição gratuita.
Aspectos do carnaval no Rio de Janeiro: o corso na Avenida Rio Branco; Baile à Fantasia no Hotel de Santa Rita; o Baile Infantil do Teatro República; desfile de carros alegóricos das sociedades carnavalescas dos Fenianos e dos Democráticos.
> Rio, Zona Norte
Brasil, 1957, 90 minutos.
Direção: Nelson Pereira dos Santos
O sambista Espírito da Luz (Grande Otelo) é um homem desiludido. Ao fazer uma viagem de trem pelo subúrbio, acaba caindo nos trilhos. Enquanto espera ajuda, relembra o tempo em que cantava em grandes festas, além de tragédias pessoais.
> Nossa Escola de Samba
Brasil, 30 minutos, 1968.
Direção: Manuel Horácio Gimenez
Exibição gratuita.
Um ano na vida de uma escola de samba, desde os primeiros ensaios até o desfile na avenida.
> Arrasta a Bandeira Colorida
Brasil, 11 minutos, 1970.
Direção: Luna Akalay e Aloysio Raulino
Exibição gratuita.
O carnaval de rua em São Paulo: o cenário, as escolas de samba, os blocos, os passistas, o transe. Filme realizado a partir de fotografias em branco e preto, com sambas clássicos em sua trilha sonora.
> A Lira do Delírio
Brasil, 1978, 105 minutos.
Direção: Walter Lima Jr
Exibição gratuita.
Os participantes do bloco de carnaval Lira do Delírio se cruzam num cabaré da Lapa carioca, onde o filho de uma dançarina é
sequestrado. Para descobrir o assassino e as razões do crime, ela conta com a ajuda de um repórter policial, que ao mesmo tempo também investiga um homicídio contra um homossexual.
> Harmonia
Brasil, 2000, 90 minutos.
Direção: Jaime Lerner
Harmonia é o nome de um parque no centro de Porto Alegre. O palco de disputa entre os dois maiores movimentos de cultura popular do Rio Grande do Sul. Harmonia é o filme que investiga a fundo o que há por trás deste conflito.
Jornalista, assessor de imprensa, apaixonado por cinema, artes e viagens.
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