Pessoas caracterizando-se como personagens de jogos e animes, investindo dinheiro e tempo em acessórios e fantasias para se parecerem o mais realista possível com figuras fictícias. Para muitos, isso pode soar como brincadeira ou perda de tempo, mas tal prática tem nome, uma história e milhares de adeptos no mundo todo: o cosplay.
Uma junção das palavras em inglês costume (fantasia) e roleplay (brincadeira ou interpretação), o cosplay é muito popular em eventos da cultura pop, como feiras geeks e, mais do que um hobby, é uma manifestação cultural e artística. Ao se fantasiar de um personagem, os adeptos dessa prática incorporam em si a personalidade e os trejeitos daquilo que está vestido, e acabam por fazer uma verdadeira performance.
E para quem acha que não há representantes desse grupo por perto, se engana. Pelotas, sendo a cidade referência em cultura que é, possui inúmeros adeptos desse estilo que adoram se transformar em seus personagens preferidos, mesmo que por poucas horas. Uma dessas pessoas é Thuany Oliveira Brito, professora e cosplayer pelotense. Thuany, que sempre foi fã de mangás e animes, conta como conheceu e se encantou pela prática do cosplay: ‘’[…] Quando comecei a ir em eventos geeks, me chamou muito a atenção as pessoas com cosplay, me senti encantada com aquilo. Com incentivo de alguns amigos que faziam parte do meio comecei a fazer cosplay em 2015. É gratificante representar seu personagem favorito’’.
Foto: Thuany caracterizada de Shoto Todoroki, personagem do mangá My Hero Academia. Foto: Daniela Toralles
Segundo ela, a comunidade é muito acolhedora e ajuda quem ainda está iniciando nesse mundo. ‘’Quando entram novatos no meio, os mais antigos sempre auxiliam ou dão dicas. Estamos crescendo em cada evento que eu vou e fico muito feliz com a nova geração de cosplayers. Com a troca de ideias e ajudas acabamos criando vínculos de amizade e mantendo contatos, tanto para uma saída normal quanto ir em algum evento juntos’’, complementa.
Apesar de existir uma comunidade significativa na cidade, Thuany sente falta de mais eventos geeks na região, onde esse público pudesse ir e exibir seus trabalhos, compartilhando experiências e momentos. Para ela, os cosplayers são parte da cultura de Pelotas de certa forma e não são vistos como tal. ‘’Gostaria muito que reconhecessem isso’’, finaliza a professora.
O surgimento dos cosplayers
Foi em 1939, durante a 1ª WorldCon, a mais antiga convenção de ficção científica do mundo, que o primeiro cosplay surgiu. O americano Forrest J. Ackerman e sua amiga Myrtle R. Douglas visitaram a feira caracterizados como os personagens do filme ‘’Things to Come’’, criando assim uma prática que permaneceria por séculos e séculos.
Apesar de tal fato, o nome pelo qual é conhecido só veio em 1984 quando o japonês Nobuyuki Takahashi compareceu ao mesmo evento e, ao se encantar pelas vestimentas que lá encontrou, decidiu por nomear a prática de cosplay, publicando a mesma em uma revista científica de seu país de origem.
Foto: Ackerman e Douglas caracterizados como personagens do filme ‘Things to Come’. Esse é o primeiro cosplay registrado na história. Fonte: Internet
A partir disso, surgiram inúmeras lojas e profissionais que começaram a especializar-se no tema, trazendo roupas, acessórios e artigos úteis que pudessem contribuir na hora da caracterização. O resultado foi tão bom que acabou por criar uma legião de fãs e adeptos que encantam e são encantados pelo cosplay até os dias atuais.
Gostou? Conheça um pouco o trabalho de Thuany através do Instagram dela!
Natural de Lages/SC, atualmente cursando o sétimo semestre de jornalismo na Universidade Federal de Pelotas – UFPel. Gosta muito de ler, escrever, e assistir séries e filmes. Gosta também de acompanhar eventos culturais da cidade e escrever sobre os mesmos. Integrante do ecult.ex – Projeto de Extensão do ecult em parceria com o Curso de Jornalismo do Centro de Letras e Comunicação UFPel.
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