“7 de setembro de 2016 saí do hospital após uma curetagem. 7 de setembro de 2020 finalizei o relato que há quatro anos tentava escrever sobre minha experiência de aborto”, narra a atriz Cristal Obelar.
Em trabalho conjunto com a artista Gabriela Cunha, Cristal aprofundou esse relato, transformando-o em um trabalho audiovisual de pouco mais de nove minutos.
O curta-metragem ‘Mórula’ estreou na última sexta-feira (05) no canal do projeto YouTube. Nesta segunda, Dia Internacional da Mulher, o vídeo será publicado no instagram das diretoras. O projeto foi financiado pelo Prêmio Movimento da Cultura Pelotense, através da Lei Aldir Blanc.
O nome do curta, Mórula, vem do primeiro estágio de desenvolvimento de um embrião. O texto de Cristal Obelar é um relato forte e sensível sobre sua experiência de aborto vivida em 2016.
“A escrita se deu durante a criação do experimento audiovisual “Elas por elas: o expurgo” que criei junto das atrizes Tais Galindo e Lizi Fonsecca do Coletivo Meia Oito. Durante o processo, busquei criar imagens voltadas ao sensível com elementos da natureza, contrapondo a escrita cortante com imagens poéticas, sem diminuir o tom incisivo e de denúncia. Depois de finalizado, surgiu o desejo de aprofundar na potência do texto e das imagens”, detalha Cristal.
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O filme conta uma experiência que faz parte da história de muitas mulheres. Além do aborto, o trabalho aborda temas como objetificação do corpo feminino e a violência obstétrica e doméstica. O vídeo ganha um peso com a sobreposição de imagens em uma perspectiva minimalista e poética.
“Em Mórula, as imagens se concentram em apresentar sensorialmente a experiência de violência hospitalar, criando ambientes visuais que refletem a sutileza necessária de enfrentar excessos de abusos físicos e psicológicos permitindo ressignificar o excesso de breu dessa experiência ocorrida dentro de um hospital”, complementa Gabriela
Com a direção dividida por Cristal e Gabriela, o projeto Mórula tem a participação de Gustavo Cunha, responsável pela trilha e por compor ambiências atmosféricas, e de Júlia Cunha, na criação do figurino. Confira:
FICHA TÉCNICA
Cristal Obelar – Direção, Roteiro, Narração e Atuação
Gabriela Cunha – Direção, Direção de Fotografia, Cenografia e Montagem
Gustavo Cunha – Edição e Mixagem de Som
Júlia Cunha – Figurino
Projeto financiado pelo Prêmio Movimento da Cultura Pelotense da da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), via Lei Aldir Blanc.
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Jornalista, estudante de História, obcecado por música. Conhece menos atalhos em seu computador que a sua gata.
Uma voz ecoando de algum lugar indo para lugares e espaços que não sei, mas permanece revirando algo dentro de mim ressoando não sei porque.Por que? Por que ? Quantos lírios? Se foram sem que pudéssemos sentir seu perfume .
Gracias a todos