Livro que subsidia a criação da Unidade de Conservação do Pontal da Barra foi lançado em Pelotas


Foto Fernando P Jacobs

Até o momento foram encontradas 42 espécies ameaçadas de extinção na área de 845,64 há do Pontal, sendo 15 da fauna e 27 da Flora. (No final da matéria tem o link para fazer o download do livro em PDF)

Arquivo: Coordenação de Comunicação Social
Universidade Federal de Pelotas

A década de 1980 foi palco do início das manifestações de proteção e defesa do Pontal da Barra. Em 1990, novas ações recomendaram a preservação dos banhados e dunas existentes no local. Contudo, após este período, as ações preservacionistas foram interrompidas e só voltaram a pauta com a criação do movimento Pontal Vivo, em 2012, e com estudos que demonstraram a existência de espécies ameaçadas de extinção e de importantes sítios arqueológicos.

Arquivo: Coordenação de Comunicação Social

É neste contexto que a Universidade Federal de Pelotas lançou o livro “Fundamentação técnico-científica para a criação da Unidade de Conservação Pontal da Barra do Laranjal”. O lançamento ocorreu na sexta-feira (19 de julho) com a entrega de exemplares para o reitor Pedro Curi Hallal. Para o reitor, a Universidade está cumprindo com o seu papel social de interagir com a sociedade e produzir materiais de utilidade pública.

“O Pontal da Barra é uma região que tem uma relevância ambiental muito significativa e a UFPel tem obrigação de preservar e subsidiar a criação da Unidade de Conservação”, afirma o reitor.

De acordo com a assistente social do Núcleo para a Inserção Territorial da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento, Silvia Carla Bauer Barcellos, o trabalho foi realizado por um Grupo de Trabalho interinstitucional e interdisciplinar e é resultado de uma pesquisa de cerca de dois anos que teve como objetivo subsidiar a criação de uma Unidade de Conservação no local, com informações que revelam a riqueza biológica, o potencial científico, cultural, histórico, turístico e educacional do Pontal da Barra.

Constituído em 2017, o Grupo de Trabalho teve a participação de especialistas da FURG, Embrapa Clima Temperado, DUC-SEMA-RS, IPPampa, Secretaria de Qualidade Ambiental e Secretaria de Municipal de Cultura, totalizando cerca de 40 profissionais envolvidos, entre pesquisadores, estudantes e colaboradores externos a UFPel.

Para o professor de Gestão Ambiental, Giovanni Nachtigall, além de ser um referencial teórico para estudos sobre ecossistema do local, o trabalho possibilitou a ampliação de pesquisas sobre o tema, sendo ainda “o estopim para que outras pesquisas sobre a biodiversidade da região sejam iniciadas”, analisa.

A professora da Faculdade de Educação, Caroline Terra, sinaliza o potencial educacional a ser desenvolvido junto a Unidade de Conservação. “O material será utilizado como fonte nos trabalhos de Educação Ambiental nas escolas, nas universidades e outras organizações da região sul do estado”, afirma. A professora de Turismo, Laura Rudzewicz, atenta também para a potencialidade turística do Pontal. “A unidade de Conservação vai impulsionar o desenvolvimento turístico voltado a experiências ao ar livre trazendo benefícios socioeconômicos para o Pontal”, revela.

Extinção
Até o momento foram encontradas 42 espécies ameaçadas de extinção na área de 845,64 há do Pontal, sendo 15 da fauna e 27 da Flora. Entre elas, o Tubarão-Martelo, Bagre-Branco, Bagre-Marinho. Contudo, os pesquisadores alertam que este número pode ser ainda maior, tendo em vista que não existem levantamentos intensivos na área.

Além disso, a região do Pontal da Barra possui várias espécies endêmicas, ou seja, que foram encontradas apenas neste local, como o peixe-anual, a açucena, margarida-das-dunas e o lagarto batizado de cobra-de-vidro. A preservação destas espécies será possível com a criação da Unidade de Conservação.

Sítios arqueológicos
Foram identificados 19 sítios arqueológicos pré-coloniais que remetem a ocupações indígenas, sendo 18 cerritos no Pontal da Barra e um sítio Guarani localizado nas dunas onde se situa o condomínio Las Acácias. Os sítios estão registrados no IPHAN e se constituem com fragmentos de vasilhas cerâmicas, instrumentos líticos polidos e lascados, restos faunísticos e vegetais, e sepultamentos humanos. Essas estruturas arqueológicas, com datas entre 4.500 e 200 anos A.P.

Foto Fernando P Jacobs

O livro
O livro evidencia uma necessidade de atenção dos governantes e da população em geral para a preservação da área. Desta forma, está disponível de forma gratuita aqui.

Fonte: Coordenação de Comunicação Social
Universidade Federal de Pelotas

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