Desde 2012, uma feira realizada em Pelotas chama a atenção por transformar o consumo em uma forma de economia criativa. A Feira do Rolo começou de mansinho, na época como Mercado das Pulgas, e em suas últimas três edições contabilizou mais de 60 bancas presentes, envolvendo um público de quase mil pessoas. No total, já foram realizadas 16 edições da proposta sem fins lucrativos – cinco com a nova identidade.
Apesar de incentivar a troca de roupas e acessórios entre os participantes, a ideia agora também abraça a venda – principalmente de produtos locais. “A Feira do Rolo permite que pessoas ganhem dinheiro com seus desapegos. Roupas que poderiam ir para o lixo acabam sendo um meio de lucro. E a cada edição surgem novas parcerias, seja com as marcas participantes ou com fotógrafos que fazem a cobertura da feira. Como o conceito do evento não tem fins lucrativos, toda a parte de comunicação com o público é feito por meio dessas parcerias”, explica Arantxa Von Appen, idealizadora da proposta.
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A pelotense conta que sua motivação para realizar o evento surgiu em 2012, no Curso Técnico em Vestuário. Ao conversar com colegas, ela percebeu que seu desejo de se desfazer de algumas peças que só ocupavam espaço era o mesmo de muitas. Assim, criou um evento no Facebook e entrou com um pedido na Prefeitura Municipal de Pelotas para realizar um encontro no Largo do Mercado Público. Já na primeira edição, a iniciativa tomou uma proporção inesperada – e cresce até hoje.
A mudança de nome, no entanto, não foi um desejo dela. Em 2014, o Executivo Municipal decidiu redefinir a antiga Feira da Princesa, que ocorria aos domingos na avenida Bento Gonçalves. Realocada no Largo, recebeu o nome de Mercado das Pulgas. Ao ser comunicada desse projeto, Arantxa, embora defendesse o fato de sua feira já ter esse nome há dois anos, percebeu que ambas não poderiam ocorrer juntas. Depois de coexistir por alguns meses, a jovem de 20 anos resolveu remodelar a sua iniciativa e transformá-la em Feira do Rolo.
Se antes a feira era itinerante, agora é realizada sempre na Travessa Conde de Piratini, localizada ao lado da Bibliotheca Pública Pelotense. As bancas são montadas no chão, em cima de cobertas e tapetes, ou em mesas e araras. No geral, grande parte do público que visita a feira é feminino, de idades diversas. Além de roupas e acessórios, marcas de alimentos e artigos de decoração também podem participar. Aliás, qualquer pessoa disposta que se encaixe no padrão de artigos ofertados pelo evento é bem-vinda. Basta fazer a inscrição através de um formulário online divulgado em um grupo da iniciativa no Facebook.
A agora estudante de Design de Moda aposta cada vez mais na internet para disseminar a proposta. “A Feira do Rolo é basicamente realizada através das mídias sociais. O Facebook é a plataforma principal para a divulgação dos eventos, por meio dele as pessoas podem se inscrever, entender como funciona e divulgar a participação.” Saiba mais aqui.