Leandro Maia lança hoje(18), às 21h o documentário musical “Paisagens”, gravado ao estilo Road Movie, onde exibe canções inéditas e novas interpretações.
A bordo de um Fusca 1972 Leandro Maia percorre os seus 20 anos de carreira e revive muitas memórias afetivas. A narrativa tem como eixo central deslocamentos por diferentes paisagens a bordo do VW, apelidado de Totôto. O veículo foi herdado do falecido irmão, Luís Antônio Castagna Maia, ex-bancário, sindicalista e advogado que influenciou Leandro em seu interesse pela música e pela poesia desde a infância.
O filme reflete memórias, saudades e opiniões do cantautor e tem lançamento marcado para quarta-feira(18) nas plataformas virtuais. Canções inéditas e releituras autorais são registradas enquanto as memórias das andanças pelo mundo vão se mesclando às paisagens locais, incluindo reflexões sobre o Brasil atual. Com 50 minutos de duração tem no elenco bate-papos e interações com Paulo Gaiger, Nauro Júnior e Maria Falkembach. O trabalho é dirigido por Juliano Ambrosini e Nando Rossa e tem a assinatura da Bumbá Produtora de Conteúdo.
“Eu já corri o mundo inteiro, eu tenho pé de cantador”. Quando Leandro compôs esta música, mal tinha saído de Porto Alegre. Fazia parte de “Palavreio”, disco de estreia do músico, que foi celebrado pela imprensa gaúcha como um dos dez melhores discos brasileiros de 2008 e conquistou o Prêmio Açorianos de Música na categoria Revelação. O documentário resgata que nessa época, ele tinha até perdido a carteira de identidade e precisou ingressar clandestinamente na Argentina para o aniversário da amada, Maria Falkembach. Essa música então era uma baita mentira? Não, na verdade uma profecia. Ao retornar ao Brasil, depois de quatro anos no exterior por conta de seus estudos de doutorado em música, foi convidado para realizar o filme, onde sua vida de cantautor se traduz.
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Cápsula do tempo
Ao eleger o Fusca 1972 como protagonista do documentário, além de homenagear o irmão ao qual Leandro dedica o filme, ele se imaginou em uma verdadeira cápsula do tempo. Passado e futuro coexistem nas lembranças de Luís Antônio, quem introduziu a beleza poética da vida na alma criativa de Leandro. As gravações iniciaram de forma independente e autofinanciada, tomando a forma de um documentário musical ou filme de estrada. As músicas compostas com o apoio do Prêmio Ibermúsicas de Composición de Canción Popular.
O percurso das “Paisagens” valoriza os cenários locais do entorno de Pelotas, cidade onde Leandro vive e trabalha, entre a beira da Lagoa dos Patos, o Arroio Pelotas e o Canal São Gonçalo. Ao interromper o processo de produção devido à Covid-19, os realizadores perceberam o potencial do material já captado e a importância de lançar o filme neste momento.
Repertório e concepção
O repertório se realiza através de uma perspectiva “glocal”, onde global e local se articulam em histórias de vida e personagens ligados à irreverente matriz guaipeca, como os grandes homenageados Barão de Itararé (Aparício Torelly, 1895-1971), Dona Conceição dos Mil Sambas (1930-), João Guimarães Rosa (1908-1967). O projeto reúne nove canções autorais e contação de histórias num filme de 50 minutos de duração.
As canções, gravadas em diferentes localidades, dialogam com a cenas e a memória viva da cidade, presentes através de imagens, menções, memórias e registros locais. Um exemplo é o samba “Para Agradar o Tempo”, interpretada com participação especial de Paulo Gaiger junto ao Relógio do Mercado Central, cuja letra homenageia a sambista “Conceição Rosa Teixeira”, a Dona Conceição dos Mil Sambas.
A canção “Milagres do Barão de Itararé” é apresentada em seu processo criativo ao fotógrafo Nauro Júnior, criador do projeto “Expedição Fuscamérica”. A canção “Perto de Você”, gravada entre os barcos da Colônia Z3, foi composta durante uma caminhada pela feira livre da Avenida Bento Gonçalves em Pelotas ao relembrar o risco enfrentado ao cruzar clandestinamente uma fronteira por amor.
A canção “Feito São Tomé” (Maia/Jerônimo Jardim) é gravada entre escombros à beira do Canal São Gonçalo, enquanto “Apresentação”, “Paisagens” e “Palavreio” são revisitadas à beira da Lagoa dos Patos, entre o Laranjal e o Balneário dos Prazeres. A atriz-bailarina Maria Falkembach participa de “Diadorim”, coreografando e interpretando a canção em meio à reserva do Pontal da Barra. O filme encerra com a canção “Trem do Cerrado”, junto à Antiga Estação Férrea de Pelotas, uma homenagem de Leandro à memória de seu irmão.
Trajetória e premiações
Leandro Maia é cantor e compositor reconhecido dentro e fora do país. Professor da UFPEL, é também ativista cultural com Doutorado em Música (Songwriting) pela Bath Spa University (Reino Unido), Mestrado em Literatura Brasileira pela UFRGS e Licenciatura em Música pela UFRGS. Vencedor do Premio Ibermúsicas de Composición de Canción Popular concedido pela Organização dos Estados Ibero-americanos, Leandro possui cinco Prêmio Açorianos de Música (Grupo MPB (1999 e 2000), Revelação (2008), Melhor Disco Infantil (2012) e Melhor Intérprete MPB (2014), além de indicações como compositor, espetáculo e disco. Também recebeu o Prêmio Brasil-Sul de Música como melhor álbum e intérprete. Com três premiados discos gravados, participações em diversos trabalhos e reconhecimento através de premiações e distinções, Leandro Maia comemora seus 20 anos de carreira, contados a partir da conquista do II Festival de Música de Porto Alegre, em 1999, com o grupo Café Acústico.
Lançamento: Documentário “Paisagens” de Leandro Maia
Quando? 18 de novembro (quarta-feira) com premier a partir das 21h
Como assistir? https://youtu.be/UMysRMWhseU
Na mesma data, algumas canções do filme estarão disponíveis em formato de EP virtual: https://tratore.com.br/smartlink/leandromaia
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Canções:
*Todas as músicas são de Leandro Maia, exceto “Feito São Thomé”, em parceria com Jerônimo Jardim
1) Apresentação
2) Perto de Você *
3) Milagres do Barão de Itararé*
4) Feito São Thomé
5) Paisagens
6) Palavreio
7) Para agradar o tempo*
8) Diadorim
9) Trem do Cerrado
Fonte: Satolep Press
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
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