“Organic Groove” Um novo conceito em música instrumental


Com a intenção de incorporar à cultura da cidade de Pelotas, através da música, sonoridades e identidades de diversas culturas e povos, combinando com outras locais, se apresenta o espetáculo Organic Groove, na noite do dia 22 de agosto, quarta-feira, no Bar João Gilberto, em parceria com o Ponto de Cultura OutroSul e a Incubadora Cultural IRIRI.

O trabalho se desenvolve mesclando sons de instrumentos orgânicos de origem árabe (derbak), africana (berimbau, caxixi, djembe), australiana (didgeridoo), brasileira (cuíca, pandeiro) e demais culturas latinas (conga, maraca) a sons da natureza reproduzidas em vocais e flautas, batidas eletrônicas, guitarra e contra-baixo; buscando a essência dos grooves. Os beats eletrônicos funcionam como uma espinha dorsal aonde vão sendo incorporados os instrumentos de percussão ao vivo, fundindo ritmos da música mundial e brasileira; flamenco, camdombe, new age, samba, bossa nova, baião, reggae, rave, música regional do RS, entre outros.

A identidade sonora provém da busca pelos sons, da mistura de elementos e instrumentos, das múltiplas sonoridades. São todas músicas instrumentais e autorais de resgate em composições e trilhas, criadas pelo percussionista, numa mistura orgânica e dançante.

O desafio, a cada novo espetáculo, é o de mesclar os elementos, buscando a essência dos grooves, misturados com instrumentos orgânicos criando as sonoridades, desde o didgeriddoo australiano até a cuíca brasileira, é a busca pelo som. O show e o som bebem em fontes como Naná Vasconcelos, Ramiro Mussoto, Hermeto Pascoal, SalifKeïta, Richard Bona e Xavier Rudd, apresentando um novo conceito em música instrumental.

Foto: Beatriz Rodrigues

No palco, os integrantes da banda – Davi Batuka (percussão), Gabriela Mesquita (percussão), Dhyan Diano (contra-baixo e programação eletrônica | samplers e beats), Dione Silveira (guitarra elétrica, violão, gaita e harmonia) – interagem como componentes de um sistema orgânico, cada parte tem uma função específica, mas a organicidade só acontece quando juntos, criando e dialogando arranjos e temas; que são compostos a partir de um laboratório de experimentação, buscando incorporar à identidade local, outras culturas; mesclando os instrumentos de forma coerente, escolhendo os timbres e as afinações, brincando com os elementos e buscando as sonoridades, numa fusão rítmica conceitual e dançante.

As composições provêm de diversas linguagens, tecidas como uma trama, composta a partir de pequenos fragmentos, formando o conjunto.

O projeto Organic Groove atua no cenário cultural de Pelotas desde outubro de 2011, em parceria com a DJ Helô no evento intitulado Organic Groove + DJ Helô e contou com um público de, aproximadamente, 300 pessoas. Nesta apresentação, o show também utilizou da linguagem audiovisual, a partir de projeção em tela que ilustrou os temas executados e imagens ao vivo, e intervenções circenses.

A segunda apresentação do grupo ocorreu na segunda edição do Festival Grito Rock em Pelotas/RS, em março de 2012 – evento que ocorre simultaneamente em diversas cidades da América Latina – com um público estimado de 400 pessoas, durante o evento o show foi transmitido na íntegra pela internet.

Em abril de 2012, Organic Groove fez a abertura do 3º Festival Manuel Padeiro de Cinema e Animação, no Teatro Guarani em Pelotas/RS. O público, cerca de 700 pessoas, foi surpreendido pelo espetáculo, inspirado em trilhas sonoras para o cinema.

Para a noite de quarta-feira, novos temas e experimentações sonoras prometem colocar o público numa vibração dançante e orgânica.

Texto: Bárbara Hypolito

Equipe:
Davi Batuka – músico, instrumentista, idealizador e realizador do projeto
Dione Silveira – guitarra elétrica, violão, gaita e harmonia
Dhyan Diano – contra-baixo e programação eletrônica | samplers e beats)
Gábi Mesquita – percussão
IRIRI – produção
Ponto de Cultura OutroSul – realização