Nos próximos 21 e 22 de outubro, às 19h, as artistas Paula Finn e Paola Kirst apresentam a performace de dança e música “A rebentação”, dentro do projeto Cenas Mínimas, desenvolvido pelo Centro Cultural da UFRGS, com curadoria de Lígia Petrucci.
“Rebentação: ato ou efeito de rebentar, de se chocar contra; zona de quebra de ondas.” Quando se fala em rebentar é quase imediato o pensamento sobre o mar, sobre a água.
O elemento que banha mares e rios é conhecido pelo movimento, pela inquietude e pela intensa transformação, e é por essas características que se tornou a temática do próximo encontro do projeto Cenas Mínimas.
A partir da água, as artistas Paula Finn e Paola Kirst apresentam a performance A Rebentação, um espetáculo que reunirá dança e música, corpo e voz, melodia e movimento, nos dias 21 e 22 de outubro, às 19h, no Centro Cultural da UFRGS.
A escolha de apresentar uma performance com dança e música reflete a trajetória de duas artistas que sempre buscaram o caminho da experimentação das diferentes linguagens e expressões.
“Somos seres híbridos. Eu tenho a dança como universo. Sou da dança flamenca, mas a música sempre esteve presente na minha vida”, conta Paula. A artista atua na dança contemporânea, tem um estudo aprofundado na dança flamenca e no sapateado, além de desenvolver uma pesquisa de ressignificação do uso das castanholas como instrumento de percussão.
Já Paola possui experiência na dança, no teatro e na música, tendo lançado recentemente seu primeiro álbum, Costuras que Me Bordam Marcas na Pele, vencedor do Prêmio Açorianos de Música na categoria Revelação de 2019.
Em suas canções aborda o cotidiano vivenciado pelo olhar feminino, experimental e faminto de uma artista. Paola, junto a Antônio Villeroy, será responsável pela direção do próximo concerto – Com Sotaque do Sul – da série Cidade Presente – a cidade que se vê, a cidade que se escuta, do Unimúsica 2019.
A Rebentação é a primeira criação conjunta da dupla. As artistas se conheceram e se aproximaram no espetáculo dirigido por Thiago Colombo ano passado no Unimúsica. Na ocasião, Finn e Kirst fizeram participações especiais no concerto da série Témpano América e perceberam a vontade de desenvolver o trabalho que será apresentado nos dias 21 e 22.
“Já com o trabalho pronto a gente se deu conta que precisava de um título e acabamos fazendo a relação dos nossos corpos dançantes com a água. Eu por ser da praia [de Rio Grande] e ela por ser do rio [Guaíba]. Percebemos o quanto esses fluxos d’água são transformadores e o quanto eles se movimentam. Esses fluxos transformam o ambiente, transformam a vida, transformam tudo”, sublinha Paola.
A escolha do tema, para as duas, representa uma quebra de limites, uma abundância de possibilidades e um sentimento sobre a maneira de se expressarem no mundo. Paula Finn explica que “a água tem essa coisa de não ter barreiras, de tomar todo espaço, de fazer o que quer. Essa ideia de misturar todas as áreas [artísticas] é um pouco isso. As duas têm isso. De sermos cíclicas, maleáveis… Viemos desse lugar do corpo aguado.”
No encontro, o público será convidado a produzir sons e a fazer parte da performance. A partir de instrumentos como o pedal de efeito e repetição, caxixis e as castanholas, Finn e Kirst pretendem misturar criações sonoras e corporais para criar a vivência de A Rebentação.
O espetáculo conta, ainda, com a participação do violinista Neuro Júnior no violão sete cordas e com canções do álbum Costuras, de Paola Kirst.
Fonte: Anna Ortega
Crédito das fotos: Anna Ortega/Centro Cultural da UFRGS
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
Faça um comentário