Na primeira segunda-feira de 2021, 04 de janeiro, foi lançado no canal de Youtube do coletivo NOZ Audiovisual o projeto Memória Coreografada, videodança poético que homenageia Berê Fuhro Souto, com fim de relembrar sua presença marcante no cenário da Dança em Pelotas e região.
Berenice Fuhro Souto foi diretora e coreógrafa do Centro Contemporâneo Berê Fuhro Souto, desenvolveu trabalhos no ramo da Dança de 1983 à 2016, construindo uma carreira de grande reconhecimento. E, sobretudo, o que ficou marcado em sua trajetória foi sua grande dedicação pela arte e cultura e a afetividade com todos aqueles que passaram por sua vida.
Miriam Brockmann Guimarães assina a direção do projeto juntamente à sua dissertação de Mestrado em Artes Visuais sobre a poética e a memória de Berê Fuhro Souto, no qual o vídeo é peça resultante.
O material audiovisual foi produzido e editado por Camila Albrecht Freitas, a partir do coletivo NOZ Audiovisual, no período de quarentena de março a dezembro de 2020. Dessa forma, o vídeo é um experimento visual que abraça o material de arquivo e mistura dança, música e poesia em memória de Berê Fuhro Souto.
A estreia do filme tem financiamento do Prêmio Movimento de Reconhecimento à Cultura Pelotense, a partir de recursos da Lei Aldir Blanc.
O vídeodança tomou como base a última peça que Berê dirigiu e coreografou, o espetáculo Tempos Brancos, que também pode ser considerada uma autobiografia, a partir do que relatam pesquisadoras da obra da Berê, como a doutora Mônica Borba. Para isso, o vídeo utiliza do registro do espetáculo Tempos Brancos, gravado por Gabriela Richter Lamas, na Bibliotheca Pública de Pelotas no ano de 2016.
Junto ao registro do dia do espetáculo, o vídeo mistura tempos ao inserir também vídeos atuais das dançarinas e dançarinos que participaram do espetáculo. Para chegarmos ao resultado desejado, foi proposto como metodologia, um convite aos dançarinos participantes do espetáculo Tempos Brancos a rememorar a coreografia gravando a si mesmos em vídeo captado pelo seu celular, a partir da releitura de trechos que mais lhes marcaram e utilizando também de elementos cenográficos que compuseram o espetáculo em 2016. Esta metodologia tornou possível uma bela mescla entre tempos e uma fluidez entre as imagens.
Dançarinos(as) participantes: Bruna Oliveira, Cristiane Oliveira, Débora Souto Allemand, Higor Alencaragão, Jaínne Ladeira, Josiane Franken, Miriam Guimarães, Mônica Borba, Nadyne Uakti e Taís Bastos.
A trilha sonora cedida e utilizada no vídeo foi composta exclusivamente para o espetáculo Tempos Brancos, onde contamos com as composições do músico Leandro Maia, com participação de Vitor Ramil em uma das faixas.
O vídeo ainda traz narração de poesias e cartas póstumas à Berê escritas pelas suas dançarinas Mônica Borba e Nadyne Uakti, além de narrações de poesias da própria Berê versadas por Miriam Guimarães.
A arte do cartaz foi elaborada pela artista multimídia Daniela Pinheiro que a construiu a partir da técnica da cianotipia, que é uma impressão fotográfica artesanal. A partir desta técnica, foi possível sobrepor a figura da Berê com as águas do mar, já que ela sempre teve forte conexão com as águas, sendo devota de Iemanjá.
As imagens e fotografias adicionais que também fazem parte do videodança são de autoria de Janine Tomberg e Takeo Ito.
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O videodança é resultado de uma grande rede de contatos que se uniu como forma de homenagear a figura marcante de Berê Fuhro Souto na cidade de Pelotas, junto a sua poética de afetividade, pulsação e ativismo político. O projeto, então, busca refletir sobre seu legado, seu espírito de comunidade, sua metodologia e sobre as marcas que ainda pulsam dentro de cada um que passou por sua vida.
FICHA TÉCNICA
Realização: NOZ Audiovisual
Direção: Miriam Brockmann Guimarães
Roteiro e Edição: Camila Albrecht Freitas
Orientação: Carmen Anita Hoffmann e Rebeca Recuero Rebs
Trilha Sonora: Leandro Maia e Vitor Ramil
Imagens de registro do espetáculo Tempos Brancos: Gabriela Richter Lamas
Imagens de projeção: Chico Machado
Intérpretes Criadoras: Antonia Cruzeiro, Bruna Oliveira, Cristiane Oliveira, Débora Souto Allemand, Higor Alencaragão, Isabel Cruzeiro, Jaínne Ladeira, Josiane Franken, Luana Nebel, Miriam Guimarães, Mônica Borba, Nadyne Uakti, Tais Bastos
Imagens adicionais: Takeo Ito
Poesia e texto: (por ordem de aparição)
A poesia me salvará – Berê Fuhro Souto
Uma palavra do corpo à Berê – Nadyne Uakti
Carta narrada à Berê – Mônica Borba
Oração da Esperança – Berê Fuhro Souto
Narração: Miriam Brockmann Guimarães, Mônica Borba, Nadyne Uakti
Imagem em Cianótipo: Daniela Pinheiro
Apoio
PPGAV/UFPEL – Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais pela UFPel.
Financiamento
Prêmio Movimento da Cultura Pelotense, Lei Aldir Blanc Pelotas.
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Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
Fico muito feliz por publicar nosso trabalho
O apoio a cultura, dança, artes da performance na cidade de Pelotas em nome da Berê é dar valor a nossa memória/história e é com muita satisfação que desejo que a pesquisa em dança cresça cada vez mais nas artes e que cada personagem/ ator/bailarino que somou com seu legado tenha seu espaço de visibilidade para todos, pois nosso trabalho em artes é um bem de nós todos.