Recital de Piano com Eudóxia de Barros no Conservatório de Música da UFPel


O Conservatório de Música da UFPel convida para o início da Semana de Comemoração dos 50 anos do reconhecimento dos Cursos Superiores de Canto e Piano do Conservatório de Música, que terá no dia 20 de outubro, a renomada pianista Eudóxia de Barros.

Dona de um extenso e premiado currículo, e agraciada com quase uma centena de dedicatórias dos mais destacados compositores eruditos brasileiros, Eudóxia de Barros destaca-se no cenário musical brasileiro sobretudo por ter abandonado uma cômoda e promissora carreira internacional para dedicar-se a levar a música a todos os rincões brasileiros, tal como legítima bandeirante paulista.

Mesmo as cidades mais longínquas e pequeninas têm tido a oportunidade de apreciar um repertório de alto nível e cuidadosamente selecionado, no qual sempre se destacam obras-primas de compositores nacionais. Suas interpretações vigorosas e cuidadosamente trabalhadas vão de Chiquinha Gonzaga a Osvaldo Lacerda; de Bach a Beethoven e a Chopin, muitas delas registradas em CDs e DVD. São um marco cultural importante para nosso país e um exemplo a ser sempre lembrado, aplaudido e imitado.

Natural de São Paulo, nasceu numa família bem brasileira, sendo seu pai, JOVINIANO de BARROS, natural de Piracicaba, e sua mãe, MARIA ANTONIETTA de CAMPOS BARROS, de Bragança Paulista, ambos amantes da Música em geral (mas não profissionais), e da Cultura Brasileira.

Sem dúvida alguma, Eudóxia sofreu grande influência desse meio, sentindo desde criança, um imenso amor pela sua pátria e por tudo que é brasileiro, embora sempre com muito respeito e admiração pela cultura européia.

Desde criança, sempre deu especial atenção ao estudo de compositores brasileiros, tomando, como uma missão, influenciar o meio artístico nacional, dizendo: “ainda hei de conseguir que todos toquem a nossa música”. Chegou mesmo a fundar com seu marido e outros compositores, em 1984, o CENTRO de MÚSICA BRASILEIRA, sociedade civil que organiza concertos e concursos só de músicas brasileiras.

Por essa sua devoção à Música Brasileira, sente-se premiada com a quase centena de músicas de compositores brasileiros dedicadas a ela, e com a sua eleição, em 1989, para a ACADEMIA BRASILEIRA de MÚSICA, fundada por Villa Lobos, ocupando a cadeira nº 14, cujo patrono é Elias Álvares Lobo.

Em 3 de Setembro de 1982, casou-se com OSVALDO LACERDA, um dos melhores e mais festejados compositores brasileiros, com quem no passado, estudara as matérias teóricas da Música, como Teoria, Solfejo, Harmonia, Análise, Contraponto e um começo na Composição.

Lacerda já lhe dedicou uma enorme quantidade de obras, e uma delas, intitulada “CROMOS”, para piano e orquestra, obra muito original e linda, recebe de Eudóxia um carinho especial. Já a apresentou sob a regência de Diogo Pacheco (OSESP), Cláudio Ribeiro (OSPA), duas vezes sob a regência de Luiz Fernando Malheiro (OMSP), Lutero Rodrigues (Orquestra Sinfonia Cultura, no Festival de Campos do Jordão, em 1999, duas vezes no SESC Belenzinho, em 2002, com a Sinfonia Cultural e duas vezes em 2003, com a Orquestra Sinfônica de Sto. André) e Henrique Morelenbaum (com a Orquestra Petrobrás Pró-Música, no Rio de Janeiro, em 8 de Novembro de 2003).

Recebeu o importante “PRÊMIO NACIONAL da MÚSICA“, como INTÉRPRETE, outorgado pela Funarte, em 1995.

Tocou em 1953, em 1ª audição no Brasil, o “Concerto nº 1“, de Villa Lobos, como uma das vencedoras para solista da Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência de Eleazar de Carvalho, que a convidou a solar primeiramente no Rio de Janeiro, no Cine Rex, em 11 de Outubro de 1953.

Hoje, Eudóxia circula por todo o Brasil e no exterior, num circuito de 50 a 60 concertos por ano, num verdadeiro trabalho de bandeirante e de alto cunho social; sua tarefa é a de proporcionar música, conhecimento e alegria a todo o seu público, jovem ou idoso, conhecedor ou não de música, pobre ou rico.

Publicou um livro em 1977, intitulado “Técnica Pianística – Apontamentos sugeridos pela prática do magistério e concertos”, editado pela Ricordi.

Vários alunos seus venceram concursos nacionais de piano.

Na época do LP, teve 31 LPs gravados principalmente pela Chantecler e ainda pela Ricordi, Alvorada, Marcus Pereira, Orpheo e Comep. Atualmente possui 14 CDs. Seu primeiro DVD foi lançado no dia 11 de Agosto de 2007, pela COMEP e se intitula “CONVITE À MÚSICA”.

Já se apresentou na França em Paris, em Bourges, no Château d’Artigny e no Château de Isenbourg. Na Suiça, em Lausanne, Genève e Puilly. Em Londres (Canning House). Tocou várias vezes em Bogotá, Quito, Lima, Assunción, La Paz, Cochabamba, Tegucigalpa, Panamá, Manágua (por ocasião do centenário de Rubem Dario); todos estes recitais pela América Latina foram organizados pelo Itamaraty; no Porto, em 1997. Nos Estados Unidos: em Houston, Miami, Chicago, Asheville, Cleveland, quando solou com a “Cleveland Philharmonic”, sob a regência de José Serebrier; várias cidades do Estado de Carolina do Norte, quando solou com a “North Carolina Symphony”, sob a regência de Benjamin Swalin, como prêmio por ter alcançado o 1º lugar por unanimidade, num concurso para solista da referida Orquestra, na temporada de 1966-1967, apresentando a “Rapsódia sobre um tema de Paganini” de Rachmaninoff; recitais em New York, no Town Hall, em 1967 e Carnegie Hall, em 1969; em Washington, DC., em 1966 e 1967. Ainda em 1967, uma “tournée” pelo México.

Mais recentemente, ficou muito feliz com o prêmio que recebeu da “Associação Paulista de Críticos de Arte”( APCA ), como a “MELHOR RECITALISTA de 1997”.

Desde 1993 pertence à ACADEMIA PERNAMBUCANA de MÚSICA, do Recife.

Em 2009, recebeu a Comenda do Mérito Anhangüera, que é a mais alta condecoração conferida pelo Governo do Estado de Goiás.

No dia 25 de Janeiro de 2010, fez a abertura da solenidade de posse do novo Reitor da USP, Prof. Dr. João Grandino Rodas, na Sala São Paulo, executando em solo, a “GRANDE FANTASIA TRIUNFAL sobre o HINO NACIONAL BRASILEIRO”, de Gottschalk, seguida de concerto pela OSUSP, sob a regência da Maestrina Ligia Amadio.

No dia 27 de Abril de 2010, solou com a Orquestra Sinfônica de Brasília, sob a regência de seu regente predileto, HENRIQUE MORELENBAUM, no Teatro Nacional, em Brasília, a difícil e bela peça “CROMOS para piano e orquestra”, dedicada a ela pelo compositor OSVALDO LACERDA.

Participou em Belém, PA, do XXIII Festival de Música do Pará, de 6 a 13 de Junho de 2010, apresentando-se em recital dando Curso.

Já esteve várias vezes tocando em Pelotas, sempre no Conservatório Musical de Pelotas. (Biografia por Lino de Almeida Cardoso)

O recital é às 20h, no Salão Milton de Lemos, com entrada franca.

Texto: Ana Lucia Azambuja – @anazambs
Bacharel em Piano/UFPel; Acadêmica do Curso de Música – Licenciatura/UFPel

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