Pelotas recebera no dia 19 de dezembro, quinta-feira, às 19h no casarão 6 (praça Cel. Pedro Osório, n° 6) o lançamento da revista-disco “Bliss não tem bis”, revista de poesia em formato de CD de áudio, que surgiu do interesse das possibilidades do trabalho poético que parte do uso da voz e da sonoridade. Os poetas e editores Clarissa Freitas, Lucas Matos e Marcio Junqueira haviam lançado a revista de número único Bliss pela 7 Letras em 2009. Agora, reuniram-se ao estreante Thiago Gallego, e contaram com a colaboração de Marília Garcia, para, com o apoio da COART/CTE/DECULT/SR-3/UERJ, compor/criar este novo objeto, entre o literário e o musical.
“Partimos do objetivo de descobrir e formular novos modos de ler/ouvir e pensar o universo poético, em que possa se combinar e arranjar a percepção da palavra ao trabalho da voz, a escuta da ideia ao grão do som”, explicou Lucas.
A Revista-Disco poderá ser adquirida nos lançamentos, ou por encomenda através do e-mail blissnaotembis@gmail.com.
Se, por um lado, trabalhou-se com a ideia das seções de uma revista de poesia (tradução, crítica, entrevista, etc.), por outro, buscou-se explorar uma diversidade de universos sonoros, do poema falado à canção, passando por sons ambientes, ruídos, sonoridades eletrônicas, etc.
O próprio meio fez com que se buscassem saídas inovadoras para uma revista: na entrevista, adaptamos o procedimento de Adriana Calcanhotto, usado no disco A fábrica do poema. Os títulos das faixas são as perguntas a Dimitri Br e as respostas são áudio criado dentro do projeto de parceria Diahum (com Alexandre Hofty) e Misantropicalistas (com Victor Heringer) em forma de canção/poema sonoro. Quanto à crítica, uma composição em piano feita por Nariá Assis se costura à voz e às questões levantadas por Ítalo Moriconi para a poesia contemporânea. O próprio trabalho, ao fim, acabou ganhando a lógica de organização de um disco, dividindo-se em Lado A e Lado B, publicados como cd duplo, fato pouco usual para uma revista de poesia no país.
A Revista-Disco conta com colaboradores de várias partes do país e do mundo, de modo que, nela, se podem ouvir diferentes línguas e pronúncias, e maneiras diversas de fazer falar a linguagem. Desde o argentino Aníbal Cristobo e o alemão Timo Berger, ao mineiro Ricardo Aleixo e o carioca Leonardo Gandolfi; além das gaúchas Angélica Freitas e Fabiana Faleiros, o baiano Marcio Junqueira, e o português Changuito.
Além disso, procuraram-se colaboradores transitassem por diferentes áreas, como Antonio Cicero, poeta, letrista e filósofo, Rodrigo Arruda, poeta e participante do conjunto musical Choque do Magriça, Giselle Maria, contista e prosadora; a cantora, compositora, fotógrafa e designer, Laura Wrona, Domenico Lancellotti, que trabalha com escrita poética e musical, a atriz e produtora cultural Marcele Benigno, a musicista Ilana Linhales, e os artistas plásticos como Eo, que se divide entre a criação de objetos textuais e texturas sonoras, e André Anastácio, que tem se dedicado à construção de objetos artísticos/instrumentos eletrônicos junto com Vitor Zanom, produtor musical. Pluralidade também de experiências: desde o poeta Carlos Lima, da geração de 70, que conduziu a revista Alguma Poesia entre 1978 e 1986 junto com Moacyr Félix e Márcio Schiavo, a estreante, de 17 anos apenas, Victória Guimarães e representantes da cena poética brasileira que desponta nessas primeiras décadas do século XXI, como Luca Argel e Daniel Massa.
Muitas vozes que se combinam numa trama que poderia ser resumida com os versos de Gilberto Gil para uma canção dos Doces Bárbaros: “Somos nós, por exemplo, apenas vozes da voz”.
Revista-Disco Bliss Não Tem Bis
#LADO A
1- Changuito lê Cesariny
2- Montanhas e ventos. (Domenico Lancellotti)
3- Krill (Una Perla) (Aníbal Cristobo/ Timo Berger)
4- O poeta marginal (Antonio Cicero)
5- Mangar dos deuses (Rodrigo Arruda)
6- Margens (Giselle Maria/ Nariá Assis)
7- Laura Wrona relê Pessoa
8- 17 segundos (Lucas Matos/ Domenico Lancellotti)
9- Uma mulher limpa (Angélica Freitas)
10- ENTREVISTA COM DIMITRI BR Parte I (Por Diahum: Dimitri Br + Alexandre Hofty)
11- Daniel Massa não tem nome de poeta (Daniel Massa/ Ilana Linhales/ Lucas Matos/ Marcele Benigno)
12- Uma respiração (Ricardo Aleixo)
13- Balanço (Antonio Cicero)
14- p.s.: (Thiago Gallego)
#LADO B
0- Vinheta “Vou ler outro, né?” (Antonio Cicero)
1- 3 questões para a poesia contemporânea (Ítalo Moriconi/ Nariá Assis)
2- Translating é sexy (Leslie Kaplan – Marília Garcia/Leonardo Gandolfi)
3- Plano Contínuo (Luca Argel)
4- Changuito lê Miguel Martins
5- ENTREVISTA COM DIMITRI BR Parte II (Misantropicalistas: Dimitri Br + Victor Heringer)
6- Cinema Mudo (Clarissa Freitas)
7- Polícia, artista etc na base de Thomash – Acid Lillies (remix) (Fabiana Faleiros)
8- Falt’ar (Victória Guimarães/ Lucas Matos)
9- Estereofonia (Marília Garcia)
10- Comunhão de bens (Laura Wrona)
11- André Anastácio e Vitor Zanon releem Carlos Lima
12- O sétimo dia (_eo/Marcio Junqueira)
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FICHA TÉCNICA GERAL
REVISTA-DISCO BLISS NÃO TEM BIS
UMA PRODUÇÃO BLISS NÃO TEM BIS
APOIO COART/CTE/DECULT/SR-3/UERJ.
Concepção Geral & Direção Artística: Lucas Matos.
Produção Editorial: Clarissa Freitas, Lucas Matos, Marcio Junqueira & Thiago Gallego.
Colaboração: Marília Garcia.
Assistentes de Produção: Gabrielle Miguez, Marcele Benigno, Nádia de Mello.
Colaboradores:
André Anastácio
Angélica Freitas
Aníbal Cristobo
Antonio Cicero
Carlos Lima
Clarissa Freitas
Changuito
Daniel Massa
Diahum (Dimitri Br + Alexandre Hofty)
Domenico Lancellotti
Eo
Fabiana Faleiros
Giselle Maria
Ilana Linhales
Ítalo Moriconi
Laura Wrona
Leonardo Gandolfi
Leslie Kaplan
Luca Argel
Lucas Matos
Marcio Junqueira
Marcele Benigno
Marília Garcia
Misantropicalistas (Dimitri Br + Victor Heringer)
Nariá Assis
Ricardo Aleixo
Rodrigo Arruda
Timo Berger
Thiago Gallego
Vitor Zanon
Desenhos: Marcio Junqueria
Masterizado entre os dias 01 e 05 de Novembro de 2013 por Perazzo nos Estúdios Hanoi.
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.