No próximo sábado, 25 de novembro, pós 19h no Pagu Art Bar em Pelotas, acontece o Sarau Mandinga com lançamento do livro “8 horas por dia” (Concha Editora) da poeta Ju Blasina.
O evento tem entrada franca e o primeiro bloco será dedicado à apresentação do livro, a partir daí microfone aberto para a participação de todos. No Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher, o coletivo Mandinga Arte Cultura convida a todos para que leiam mulheres.
Ju Blasina
Mulher, feminista, mãe, bióloga por formação, poeta por condição, alquimista amadora e escrava da Netflix nas horas vagas, Juliana Ruas Blasina nasceu na Porto Alegre dos anos 80. Publicou seu primeiro livro de poemas aos oito anos, em cartolina cor-de-rosa, encadernado do lado errado. Vive em Rio Grande onde toca uma barbearia com o marido na garagem de casa. Publica em meios digitais e alguns jornais da região sul do Rio Grande do Sul desde 2009. Foi por anos cronista colaboradora do Caderno Mulher (Jornal Agora, Rio Grande) e da Revista Samizdat, além de integrante do grupo Mandinga Arte Literatura, com o qual levou pelo Estado o projeto Poesia no bar. Tem dois e-books publicados de forma independente (2010 e 2014), vinculados ao blog P+2T. Para Ju Blasina, o livro 8 horas por dia é “um sonho encadernado do lado certo”.
Sarau Mandinga com lançamento do livro “8 horas por dia” da poeta Ju Blasina
Quando? 25 de Novembro de 2017
Hora? pós 19h
Onde? Pagu Art Bar – Rua Três de Maio, 711 – Pelotas/RS
Quanto? Entrada Franca
Realização? Mandinga Arte Cultura
Editora Concha
A Concha é uma editora independente ligada à Mundo Moinho (www.mundomoinho.com.br), produtora artística de Rio Grande – RS, e existe para colaborar com a circulação de literatura, com a formação de escritores e com a ampliação de público leitor a partir da cidade papareia. Literatura contemporânea e crítica literária são nossos principais interesses. Projetos acadêmicos e experimentos em arte também têm nosso coração. Já foram publicados pela Concha os títulos Antes que o mundo aconteça, de Daniel Baz (poemas, 2016), Histórias de vento, mar e amor, organizado por Joselma Noal (contos, 2017) e 8 horas por dia, de Ju Blasina (poemas, 2017).
8 horas por dia (uma prévia)
Tricot
Desfazer velhos sonhos
como quem puxa a ponta solta
do velho agasalho de lã
Enrolar metros e metros
de fio, de novo e de novo
até ter nas mãos um novelo
Olhar para ele
como se fosse a primeira vez
Tecer com ele uma nova peça
que ao menos sirva
Durante a próxima estação.
Poema do amor banal
Perdoe-nos, poeta
mas hoje vivemos num tempo
de tanta pressa e tão pouca virtude
de desejos tão rasos e dizeres rudes
que das costelas fez-se grades
do corpo, o próprio leito:
viver agora é estar preso dentro do peito
e o coração apertado se debate
como quem ora tem ânsia de morrer
ora se ilude
a vida agora anda de um jeito
que temo não mais sabermos amar amiúde.
Turvos
Feito fumaça negra no céu azul
a raiva consumia as meninas
– e onde antes o amor era tudo o que se via
agora isso… um abismo absurdo
era triste admitir que já não havia
lá espaço a miniatura alguma
dela refletida
nem uma lágrima sequer contida nos cantos curvos
e naqueles olhos que um dia foram tão claros
– de um verde esperança tão raro
hoje se viam vazios e turvos
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
Faça um comentário