Coletivo Munaya entrevista Bruno Rosa (Farenait)


Uma banda que mistura distorções alienígenas, melodias etéreas e grooves hipnóticos! Essa é a Farenait, que toca aqui na Munaya nessa sexta-feira (07/12), junto com o Convés Imaginário. Trocamos uma ideia com o Bruno Rosa, vocalista e guitarrista da banda mais louca da cidade.

Te ligaí!

Coletivo Munaya – A Farenait existe a aproximadamente uma década mas segue produzindo sons cada vez mais interessantes. Nesse último EP que vocês lançaram em 2012, dá pra sacar uma porrada de influências modernas e antigas como Hendrix, Led, Sonic Youth, QOTSA e Nirvana, mas ainda assim vocês utilizam o termo Roots Rock como complemento ao nome da banda. Que raízes são essas que vocês tanto se apegam para seguirem fazendo som?

Farenait - Foto: Jerônimo Gonzalez

Bruno Rosa – O termo “roots rock” surgiu em uma conversa com o Stefano ( baterista ) quando falávamos sobre a origem da banda, sobre como as coisas sempre aconteceram para nós e também o nosso estilo de compor. É sobre fazer as coisas na garra, mesmo com todas as dificuldades que o meio musical underground possui. Em nossas composições se percebe muita coisa mesmo, somos muito ecléticos, ouvimos de tudo, rock, rap, reggae, mpb e toda essa mistura acaba surgindo de forma muito natural em nossas músicas.
Na música “Girl” por exemplo se percebe essa mistura de som antigo com som novo, tem muita influencia ali de Hendrix, de Led assim como de Gary Clark Jr e QOTSA.

CM – Vocês já tocaram nos mais diversos tipos de palco. Seja em eventos com uma mega produção, quanto em show em picos underground. Agora vocês vão dividir o palco com o Convés Imaginário, banda emergente no cenário alternativo do sul do estado. Como tu enxerga o cenário artístico na Pelotas de 2012?

BR – A Convés Imaginário ja mostra a cara desse cenário, é um cenário muito bom cara! Tem MUITA música boa em Pelotas, acredito ser se não o melhor um dos melhores cenários do RS, ja superamos POA há muito tempo. A galera do rock aqui manda muito, a do rap também, a do reggae também, enfim, é um cenário muito rico em cultura, com grandes chances de se ter algo a nível nacional.

CM – As letras de vocês geralmente retratam uma realidade densa e crítica do status quo da sociedade como um todo. No som Velório no Paraíso, a letra crava que há um sistema e um mundo contra o amor e pede pra que a gente abra os olhos pra ver o que sobrou. O que sobrou?

BR – Na verdade a música fala em anular nosso ego para ver o que sobrou, visto que na minha opinião esse mundo e esse sistema em que vivemos é todo construído pelo ego humano, e o homem segue destruindo muitas coisas, o amor, a paz, seus semelhantes, o planeta… eu apenas proponho que todos reflitam sobre esse sistema, que vejam a vida de outra forma, ou melhor, sem formas, que se perguntem o que realmente é importante.