Tristinha é o EP de estreia de Cuqui a ser lançado pelo Escápula Records. Composto por músicas autorais, a artista se utiliza de referências bastante contemporâneas para explorar diversas possibilidades criativas.
Sexta-feira, 24 de julho, “Tristinha”, EP de estreia da Cuqui, será lançado, e para ficar sabendo na hora em que ele ir pro ar, basta fazer o pré-save do Tristinha clicando em https://bit.ly/Tristinha e escolher a plataforma.
O EP é formado por três músicas compostas em momentos diferentes dos seus 8 anos de carreira, tendo passado grande parte deles como integrante da banda Musa Híbrida. A cantautora trata este trabalho como um projeto de autoconhecimento, além de ser sua primeira autoprodução musical.
Cuqui tem como influências, além de bandas e compositoras, como Fiona Apple, Saskia e Adriana Calcanhotto, desenhos animados, como She-Ra e Steven Universe, além de jogos como Alto’s Adventure. Uma coleção de beats disponibilizados em bancos gratuitos permitiu a criação de melodias próprias, que constroem a identidade de Tristinha, “um disquinho para tristinhas com pressão baixa”, segundo definição da própria Cuqui.
O Tristinha foi gravado e mixado pela própria artista em home studio em Pelotas/RS, e masterizado por Vini Albernaz, no estúdio Cabeça de Algodão, em São Paulo/SP.
Cuqui é um nome recorrente aqui nas matérias do e-cult desde 2012, integrante do trio Musa Híbrida, trilha sonora do filme Maria Clara, show o Sofá na Rua, entre outros. O trio faturou três troféus do I Prêmio Brasil Sul de Música, considerado pelo corpo de jurados a Revelação de 2012, o grupo faturou os títulos de Melhor Disco e Melhor Compositor (Alércio) da Categoria Livre.
Também noticiamos alguns lançamentos, entre eles, “Respirei o poema cuspi” em 2016, com direito a texto da poeta Angélica Freitas, “Piscinas Vazias Iluminadas em Pé” em 2018 e recentemente o single de Carnaval lançado em fevereiro de 2020.
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ENTREVISTA
Aproveitamos o lançamento de seu primeiro EP, aproveitamos para conversar com Cuqui sobre essa nova fase:
e-cult: Passados 8 anos de Musa Híbrida, quais as principais motivações para este primeiro trabalho solo?
Cuqui: Eu sempre tive essa vontade, agora a Musa Híbrida está desmembrada pelo Brasil e acho que isso possibilita o que nós três vínhamos conversando desde antes de qualquer pandemia, que é a multiplicidade de projetos musicais. Simultâneos! Sim, me perguntam se a Musa Híbrida acabou, a Musa Híbrida não tem fim. A gente continua trabalhando cada um no seu canto, quando for possível a gente vai adorar se juntar pra shows e outros trabalhos.
Estamos formulando um vídeo pra matar as saudades, mas a gente se inspira numa galera incrível que na real toca em 25 projetos com nomes diferentes: Kiko Dinucci, Juçara Marçal, Metá Metá, Padê, a gente quer tudo isso. São influências de modos de trabalho na música que com certeza nos atingiram durante o tempo que viajamos o Brasil em turnês de carro, liderados pela produtora sensacional que é a Caroline Rocha.
e-cult: Como nasceu e foi consolidado o projeto Tristinha? Como foi a adaptação para concepção e lançamento durante este período de distanciamento social devido a pandemia de Convid-19?
Cuqui: Na verdade a própria pandemia já foi o motivo inicial desse lançamento. Quando eu me dei conta eu tinha duas músicas e meia e a oportunidade de me inscrever em editais de emergência. Eu tinha o “som da poça”, que foi a primeira música que fiz a mixagem, pra trilha sonora da publicação digital que a minha namorada Inácio Rafaela organiza. Uma primeira versão da canção com a primeira edição estão disponíveis em paraquepossa.tumblr.com.
Finalizei a canção “abatida” pra entrar no ep e resgatei a “tudo tá tão errado”, que é uma composição minha que foi gravada na Casa Verde, no Espírito Santo, em turnê com a Musa Híbrida. O Vini Albernaz, que também assina a masterização do tristinha no seu home studio Cabeça de Algodão, gravou e mixou essa canção, ao contrário das demais, que já foram feitas em casa. Meu pensamento ao juntar essas músicas foi que a viagem em que gravamos essa canção, por ter durado 45 dias, também se tratava de uma espécie de quarentena. Nessa viagem de carro do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, vimos as primeiras carreatas do que seria o governo atual. Desde lá, tudo continua cada vez mais errado. Eu já estava num momento isolado antes do vírus. O medo já é uma estratégia amplamente utilizada há horas. Ficar em casa não é novidade pra mim e, pra quem se prometia sair mais em 2020, não deu muito certo.
Mas o que deu certo foi a oportunidade de dar continuidade a esse trabalho e outros que ficavam em segundo plano. Através do parceiríssimo, genial e local selo Escápula Records, eu repaginei o projeto e agora ele será lançado da maneira mais profissional e chique já vista. Além de estar em todas as plataformas digitais no dia 24/04 às 00:00, quem tiver interesse pode adquirir um CD à moda antiga entrando em contato comigo.
e-cult: O escolha do nome Tristinha surgiu de que forma? Existe alguma mensagem com essa escolha e também nas canções?
Cuqui: Não tem como ficar feliz agora, sabe? Acho que muita gente vai se relacionar com esse humor porque a gente precisa continuar vivendo mesmo nos momentos de desespero. Ao mesmo tempo que cutuca a ferida, as letras são suaves e a tristeza está no diminutivo, acredito que numa tentativa de lidar melhor com o que é inevitável. Depois de escolher este nome, descobri que essa música da Brvnks com o mesmo nome e amo a referência.
e-cult: Podemos esperar mais algumas novidades para este segundo semestre de 2020?
Cuqui: Por conta da pandemia, não estou realizando as minhas atividades como tatuadora, o que era uma das minhas principais fontes de renda. Neste exato momento estou tentando cursar a distância o fim da minha especialização em artes na UFPel: percursos poéticos e ensino. No texto final, estou relatando os processos da minha campanha de financiamento coletivo contínuo, através da qual eu escrevi a zinessérie MEIA de 2018 a 2020.
A campanha agora continua em http://apoia.se/tecla, e lá você pode se tornar um apoiador do meu trabalho e do trabalho da @inaciorafaela, além de receber zines & prints mensalmente no seu email e caixinha de correio: tem apoios para todos os bolsos. A ideia pro segundo semestre é criar um catarse para comprar uma impressora e atingir a tão sonhada independência gráfica. Acesse tecla.minestore.com.br se quiser comprar algum dos nossos produtos.
Apesar de todas essas tarefas, estou sim já trabalhando em um full álbum bem comprido e cheio de parcerias onlines, já recebi os primeiros materiais e ainda não tenho ideia de datas para lançamento, mas acredito que em 2021.
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Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
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