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Inventando a casa
Na sua entrevista para a edição de junho da e-cult, a artista Helene Sacco nos contou sobre a sua “paixão por inventar lugares”, e lembrou do parentesco entre “inventário” e “invenção”. Essas palavras todas – “lugar”, “casa”, “inventar”, “inventário”, acabamos percebendo, permeiam aquilo que fazemos no jornalismo cultural.
Nossa preocupação é, num certo sentido, a mesma de Vitor Ramil: inventar as ilusões da nossa casa. Ao escrever e cantar sobre Satolep, Vitor inventa (fora de si) um lugar. Da mesma forma, quando os MCs de Pelotas rimam sobre a “Sweet Home”, também eles inventam Pelotas. E nós, quando escrevemos sobre Vitor ou sobre a “Sweet Home”, desenvolvemos sobre essas narrativas – inventamos.
Nosso trabalho, como o de todo o mundo que escreve sobre cultura em Pelotas, é ao mesmo tempo fazer o inventário da cidade (daquilo que ela tem, culturalmente) e inventá-la. Nossa paixão, como a de Helene, é de inventar Pelotas.
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.