O futuro do jornalismo impresso em Pelotas – Crônica por Lucian Brum


Foto - Gustavo Vara

Os entregadores de jornal dormiram até tarde. Não havia edição para deixar nas caixinhas de correio ou jogar ao pé das portas. As notícias não foram impressas. Leitores acordaram, fizeram seu café e contentaram-se em passar páginas na versão digital. Foi a convergência de um hábito fundamental, o futuro do jornalismo impresso em Pelotas.

Nos dois dias de semana que a cidade esteve em lockdown, devido à pandemia do novo coronavírus, nenhum jornal local circulou. Foi uma amostra de como iremos lidar em breve com a notícia escrita. A vida digitalizada já é realidade, apesar de que, em nossa cidade, enxergarmos a manchete estampada ainda seja referência para uma verdade de fato.

O Papel foi o suporte em que a humanidade construiu sua história. Em sua superfície, as pessoas pensaram, registraram e compartilharam conhecimento. No jornalismo, os veículos impressos ensinaram os leitores a enxergar o mundo, transformando o que era aparentemente efêmero em perene, revelando as entranhas do que muitas vezes é visto de forma apressada. No entanto, te pergunto: qual foi a última vez que tu compraste um jornal? A resposta pode nos dar em proporção o tempo restante para circulação dos diários.

Eu acredito que ler no papel é a forma mais apta a concentração. Mas compreendo também que no cotidiano não se tem encontrado praticidade no manuseio de jornal. Uma vez que, o diálogo humano acontece na lida com o smartphone, e a informação chega na palma da mão antes mesmo do levantar da cama. Estamos vivendo uma mudança de época, e certamente não lerão no papel aqueles que são alfabetizados em tablets.

Por: Lucian Brum (@brumlucian)
Foto: Gustavo Vara (@gustavovara)

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