Um viva às gerações de skatistas pelotenses – Artigo


Foto: Manoel Rocha/acervo

Por: Manoel José Fonseca Rocha e Camila da Cunha Nunes

Despretensiosamente, lá pelos idos da década de 1970, chegou às vitrines das lojas e se tornou uma opção de diversão para gurizada. Aos poucos, passou a ser carregado de um lado para o outro e se transformou numa opção de presente em datas especiais, como o Natal e o Dia da Criança. Ao bem da verdade, virou “uma mania”, uma paixão! Estamos falando da tabuinha com quatro rodinhas! Claro, do skate!

Aqueles que viveram os anos de 1970 e 1980, sem dúvida, acompanharam o processo que transformou o skate numa prática corporal que veio para ficar. Era comum ver os jovens descendo as “lombas” da cidade de Pelotas, ou até mesmo, deslizando seus corpos pelas calçadas próximas de suas casas. Tratava-se de uma época em que as relações de diversão aconteciam praticamente nas ruas. Braços quebrados, joelhos rasgados, bocas cortadas e hematomas pelo corpo, eram marcas presentes da infância.

De “lomba” em “lomba”, de rua em rua, de praça em praça, o skate pelotense foi registrando sua história e territorializando seus espaços. Nessa contextura, veio à luz o sentimento de tribos urbanas… músicas, roupas, gírias, e outros atributos, passaram a identificar os apaixonados pela tábua com quatro rodinhas. Nesse deslizar, despretensiosamente, várias gerações de skatistas foram se construindo e consolidando o skatismo pelotense, e nessa trajetória, a prática do skate foi se ressignificando e ganhando novos sentidos.

De um simples brinquedo destinado às horas de lazer, aos poucos, foi ficando sério, se profissionalizando, e muitos skatistas, hoje, buscam uma forma de viver financeiramente do skate. Para alguns skatistas, sobretudo, para os mais veteranos, o skate não é um esporte, mas um estilo de vida, que permite uma sensação de liberdade, por um lado, e radicalidade por outro. Liberdade, porque permite que o skate seja carregado para qualquer lugar, na bicicleta, no ônibus ou, simplesmente a pé.

Essa possibilidade de o skatista estar sempre de posse do seu skate, possibilita um desvelar constante do espaço urbano, permitindo que a cidade venha à luz para abraçar à prática do skate. Para outros, talvez para os skatistas mais jovens, é um esporte como outro já existente, com regras, disciplinas e uma forma de ganhar a vida. “Ser ou não ser, eis a questão”! Bem, acreditamos que o skate nessa caminhada de ressignificações, ganhou visibilidade, e, despretensiosamente, chegou às Olimpíadas! Um viva ao skate! Um viva às gerações de skatistas pelotenses!

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1 Comentário

  1. Parabéns a Pelotas e sua história no skate que muitas e muitas conquistas e histórias ainda sejam contadas,abraços da família GS sapucaia do sul

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