Vade Retrô chega nas plataformas, relembra histórias e planeja disco novo


Vade Retrô tocando no Sofá no 1º Sofá na Rua
“Onde estávamos nós quando 2010 chegou?” se questiona Diego Queijo nos primeiros versos de “Canção Hiperbólica”. A música da banda pelotense Vade Retrô foi registrada pela primeira vez em um EP lançado em 2012.
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O som foi recentemente revisitado pelos integrantes, que moram agora cada um em uma cidade diferente, em uma versão caseira de quarentena (vídeo abaixo). Outra novidade da banda inativa desde 2013 é que tanto o EP Canção Hiperbólica, quanto o álbum homônimo de 2011 estão disponíveis agora no Spotify, Deezer e demais plataformas de streaming.
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A nova versão de “Canção Hiperbólica” foi lançada com um vídeo dirigido por Caio Passos. Em texto divulgado nas redes sociais, os integrantes Diego Queijo (vocal, violão), Ruan Libardoni (violão) e Matt Thofehrn (bateria), explicam que o pandemia “foi a fagulha” para eles desejarem se comunicar novamente como banda com os velhos amigos.
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“Temos certeza que as amizades são responsáveis por encher os dias de todos com muito calor para ajudar a sobreviver neste in(f)verno. Por isso, dedicamos esse vídeo singelo a todos os amigos que viveram essa época com a gente e continuam, lá e cá”, declarou a banda.
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Tomados deste clima de nostalgia, trocamos uma ideia com o Diego Queijo e vasculhamos alguns de nossos arquivos para relembrar um pouco das histórias da banda, que em alguns momentos se encontram com a história do próprio e-cult.

Quando 2010 chegou
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Consultando os arquivos do e-Cult, recordamos que quando 2010 chegou, os pelotenses da Freak Brotherz eram anunciados como uma das atrações no Fórum Social Mundial na capital; o “Futebol Sociedade Anônima” marcava presença no Curtas Gaúchas da RBSTV.
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A Pelotas de uma década atrás contava com uma cena do rock independente autoral que começava um novo ciclo de efervescência com a produtora Satolep Circus, entre outras, e um circuito de bares e casas de shows como: João Gilberto Bar, Fox Pub, Galpão, Santa Martha, Nova York Irish Pub, Pop Rock Disco Pub e Wong Bar.
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Ao lado de outras bandas da época, pode-se dizer que a Vade Retrô ajudou a escrever um capítulo importante do rock pelotense. Naquele começo de década, destacavam-se nomes como: Freak Brotherz, Psico Say Cannigia, She Hoos Go, The Woods, Mascates, Canastra Suja, The Raves, Convés Imaginário, Farenait, Calavera, Divergência, Chowchilla e Velha Armada. De todas as citadas, apenas as quatro primeiras continuam na ativa, embora vários integrantes das outras citadas estejam envolvidos em novos projetos musicais.
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Um álbum, um EP e muitas histórias
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A Vade Retrô como uma “ideia de banda surgiu em 2009”, com Diego Queijo (baixo e vocal), Ruan Libardoni (guitarra) e o desejo de produzir música autoral. Na sequência, o baterista Matt Thofehrn completaria o time. Em maio de 2010, eles fizeram o primeiro show da carreira no finado Fox Pub, apresentando “de cara” 14 músicas próprias.
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Vede Retrô no Galpão – Foto Gustavo Batista

A partir dali, a banda teve uma vida curta, mas movimentada, com diversos shows pela cidade e fora, dividindo palco com nomes conhecidos do rock gaúcho como Cartolas e Júpiter Maçã, tocando no programa Radar da TVE. Entre agosto de 2010 e janeiro de 2011, gravaram o primeiro álbum que seria lançado em maio daquele ano.

As baterias foram gravadas no estúdio da UCPel, enquanto que o restante foi registrado no estúdio de Augusto Damé na Andrade Neves, em cima da Studio Cd’s. Sobre as gravações, Diego recorda: “O engraçado é que na tarde do primeiro dia, depois de ter a bateria toda montada, precisamos parar porque o Júpiter Maçã estava na cidade e foi visitar o estúdio. E o Júpiter era algo que realmente nos conectava, porque o Matt curtia uns Hard Rock, o Ruan muito indie e rock gaúcho, e eu folk e MPB, eu acho”.
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“Foi uma coisa bem legal e nos deu uma energia/vontade muito grande de gravar mesmo as nossas músicas”, conta Diego, que chegou registrar um vídeo desta tarde (confira aqui). “O legal da segunda fase foi gravar em cima do calçadão de Pelotas. Com a cidade vivendo seu dia a dia”, complementa.
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O álbum conta com 14 faixas autorais compostas entre 2009 e 2010 e testadas ao vivo. Uma história curiosa é que um dos maiores sucessos do disco, a faixa “Música Romântica”, era um blues que foi composto especialmente para agradar um ex-integrante da banda, o guitarrista Natan Fonseca. Como na época da gravação ele não fazia mais parte da Vade, o músico Alex Vaz foi recrutado para fazer os solos.
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Vade Retrô no JG Bar – foto Rafael Takaki

Um quarteto por culpa do e-cult

“Uma vez a e-cult organizou uma série de acústicos no João Gilberto. Tocamos na noite da Lara Rossato, eu acho. Para isso, convidamos o Peduzzi para o baixo e eu passei para o violão”, recorda Diego. O evento ocorreu em março de 2012. A partir de então, Rafael Peduzzi (ex-Mascates) passou a integrar a banda nas apresentações futuras.
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No inverno de 2012, a Vade Retrô entrou no A Vapor Estúdio para o registrar as três faixas do “Canção Hiperbólica”. O EP foi produzido pela própria banda e conta com mixagem de Lauro Maia e Esmute Farias. Este é o único registro da banda como um quarteto, com Peduzzi no baixo.
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O trabalho ganhou formato físico em disco de 7 polegadas em uma edição limitada de 300 cópias, vindos diretamente da Polysom, no Rio de Janeiro. A capa e as artes são uma parceria de Daniel Rodales e Pablo Conde. O show de lançamento, no dia 10 de outubro no Pop-Rock Disco Pub, contou ainda com apresentação de um clipe para faixa título, produzido pelas então estudantes de cinema da UFPel Mariani Lima e Bettina Wieth.
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Outra relação da banda com o cinema foi a participação na trilha musical do filme “Bad Bitch”, dirigido por Felipe Tapia. O curta de exploitation/trash utiliza diversas músicas do primeiro disco da Vade. Na estreia, no Cine CineArt, a banda aproveitou para lançar um K7 (!) com raridades, como versões ao vivo e demos.
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Vade Retrô tocando no Sofá no 1º Sofá na Rua

Colocando o Sofá na Rua

Nesta época, a Vade Retrô também fez o show da primeira edição do Sofá na Rua, quando o evento ainda nem tinha esse nome e “conceito”. O show realizado no dia 20 de outubro de 2012 fazia parte de um evento chamado Festival Vira Lata (matéria da época). Inicialmente era pra ser dentro da sede do então Sotaque Coletivo (mais tarde Casa Fora do Eixo), mas devido ao espaço limitado resolveram ocupar a rua Tamandaré.
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“Nossa sugestão foi levar o sofá preto da casa para o meio da rua e tocar lá”, conta Diego. A proposta foi tão bem aceita que o evento já vai completar 8 anos, com mais de 60 edições. Notícia da terceira edição do já batizado Sofá na Rua, com Musa Híbrida.
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Vade Retrô no Grito Rock Esteio – Foto Luiza Helena

A banda encerrou suas atividades (parou de fazer shows) em meados de 2013, com a última apresentação realizada no Grito do Rock de Esteio. O fim do ciclo ocorreu por conta de conflitos de agenda entre os integrantes. Os últimos shows nem contaram com a participação de Matt, devido aos compromissos com seu outro projeto, a Jukebox. Quem assumiu as baquetas na ocasião foi a Emília Rodrigues.

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Dívida com Pelotas e planos
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“Ficamos com aquela dívida de tocar para os amigos em Pelotas. De acabar de verdade. Considero o nosso melhor show um que rolou em Santa Maria em 2012, e nunca conseguimos levar a mesma energia para Pelotas depois”, comenta Diego.
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Em 2017, quando a banda colocou toda discografia no bandcamp, Diego Queijo falou para o e-cult sobre o fato da banda nunca ter acabado formalmente. Também comentou da possibilidade de usar o ano de 2021, quando primeiro disco completará 10 anos, como uma desculpa para uma reunião. Questionado sobre isso ele promete:
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“A Vade começou como uma ideia de criação de músicas. Uma coisa autoral na cidade. A gente sentia falta disso. Então, quando tudo voltar no pós-pandemia, se a gente puder, a gente faz um show de despedida. Lançando um disco totalmente novo (que neste momento está em fase de composição a distância) para dar um bom sentido”. Aguardemos!
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Acompanhe Vade Retrô: facebook.com/vade.retro.58
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