O audiovisual é a principal linguagem de consumo. Maratonar séries na Netflix tornou-se um hábito tão consolidado quanto o gosto dos pelotenses por maionese. Inclusive, vamos fazer um bom uso dessa iguaria, maionese é apenas para comer, não para viajar. Pois, há outro hábito que nos leva a verdadeiras viagens e que domina nossa rotina: assistir vídeos nas redes sociais.
Quantos vídeos uma pessoa assiste diariamente no Instagram? Eu chutaria algo em torno de quinhentos a mil, para um usuário médio. Agora, para quem nasceu na era da internet e está agarrado à tela desde o berço, aí a conta vai longe. Mas, na minha infância, eu também estive na linha de frente dessas estatísticas. Quando a PANSAT começou a operar, seguida pela NET, a TV a cabo causou um impacto semelhante.
O TikTok dos anos 90 era o Cartoon Network. Era fácil passar mais de dez horas assistindo desenhos. Para melhorar essa experiência, era necessário um pouco de habilidade na cozinha, pois os nuggets eram preparados no forno a gás e a pipoca na panela. E, como pipoca é sinônimo de cinema, o interesse pelo canal Telecine surgia naturalmente. Em um verão como este, enquanto os amigos brincavam na rua, assisti a M, O Vampiro de Dusseldorf (1931) e Um Retrato de Mulher (1944), ambos do diretor Fritz Lang. Clássicos inesquecíveis.
Janeiro de 2025 iniciou promissor para o audiovisual brasileiro. Fernanda Torres conquistou o Globo de Ouro de melhor atriz em filme de drama pelo longa Ainda Estou Aqui (2024), dirigido por Walter Salles. Um prêmio inédito que está influenciando o interesse dos espectadores pelo cinema nacional. Nas tardes de férias de verão, não há nada melhor do que escolher um filme, botar a pipoca para estourar no microondas, pegar uma bebida no armário, abrir o freezer e se deparar com a surpresa: quem deixou a forminha de gelo sem água?
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Jornalista.
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