Construindo pontes e atravessando fronteiras, o intercâmbio entre artistas de diversos lugares têm criado um grande fortalecimento para a cena cultural.
Com uma bela construção de novas oportunidades à arte da zona sul, visibilizando trabalhos de artistas de diferentes segmentos e abrindo caminhos para trabalhadores culturais, mais um webprograma do Salve Arte Festival acontece na próxima terça-feira, dia 13 de abril, a partir das 20h, com transmissão no canal oficial do Youtube.
“O Salve Arte Festival vem com a proposta inédita e agregadora de unir mais de 60 trabalhadores, entre artistas de diferentes linguagens culturais e produtores, com a realização de espetáculos exibidos em plataformas virtuais e estamos sempre, com muita criatividade, pensando em formas para apresentar um projeto que tem sido tão bonito e importante para a cultura”, destacou Kako Xavier, coordenador, idealizador e apresentador do projeto.
As paredes e o palco da Casa do Tambor ganham ainda mais vida, som e luz, ecoando a magia e a força de cada apresentação. A realização que tem fortalecido frutos de coletividade como uma saída para trabalhadores na área da cultura, tem colocado a zona sul em destaque no cenário da cultura nacional, mas não só isso, como também, a conexão internacional, com a presença de padrinhos e madrinhas de outros países: “Estamos construindo pontes e entendendo que o resultado do nosso trabalho está indo além da região”, relata Kako.
Ele também afirma que o cronograma de trabalho previa que se fizessem gravações um mês antes das apresentações, porém com o agravamento da pandemia, a produção está pensando em novas formas para seguir com as apresentações, porém sem colocar em risco a vida dos artistas, evitando gravar neste período. “Teremos muitas novidades boas, de reinvenção do Salve Arte para seguirmos apresentando os espetáculos, como blocos temáticos especiais de segmentos de gravações que já haviam sido feitas anteriormente, para que tenhamos, antes de tudo, cuidado com a vida de todos nós”, declarou.
Com apresentação da Casa do Tambor, o Salve Arte foi contemplado no edital n° 09/2020 e é realizado com recursos da Lei nº 14.017/2020, através do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Sedac/RS. Ao todo, serão 224 nomes artísticos envolvidos e mais de 30 trabalhadores da arte e cultura, levando 56 espetáculos por mês.
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Salve Arte – Programação – Programa 11
Transmissão ao vivo pelo youtube oficial do Salve Arte, dia 13 às 20h.
Realização: Casa do Tambor
Coordenação Geral e Apresentação: Kako Xavier
Financiamento: Lei 14.017/2020, Lei Aldir Blanc, através do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Sedac.
Apoio: TVE, FM Cultura, Diário Popular, União FM, Prefeitura Municipal de Pelotas, Osirnet e TV Nação Preta.
Programação – Programa 11 – Terça (13/04), às 20h:
Serginho da Vassoura e a crônica musicada da cidade
O artista, conhecido por tocar nas ruas com a vassoura/guitarra confeccionada por ele mesmo e, por suas letras com crítica social, apresenta o seu trabalho mais recente, intitulado Brasil Mad Max. Para Serginho, o Festival Salve Arte é extremamente importante, pois acredita no trabalho independente dos artistas.
Ele terá como padrinho, o professor e pesquisador Mario Maia que se diz muito feliz com o convite: “Desde quando eu vi o Serginho tocar e foi passando pela praça, passei a admirar o seu trabalho, pois ele o faz com muita liberdade e experimenta sem medo. É um verdadeiro cronista da cidade”. Sobre o Salve Arte Festival, Mario destaca o caráter coletivo: “Tem muita gente envolvida que são trabalhadores da arte. O festival abrange o coletivo, tem um caráter social muito intenso, dando oportunidade a muitas pessoas, com uma característica diversificada, além de ampliar e chamar para os diferentes fazeres que existem por trás da arte, para que o projeto aconteça”, destacou.
Ana Mascarenhas: o canto, a palavra, a música e a voz
A cantora e compositora se apresenta junto com o músico Fabrício Moura, no formato voz e violão. Para o show do Salve Arte foram escolhidas músicas dos seus discos autorais. Para Ana, “o Salve Arte veio como um respiro para a alma dos artistas nesse momento crítico e tem sido uma forma de contribuir financeiramente com a carreira dos artistas”, destacou. Quem apadrinha é o músico Cardo Peixoto, diretamente de Caxias do Sul/RS. De acordo com Cardo: “A música sempre foi uma presença constante, e muito marcante, na vida da Ana. Na arte que ela produz, esses dois elementos: a vida e a música, são uma coisa só. Tudo que ela escreve, o que compõe e, depois, nos apresenta em forma de canção, é só dela… é ela própria, como só ela pode ser. E, ao mesmo tempo, acaba por tocar em coisas tão humanas, tão de cada um, que cativa os que a assistem, de uma forma irreversível; o que se traduz em uma legião de admiradores. Ana Mascarenhas empresta doçura e leveza à sua arte e nos entrega, generosamente. Nos dias de hoje, tê-la por perto é uma dádiva. A importância do Salve Arte está, justamente, em fazer este apanhado, registrar este momento do processo. E ainda tem a questão dos padrinhos, fazendo a arte da região se comunicar com outros artistas do estado, do Brasil e do mundo. Grande sacada”.
Black Diamonds e o Espetáculo Preto Rei: O Eu negro
Emanuel Brizolara, integrante da CIA Black Diamonds explica que a obra, ainda em construção, foi criada com o objetivo de mostrar na dança, o abastecimento principalmente a diversidade, unicidade e essência de cada um que está participando, como jovens negros que abraçam sua ancestralidade e se encontram com a negritude. Ele contou com o acompanhamento de Mariana Gouvêa, Larielly Donini e Weslley Costa. A obra traz características de dança afro, hip-hop, Jazz, Afro-House e contemporâneo.
“Vejo o Festival Salve Arte, como um projeto de extrema importância e necessidade, principalmente nesse momento. Visando a união e apoio entre nós, e mais ainda a oportunidade de estarmos trabalhando durante este momento em que estamos vivendo, pois sabemos como é difícil ser artista independente no Brasil, ainda mais com o descaso do atual ‘governo’para com a arte e a cultura, o Salve arte foi realmente um pilar que aos poucos vêm reerguendo a classe artística”, declarou.
Daiana Hartman, de Horizontina/RS, dançarina e pesquisadora, será a madrinha: “É extremamente interessante o espaço de divulgação entre diferentes artistas locais. O Salve Arte busca resgatar outros artistas que também fazem um lindo trabalho e isso é muito legal e o fato de artistas poderem conhecer novos artistas. Além disso, dá o espaço, tem o retorno financeiro que nesse momento de pandemia é essencial”.
Igo Santos e a sonoridade orgânica
O músico apresentará 3 canções que fazem parte do primeiro EP solo, intitulado “Transformar”, que foi gravado ao vivo no RJ num estudo analógico, em máquinas de fita, sem computador, buscando a sonoridade vintage e orgânica. O EP é realizado em conjunto com Valder Valeirão e terá lançamento ainda neste ano. “O nome do disco parte da ideia que sempre é possível mudar as coisas no mundo, a forma como a gente visualiza e vivencia as coisas. Transformar a si, seu local e sua comunidade. Para nós é um tema muito importante”, destacou Igo.
“O salve Arte é extremamente fundamental dentro e fora da pandemia pois valoriza um número muito grande de artistas de várias categorias da arte, valoriza o artista e sua obra autoral. Além de todo esse fortalecimento do sul e abertura autoral, proporcionou a muitos artistas trabalharem na pandemia e, ainda mais, com remuneração e possibilitando um material compilado, com áudio e vídeo em alta definição”.
Quem o apadrinha é Zebeto Corrêa, de Belo Horizonta/MG, cantor, compositor, instrumentista e produtor cultural: “As duas palavras que me vêm à cabeça quando penso no Arte Salva são: generosidade e diversidade. Nos tempos atuais, onde o individual está sempre se sobrepondo ao coletivo, ter pessoas pensando no “todo’ e não em si próprias, produzindo projetos que distribuem os recursos para diversos artistas, ou seja, desconcentrando as verbas em prol da classe artística, tão prejudicada e afetada pelo necessário confinamento devido à Covid19, é um alento e uma luz no fim do túnel para os artistas da região Sul”.
Tamborada: o som do tambor gera união
De acordo com Sandra Moreira, integrante da Tamborada, o grupo nascido na Casa do Tambor preparou um clipe quando começou a pandemia: “A Tamborada vinha com uma agenda bem legal e então veio a pandemia. A partir daí, resolvemos fazer o clipe para demonstrar a importância do isolamento. Agora somos nós dentro de casa! O clipe mostra os integrantes tocando, fazendo suas atividades, o envolvimento de cada um nesse momento de isolamento, precisando se reiventar. Eu vejo o Festival Salve Arte importantíssimo, principalmente agora na pandemia, pois os primeiros que pararam foram os artistas. O festival veio com a colaboração de vários artistas se colocando em cena e de levar o entendimento de como a arte pode auxiliar nesse momento, trazendo dignidade aos artistas. O Kako sempre foi muito importante para a Tamborada, ele é o mentor e o artista”, destacou.
O grupo de padrinhos da Tamborada é o grupo Zingado, de Caxias do Sul/RS: um coletivo de artistas populares que através da percussão, canto, dança e brincadeiras leva para o palco diferentes manifestações da cultura popular do Brasil.
“O momento está mostrando o quanto a arte e a cultura salvam, o quanto são essenciais para momentos como este. E ações e projetos como estes são muito importante pois é uma forma não só de fomentar a arte em si, mas para dar um auxílio aos artistas porque afinal de contas a arte salva, mas infelizmente nesses nosso tempo atual está difícil encontrar quem salve a arte e os artistas”, disse Sabrina, do grupo Zingado.
Parola Kirst e a voz como um potente instrumento
Cantora, compositora, natural de Rio Grande, lançou um trabalho no final de 2018 chamado “Costuras que me bordam marcas na pele”. Com a sonoridade do jazz, Paola apresentará 3 músicas novas que estarão no novo trabalho “Vertigem”, em parceria com outros compositores e compositoras. Lagarça Fenix é o nome pocket show. Ela faz uso da voz como instrumento, utiliza pedais de efeitos e looping (para voz) e toca bombo leguero (instrumento percussivo).
“O festival tem potencializado a produção de diversos artistas do teatro, dança, manifestações populares, músicos com trabalho autoral, etc. Reverencia a existência de mestras e mestres da cultura popular e conecta com os artistas da nova geração. Promove intercâmbio cultural do extremo sul com o mundo. Está movimentando a economia do sul, incentivando os nossos trabalhos. Geram conteúdo de extrema qualidade, muitas vezes, para artistas que ainda não tinham a oportunidade nem condições financeiras para isso. Nos surpreende com uma larga programação de altíssima qualidade, com foco na diversidade em todos os aspectos. Entre outras coisas, estão fazendo história e voltando os holofotes para a arte feita no extremo sul do país”, destacou.
Sua madrinha será: Adriana Sperandir, de Osório/RS, que é cantora, produtora cultural e cordenadora doColetivo de Arte e Cultura no litoral norte: “A Paola é uma artista fantástica, super talentosa e de um potencial gigante que merece ser mostrado ao mundo.Suas canções, seu trabalho são de extrema qualidade musical, uma artista completa e necessária. O Salve Arte é um dos projetos culturais nesse momento com mais relevância para a classe artística, porque além do valor financeiro que auxiliou os artistas nesse momento de pandemia, deu visibilidade a muitos artistas que não tinham oportunidades de aparecer a um grande público. Modelos como este projeto é o que esperamos que a Lei aldir Blanc deixe de legado aos futuros produtores e gestões públicas”, destacou.
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Fonte: Ediane Oliveira
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
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