“Latinoamerica Drama”: Juliano Guerra faz retrato da América Latina em música com participação de Vitor Ramil


Juliano Guerra
Latinoamérica Drama” é o novo single de Juliano Guerra - Créditos da capa: Valder Valeirão sobre foto de Felipe Campal

“a diáspora dos africanos / nas rimas dos manos do capão redondo / os hippies perdidos nos andes / prisões em los angeles cheias de hermanos”. Nos versos, um retrato da América Latina, nos quais é possível encontrar diferentes versões sobre um lugar.

“Latinoamérica Drama” é o novo single de Juliano Guerra, com participação do músico Vitor Ramil, que já está disponível em todas as plataformas digitais (ouça aqui). 

A escrita da música começou em 2019, em uma viagem que o cantor, compositor e instrumentista canguçuense fez ao Chile. A partir da visita ao Museu de Arte Pré-Colombiana e à casa do escritor Pablo Neruda, Juliano começou a refletir sobre uma sensação de pertencimento latinoamericano. “O mais interessante pra mim foi esse sentimento, porque acho que nós brasileiros muitas vezes temos esse apartamento dos vizinhos. Conforme eu via mais e mais o que temos em comum, fui nos entendendo melhor como unidade, como um grande povo latino”, comenta. Já a estrutura musical foi criada depois de Juliano ter recebido uma “aula informal” sobre a cueca, ritmo importante no Chile. 

Assim, a canção seguiu viagem com o músico, que colhia informações e inspirações por onde passavam — ele e a canção —, como a cidade de Pelotas (RS), onde morava na época, e a capital Porto Alegre, para onde se mudou. “Gosto de pensar que a canção faz esse trajeto comigo e vai se aprontando conforme eu consigo conceituar melhor esse sentimento de pertencimento — que passa, também, pelo fato de nossos problemas serem muitos similares, aqui, na Argentina, no Chile, no Uruguai…”, comenta o compositor.

Juliano Guerra
Gravação – Juliano Guerra e Vitor Ramil – créditos Felipe Yurgel

Outro viajante se soma, por fim. Vitor Ramil, cantor, compositor e escritor gaúcho, traz consigo a bagagem de quem há décadas pensa, cria e canta uma versão de latinoamérica: “É um artista que além de conceituar, sempre foi capaz de transformar conceito em obra de uma forma muito eficaz, muito refinada. Eu já tinha bastante vontade de gravar com ele, e quando essa canção ficou pronta me pareceu a oportunidade perfeita”, detalha Juliano Guerra. 

Na mala de Juliano Guerra, figuram referências desde João Gilberto e Stan Getz, passando por Donald Glover, Kendrick Lamar, Letrux até Jesse Reyez, além de companheiros de cena como Pedro Cassel e Thays Prado. “Mas a maior influência dos últimos cinco anos tem sido a própria cidade de Porto Alegre e ver a cidade sendo devastada, passando por um processo que eu vi em Berlim em 2013 e parecia uma realidade distante, tem sido também — para bem e para mal — uma influência no meu pensamento artístico”, ele comenta.  Para viagens futuras, Juliano planeja um novo álbum. O sucessor de “NEURA” (2018, Escápula Records), disco com o qual Juliano foi premiado como melhor compositor de MPB no Prêmio Açorianos de Música,  ainda não tem previsão de lançamento. 

Juliano Guerra

Foto: Felipe Yurgel

Compositor, intérprete e instrumentista, nascido na cidade de Canguçu. Juliano tem três álbuns de estúdio lançados, dentre os quais o mais recente, “NEURA” (2018, Escápula Records) conquistou o Prêmio Açorianos de melhor compositor na categoria MPB. Suas composições também figuram em álbuns de artistas como Paola Kirst, Mateus Porto e Isabel Nogueira.

Radicado em Porto Alegre desde 2019, o artista vem se preparando para o lançamento de seu quarto álbum, provisoriamente batizado de “Mantras Banais”. Nesse meio tempo, fez apresentações em duo com a compositora Thays Prado e participou dos shows de Pedro Cassel, de quem também é parceiro na canção “Olho da Rua”, do elogiado álbum “Boca Braba” (2022).

Juliano Guerra

FICHA TÉCNICA:

voz: vitor ramil
voz e violão: juliano guerra
violão: ana matielo
violinos: clarissa ferreira
percussão: joão bauken
synth bass: olímpio machado
produção musical: olímpio machado e juliano guerra
instrumentos gravados nos estúdios do OCorre.Lab por olímpio machado
vozes gravadas por lauro maia no Audioporto
mix e master: lauro maia
fotos e vídeos: felipe yurgel
capa: valder valeirão sobre foto de felipe campal

Fonte: Claudine Zingler

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