A mensagem de luta e empoderamento, e o legado artístico e cultural da pelotense Daiane Alves – mais conhecida como Preta G – além de integrar a memória afetiva de milhares de admiradores, amigos e familiares, agora também está eternizada no nome de uma das ruas do Getúlio Vargas.
Nesta sexta-feira (27), a prefeita Paula Mascarenhas, a vereadora Daiane Dias (PSB) e personalidades ligadas à trajetória da artista estiveram na esquina das ruas Quatro – agora rua Preta G – e Onze para inaugurar a placa que registra a importância da rapper para o bairro e para a cidade.
Falecida precocemente aos 28 anos, em 2008, Daiane deixou um legado marcante não só na música e no movimento Hip Hop, mas também na defesa do feminismo e na mensagem de emancipação e conquista dos direitos das mulheres – herança que, até hoje, inspira meninas e mulheres da comunidade.
“A Preta G se construiu através da arte e da cultura, deixando um exemplo para tantas crianças e jovens da cidade. Fica a sua memória simbolizada nesta rua do Getúlio Vargas, lembrando que existiu esta mulher lutadora que fez tanta coisa boa durante sua vida”, afirmou a prefeita.
Paula ressaltou que a artista é prova de que a cultura é uma ferramenta poderosa para a inclusão, a prevenção à violência e a criação de oportunidades capazes de mudar vidas.
A proposta de reverenciar a trajetória de Preta G partiu da própria comunidade, seus amigos e familiares, e foi acolhida pela vereadora Daiane Dias, que indicou a nova denominação da via. Contente por contribuir para o feito, ela comentou que a ideia é perpetuar a mensagem de luta deixada pela rapper e influenciar positivamente as novas gerações.
G de Guerreira, G de Getúlio
Emocionada, a mãe da homenageada, Luza Lacerda, relembrou os primeiros anos de vida da filha que, desde pequena, já demonstrava o amor e o talento para a música – sempre utilizando suas histórias de vida para criar rimas e tentar ajudar outras pessoas. “Ela ia passando pelas dificuldades e transformando em arte, buscando sempre inspirar quem estava perto”, contou.
Amigo de Preta G, o presidente da ONG Anjos e Querubins, Ben Hur Flores, explicou a origem do nome artístico da rapper. “No início era para ser G de Guerreira, mas a relação tão forte com o bairro fez com que o G ficasse de Getúlio”, disse. Flores enfatizou a simbologia da esquina escolhida para a colocação da placa – local que, há 11 anos, sediou o festival que consagrou a artista como melhor MC feminina.
“A história dela é de superação por meio da arte. Cantava descalça, se emocionava e nos emocionava. As pessoas gostavam até quando ela errava a letra… A menina do Getúlio Vargas agora dá nome à rua”, comemorou.
Texto: Luiza Meirelles
Fonte: pelotas.com.br
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
Faça um comentário