No entroncamento da Rua Tiradentes com Gonçalves Chaves existe um muro onde são colados cartazes dos shows que aconteceram ou estão por acontecer em Pelotas. Talvez me engane, mas o local parece ser o termômetro desses eventos, revelando que a cidade é atraente, sim, para a realização de espetáculos musicais.
Pelo menos aos artistas que vem de fora, capazes de fazer boas bilheterias. O mesmo já não se pode dizer dos músicos locais, cujos espetáculos acontecem, mas nem sempre com o público esperado. E não é por falta de publicidade. Seus “reclames”, igualmente, vão parar no referido muro e em lugares de grande concentração urbana, anunciando espetáculos. Entretanto, por cima desses surgem, como que num passe de mágica, mais cartazes dando conta da vinda dos artistas de fora.
Indubitavelmente estamos diante de uma “guerra”. Produtores culturais com poder de fogo guerreando contra outros não tão bem equipados, disputando espaço não só na mídia tradicional – rádio, jornal, tevê, internet – mas nos muros, postes, casas abandonadas, tapumes de obras e etc. Todo e qualquer lugar é válido para colar o cartaz do espetáculo da vez.
Às noites vê-se um exército de “coladores” de cartazes, tratando de colar “anúncios” sobre os já afixados. Respeito? Para quê?! O importante é prestigiar o nome do artista que vem de fora. Dane-se o artista local! Ele que vá cantar nos barzinhos, nos restaurantes… Afinal, não têm nome!
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Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
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