6ª edição do evento ocorre em Bagé entre os dias 24 e 29 de novembro


Paulo José e Elza Soares são os homenageados do Festival Internacional de Cinema da Fronteira. 

A fronteira do Brasil com o Uruguai possui um município referência na produção e exibição audiovisual: Bagé, que se prepara para receber a 6ª edição do Festival Internacional de Cinema da Fronteira entre os dias 24 e 29 de novembro. Os artistas homenageados serão o ator e diretor Paulo José e a cantora Elza Soares, que estarão presentes na noite cerimônia de abertura – que será seguida de show com Bebeto Alves e exibição do filme My Name Is Now, que narra a trajetória da diva do samba. Este ano, o Festival da Fronteira inaugura a mostra competitiva de longas-metragens com sete títulos em competição, além das tradicionais mostras competitivas internacional, regional e universitária de curtas-metragens.

O Festival Internacional de Cinema da Fronteira tem como objetivo criar uma janela de exibição na região limítrofe do Brasil como maneira de incentivar a produção regional e fortalecer o mercado audiovisual no Rio Grande do Sul. Especializado em produções latinas e lusófonas, ao todo, foram aproximadamente 500 inscrições nos formatos curta e longa-metragem com destaque para Argentina, Cuba, Colômbia, Costa Rica, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela. Com exceção de Amapá e Tocantins, todos os estados brasileiros estarão representados na sexta edição.

Os curadores do Festival da Fronteira são Cid Nader, jornalista e crítico de cinema do portal Cine Qua Non, e Carla Henriques, produtora e apresentadora do programa Grande Plano sobre cinema em língua portuguesa de Moçambique. A direção artística do Festival da Fronteira é coordenada pelo cineasta Zeca Brito.

DESTAQUES
– A mostra Made in Paraguay, que fez sucesso nos meses de setembro e outubro no Rio de Janeiro e São Paulo, estará no Festival da Fronteira. Destaques para: “Sebastian Voodoo” (animação que ganhou mais de 107 prêmios); “7 Caixas” (ficção de maior sucesso de público da história do Paraguai, batendo “Titanic”); “Hamaca Paraguaya”(recebeu o Prêmio da Crítica no Festival de Cannes) e o épico “Libertad”(que retrata a guerra pela independência do país e é a maior produção do cinema paraguaio).

– O Prêmio Memória & Patrimônio oferece R$ 15 mil em premiações para os destaques da Mostra Competitiva Regional (especial para os municípios da Fronteira Oeste). O Instituto ACM, de Salvador-BA, estará presente na Comissão Julgadora do Prêmio Memória & Patrimônio do Festival, com sua superintendente Cláudia Vaz. O IACM vai a Bagé, também, para conhecer melhor o desenvolvimento e o conceito do prêmio que, talvez, seja levado para Salvador.

– O Festival da Fronteira reforça uma parceria com os países de língua portuguesa através da mostra FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa – que trará títulos produzidos na Europa e na África, e inaugura a Mostra de Animação Portuguesa.

– Uma das atrações do Festival da Fronteira será a apresentação para o público escolar dos dez filmes mais premiados em 15 anos do Núcleo de Especiais da RBS. Na ocasião, a organização do festival homenageará o Núcleo pelo aniversário e o Projeto Histórias Curtas, que chega ao 14º ano de atividades. Estão confirmadas as presenças das jornalistas Alice Urbim e Leonice Sordi, diretora e coordenadora de produção do Núcleo de Especiais da RBS.

– O Festival da Fronteira recebe pela primeira vez a Seleção especial do Festival Internacional de Cinema Super8.

– O Festival da Fronteira promove o encontro sobre a Linha de Produção de Conteúdos Destinados às TVs Públicas do Fundo Setorial do Audiovisual.

– O conceito de identidade visual da 6ª edição do Festival da Fronteira é em homenagem ao artista plástico bajeense Glauco Rodrigues.

LONGAS EM COMPETIÇÃO
A História da Eternidade, de Camilo Cavalcante, (121min) / Em um pequeno vilarejo no Sertão, três histórias de amor e desejo revolucionam a paisagem afetiva de seus moradores. Personagens de um mundo romanesco, no qual suas concepções da vida estão limitadas, de um lado pelos instintos humanos, do outro por um destino cego e fatalista.

Branco sai, Preto Fica, de Adirley Queirós (93 min)
O filme cria suas imagens e sons a partir de uma história trágica: dois homens negros, moradores da maior periferia de Brasília, ficam marcados para sempre graças a uma ação criminosa de uma polícia racista e territorialista da Capital Federal. Essa polícia invade um baile black. Tiros, correria e a consumação da tragédia: um homem fica para sempre na cadeira de rodas, o outro perde a perna após um cavalo da polícia montada cair sobre ele. Mas esses homens não se sentem confortados em contar a história de maneira direta e jornalística. Eles querem fabular, querem outras possibilidades de narrar o passado, abrindo para um presente cheio de aventuras e ressignificações, propondo um futuro.

Dromedário do Asfalto, de Gilson Vargas (83 min)
Dromedário no Asfalto é feito de dois movimentos: o andar e o sentir. Andar sob o céu do inverno platino; e sobre o asfalto. Sentir sob o silêncio da jornada; reviver as memórias afetivas. Pedro anda e sente; caminha e cruza a fronteira entre países irmãos, Brasil e Uruguai. Segue em busca de homem que, assim como ele, vive recluso em suas próprias divagações: seu pai.

El Lugar del Hijo (O Lugar do Filho) de Manolo Nieto (120 min)
Ariel Cruz é um jovem que estuda em Montevidéu, e fica sabendo da morte do pai após anos afastado de casa. Para ir ao funeral e enfrentar o legado paterno, ele precisa viajar a Salto, no interior do Uruguai. Ariel se vê diante da responsabilidade de administrar as finanças quebradas que herdou, além de decidir o destino de sua antiga casa com a amante do pai, que pretende ficar com o lugar, e morar ali com ele.

Os Maias – Cenas da Vida Romântica, de João Botelho (139 min)
Entre Afonso da Maia e o seu neto Carlos constrói-se o último laço forte da velha família Maia. Formado em medicina na Universidade de Coimbra e posteriormente educado numa longa viagem pela Europa, Carlos da Maia regressa a Lisboa no Outono de 1875, para grande alegria do avô. Nos catorze meses seguintes, nasce, cresce e morre a comédia e a tragédia de Carlos como a tragédia e a comédia de Portugal. A vida ociosa do médico aristocrata, invariavelmente acompanhado pelo seu par amigo, o génio da escrita e de obras “inacabadas”, o manipulador João da Ega, leva-o a ter amigos, a ter amantes e ao “dolce fare niente”, cheio de convicções.

Permanência, de Leonardo Lacca (90 min)
Um fotógrafo pernambucano viaja a São Paulo para sua primeira exposição individual e decide se hospedar na casa da ex-namorada, hoje casada com outro homem.

Songs from the North (Canções do Norte), de Soon-Mi Yoo (72 min)
É um filme-ensaio que procura um novo olhar sobre o enigma da Coreia do Norte, um país quase exclusivamente visto através das lentes distorcidas da propaganda nacionalista ou da sátira irrisória. Cruzando imagens das minhas três visitas à Coreia do Norte com canções, espetáculos, cinema popular e imagens de arquivo, SONGS FROM THE NORTH tenta compreender, através dos seus próprios termos, a psicologia e imaginação popular dos Norte Coreanos e a sua ideologia política de amor absoluto, que continua a guiar o país para um futuro incerto. Olhar de perto e objetivamente para a Coreia do Norte, um país que desafia os nossos valores fundamentais sobre a condição humana, é última instancia um questionamento do sentido da liberdade, do amor e do patriotismo.

SERVIÇO
O quê: 6ª edição do Festival Internacional de Cinema da Fronteira.
Quando: de 24 a 29 de novembro em Bagé – RS – Brasil.
Onde: Centro Histórico Vila de Santa Thereza.
Contato: Calvin Furtado (51) 98362563.
Informações: http://festivaldafronteira.com/