A dor que ainda sangra: Manifestação em Bagé relembra tortura na ditadura militar


Do lado de dentro de um clube, militares e simpatizantes do governo Médici participavam do lançamento do livro sobre o período.Do lado de fora, manifestantes lembravam da tortura que a ditatura militar causou

“Bagé pede desculpas ao Brasil” dizia em um dos cartazes. Os manifestantes estavam na própria terra de Emílio Garrastazu Médici, militar que governou o País de 69 a 74, tendo um dos governos mais sangrentos da história da política. Há pouquíssimos metros de distância dos manifestantes e ao mesmo tempo, acontecia o lançamento do livro “Médici: A verdadeira história” – escrito pelos coronéis Claudio Heráclito Souto e Amadeu Deiro Gonzale, em Bagé. Em frente ao local onde o livro estava sendo lançado, o grupo de militantes gritou por justiça em memória dos torturados, desaparecidos e mortos pela ditadura militar. A manifestação aconteceu na última quarta-feira (11).

Na busca de chamar a atenção da comunidade em geral e do público que, saudosamente, assistia ao lançamento do livro, o grupo lembrou alguns dos tantos nomes de militantes que sofreram na ‘era Médici’: “Precisamos romper o silêncio que paira sobre esta cidade. Bagé não tem orgulho dos tempos do Médici, o governo mais nebuloso da história do Brasil”, disse um dos organizadores.

Contra a visão da história apresentada pelos militares aposentados, o grupo também lembrou da importância da abertura dos arquivos da ditadura e do julgamento dos torturadores no Brasil.

Fonte: Maria Bonita Comunicação

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão
(Geraldo Vandré)