“A Mulher que Queria Ser Micheliny Verunschk” reestreia no dia 13 de julho no Estúdio Stravaganza


Sandra Possani protagoniza a montagem da Cia. Stravaganza — foto: Vilmar Carvalho

Protagonizado pela atriz Sandra Possani, o espetáculo A Mulher que Queria Ser Micheliny Verunschk é baseado no romance homônimo do pernambucano Wilson Freire. Dirigida por Adriane Mottola, a montagem terá sessões de 13 de julho a 3 de agosto, sempre aos sábados, às 20h, no Estúdio Stravaganza (Rua Dr. Olinto de Oliveira, 68 — Bairro Santana). Os ingressos estão à venda na plataforma Sympla.

Micheliny traz ares marítimos de uma mulher que, desde pequena, só conhece a dor. Adolescente, foi apresentada ao sexo de jeito forçado. Crescida, quis ser escritora. Achava que as pessoas aprendiam a ler olhando as letras, as palavras dos livros e elas pulavam para dentro dos olhos e saíam pela boca. Ingênua, foi uma garota educada num ambiente masculino, em zona portuária.

A personagem sai pouco do aquário onde vive. O contato que tem com o mundo são os homens que passam pela vida dela. Mas eles, logo, se vão em navios. A personagem é um “porto sem cais”. Vê a vida passar e sumir no mar, em constante imobilidade. Mas a imaginação dela é gigante: gosta de garatujar letras, cascavilhar ideias, chafurdar frases à procura da inspiração para contar a própria história.

Mas como escolher um nome à altura dessa enorme tarefa, um pseudônimo de escritora? Que mulher é ela? Qual roupa veste? Que mulher gostaria de ser? Essas são algumas das perguntas que tensionam o romance e, consequentemente, a encenação. Wilson Freire define por nome a roupa que nos dão, vestimos ou rasgamos. A protagonista não aceita o próprio nome, a roupa que lhe deram, quer subverter o destino anunciado, reescrever a própria biografia. Num mundo que a imobiliza, ela quer ser e vai lutar para achar o próprio espaço. É uma alma buscadora.

Um espetáculo no qual está presente a condição feminina como a percebemos: um espaço violentado, colonizado, como esta pátria nossa, estuprada e corrompida desde o seu “descobrimento”.

A equipe de A Mulher que Queria Ser Micheliny Verunschk tem os dramaturgistas Fernando Kike Barbosa, Adriane Mottola, Angela Spiazzi (também Diretora de Movimento e Assistente de Direção) e Sandra Possani, cenário de Rodrigo Shalako, figurino de Liane Venturella, iluminação e videografia de Ricardo Vivian, cena sonora de Álvaro Rosacosta (música El Tiempo Teje Historias, de Álvaro, com arranjo, violões e charango de Beto Chedid, voz de Simone Rasslan), maquiagem de Miriã Possani, designer de identidade visual de Pingo Alabarse, redes sociais de Duda Cardoso e Vitor Stiff como estagiário de iluminação. A realização é da Cia. Stravaganza e a produção da Amora Produções Culturais.

Wilson Freire é dramaturgo, cineasta, compositor e escritor pernambucano. Nasceu em São José do Egito, no Pernambuco, em 1959. Em Recife, começou a militância artística junto ao Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco (MEIPE) participando de encontros e recitais. O livro Porque mãe Morena foi um dos que obtiveram maior visibilidade na época. Publicou, entre outros, A Mulher que Queria Ser Micheliny Verunschk e A Única Voz. Realizou os filmes A Pernalonga da História (Menção Honrosa Festival de Vídeo do Recife, 2005), Dor: Expressão e Superação (2005), Miró: Preto, Pobre, Poeta e Periférico (vencedor da Mostra Pernambucana de Vídeos do Cine PE, 2008), Feliciano Espera a Última Sessão, vencedor do Prêmio de Melhor Direção de Arte do 1° Festival de Vídeo de Cascavel (PR) e PS: Solo Pernambucano, documentário feito em dupla com Leandro Godinho, sobre a trajetória do escritor Marcelino Freire.

A Mulher que Queria Ser Micheliny Verunschk tem financiamento do Pró-Cultura RS FAC, aprovado no Edital SEDAC n° 16/2021/FAC das Artes de Espetáculo.

>> SERVIÇO:

QUANDO: 13, 20 e 27 de julho e 3 de agosto, sempre aos sábados, às 20h. O bar do Estúdio Stravaganza abre às 19h.

ONDE: Estúdio Stravaganza (Rua Dr. Olinto de Oliveira, 68 — Bairro Santana)

QUANTO: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia-entrada) na plataforma Sympla

LOTAÇÃO: 35 espectadores por sessão

Foto: Vilmar Carvalho

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