Lançada nesta ultima quarta-feira, dia 21, a primeira edição da revista eletrônica ORSON, que pode ser lida através do site http://orson.ufpel.edu.br, com possibilidade de download no formato pdf de toda edição.
A publicação, com periodicidade semestral, é uma iniciativa dos cursos de Cinema e Audiovisual e Cinema de Animação da Universidade Federal de Pelotas – UFPel e tem como objetivo criar na internet um espaço de divulgação e reflexão em torno do audiovisual, reunindo convidados, em sua maioria docentes e discentes tanto ligados à UFPel quanto a outras universidades, através de artigos inéditos. Com isso, a ORSON imprime um conceito de diversidade de pensamento, que se estende à valorização de toda e qualquer obra audiovisual, produzida em qualquer dispositivo, para ser veiculada em qualquer meio.
Pelo sumário da edição, é possível vislumbrar essa diversidade: de Orson Welles a Lisandro Alonso, de Stanley Kubrick a Gustavo Spolidoro, do cinema silencioso, à animação gaúcha e à videoarte. E como entendemos que a literatura será sempre a fonte maior e mais sagrada de informação e reflexão, apresentamos também uma seção de resenha de livros que abordam o audiovisual, tratando desde a encenação, passando pelo som até à crítica de cinema.
Orson nas redes sociais: facebook.com/revistaorson – twitter.com/revistaorson
Sumário da edição nº 01
Editorial
Expediente
Seção Primeiro Olhar
Cinema e imprensa ilustrada nos anos de 1910: a vida passa e as imagens ficam
Alice Dubina Trusz
Um olhar sobre a alteridade em Morro do Céu
Guilherme Carvalho da Rosa
O cinema do depois: memória, nostalgia e estéticas retroativas no cinema pós-moderno
Ana Paula Penkala
O toque da maldade em Orson Welles
Enéas de Souza
Linguagem, filme, vídeo e poética
João Carlos Machado (Chico Machado)
Pensando a trilha sonora para audiovisual
Gerson Rios Leme
Franscisco Santos: um ilustre desconhecido
Liângela Xavier
Processo criativo e balanço do ciclo “A Filosofia e o Cinema Político”
Luís Rubira
F for Fake – Mentir para encantar
Ivonete Pinto
Visualidade pós-moderna no cinema de animação
Carla Schneider
Distribuição de curtas universitários: pró-atividade e continuidade de produção
Cíntia Langie
Seção Profundidade de Campo – O que estamos pesquisando
O cinema de animação no Brasil e o National Film Board of Canada
Carla Schneider, Camila Mitiko Inagaki e Bruna Thaís de Paula
O cinema de animação no RS e os animadores argentinos
Carla Schneider, Paula Di Palma Back, Isadora Ebersol e Eduardo Rodrigues de Souza
Lobo da Costa e o cinema – Uma hipótese a trabalhar
Ivonete Pinto e Renato Cabral
Trajetórias do cinema no RS: Um estudo sobre a produção e a distribuição de longas-metragens no estado a partir de 2005
Cíntia Langie, Jordana Coutinho, Thiago Rodrigues e Kamila Moraes
Percurso gerativo de sentido na direção de atores: uma alternativa na direção audiovisual
Josias Pereira
Seção O Processo – o que estamos estudando
Elogio ao banal
Thiago Rodrigues
Alonso e o discurso sensorial
Guilherme Gonçalves da Luz
Buffalo ’66 e o cinema independente norte-americano
Eduardo Resing
Por uma animação bidimensional
Carolina Gaessler
Leon Hirszman frente ao cinema brasileiro: o reconhecimento ante o esquecimento
Caio Mazzilli
Stanley Kubrick – do cineasta ao pensador
Augusto Vieira
Seção Dom Quixote – O que estamos lendo
Choque perceptivo
Guilherme Carvalho da Rosa
Criação de curta-metragem em vídeo digital
Liângela Xavier
A crítica sem papas na língua
Marcus Mello
O Cinema e a Encenação
Ivonete Pinto
The Foley Grail: the art of performing sound for film, games, and animation
Gerson Rios Leme
Desvendando os quadrinhos
Cíntia Langie
Seção Kane – Com quem estamos conversando
Entrevista – Direção de Atores em Foco : Sandra Werneck e a arte de ouvir o ator
Josias Pereira
Por fim, por que o nome ORSON? Se para muitos são dispensáveis as explicações, para outros, como os alunos de cinema recém começando a vida acadêmica, vale lembrar que Orson Welles é o pai do cinema moderno, nas palavras de um dos grandes especialistas na sua obra, Youssef Ishaghpour. Quando Orson Welles morreu, em 10 de outubro de 1985, no dia seguinte a capa do jornal francês Libération estampava a manchete: “LE GEANT” e logo abaixo, o jornal trazia: Orson Welles a été retrouvé mort hier dans sa residende d’Hollywood. Enfant prodige avant de devenir artiste prodige, mystificateur radiophonique, acteur shakespearien, promoteur de projets jamais réalisés et de films qui restent parmi les plus grands.
Texto simples que dispensa tradução, o Libération disse nas entrelinhas que Orson Welles foi gigante porque entendeu o cinema em suas múltiplas linguagens ao realizar o insuperável Cidadão Kane. Gigante porque só tinha 25 anos quando realizou esta obra; gigante porque o seu primeiro filme é tido como o melhor de todos os tempos, gigante porque expôs como ninguém a relação entre o poder e a lei em A Marca da Maldade; gigante porque concebeu F For Fake, um documentário que de tão falso esgota a discussão em torno do que pode ser considerado fato e ficção em um filme. Gigante porque continua a produzir o brilho nos olhos de todos aqueles que amam o cinema, sejam da academia, ou longe dela.
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
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