Templo tombado como patrimônio municipal e estadual teve cobertura refeita e tem garantia de mais R$ 1,3 milhão para novas fases de recuperação
Após dez meses de intervenções, a Igreja Sagrado Coração de Jesus, em Pelotas, teve a cobertura entregue oficialmente na última sexta-feira (22). A obra restaurou a estrutura superior do prédio através da substituição do telhado existente até então por um novo, executado a partir da adoção de métodos originais da construção e materiais semelhantes. Com a conclusão desta fase, o templo conhecido popularmente como Igreja do Porto passará por uma nova etapa a partir de fevereiro: a restauração do forro em madeira.
O objetivo é fazer com que a construção do começo do século 20, tombada como patrimônio histórico do Município e do Estado, retome o formato, as dimensões e a paginação do forro original. Além disso, o projeto a ser executado pela Perene Patrimônio Cultural – mesma empresa responsável pela restauração da cobertura – inclui também a instalação de nova rede elétrica sobre o forro e a realização de serviços para recuperação estrutural de colunas e vigas. Para isso, serão investidos R$ 1.377.900,00 da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) do Rio Grande do Sul. A garantia da destinação do recurso direto via Fundo de Apoio à Cultura (FAC) foi confirmada pela secretária estadual da Cultura, Beatriz Araújo.
De acordo com a arquiteta Simone Neutzling, da Perene, esta fase também deve ser concluída em até dez meses. Uma vez entregues estas obras, o templo estará em condições de ser reaberto ao público, voltando a receber missas e celebrações religiosas da comunidade. Desde que a igreja foi atingida por um ciclone-bomba em 2020 que abalou sua estrutura, todos os eventos passaram a ser realizados no salão paroquial.
“Esta é uma obra muito desafiadora, talvez uma das mais complexas que já participei. Estamos orgulhosos de termos concluído esta primeira etapa e agradecidos à equipe. É um projeto que passa também por uma comunicação educativa sobre a importância do patrimônio e de sua preservação”, avalia a arquiteta.
A cobertura
Iniciada em janeiro de 2024, a restauração do telhado da Igreja do Porto no método construtivo original foi definida como etapa inicial pela necessidade de salvaguarda do prédio. Devido a uma reforma anterior que modificou a cobertura e aplicou materiais diferentes dos previstos na construção da edificação, estruturas de vigas e paredes tornaram-se vulneráveis, situação agravada pelo ciclone-bomba de 2020.
Executada com apoio do Ministério Público do Estado (MP-RS) e por meio da LIC com patrocínio master da CMPC e patrocínios de Polisul Cerealista, Decorreias, Pra Casa Lorenzet e Arroz Brejeiro, a primeira fase envolveu desde a construção artesanal de novas tesouras – estruturas de madeira que dão sustentação à cobertura – até a colocação novas telhas cerâmicas e calhas para escoamento da chuva.
Redação: Vinicius Peraça/Satolep Press
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