Geralmente se paga muito caro para ter e agir com firmeza e autenticidade, paga-se mais caro ainda por falar o que se pensa e o que se sente, porém não quero ter que sofrer as consequências de um silêncio covarde, não aceito a ideia subjetivada na infame frase “quem fala o que quer ouve o que não quer”; pago o preço que for para ter o direito de falar o que preciso mesmo correndo o risco de ouvir aquilo que não mereço. Jamais a omissão; a verdadeira arte não floresce na mão do omisso, do mentiroso e do covarde. Por isso eu digo, inspirado por Fernanda Montenegro, que antes do indivíduo pensar em ser músico que tente ser aquilo que seus pais querem: médico, advogado, administrador de empresas, agrônomo, etc. Não que eu pense que o campo das artes devam ser restritos aos que têm formação específica, até porque não é o meu caso – não sou bacharel em música por pura incompetência, mas vejo muito a ocorrência de pessoas que involuntariamente acabam atrapalhando quem quer trabalhar sério e viver da música. Imagine se todos os músicos resolverem ser jornalistas, teremos provavelmente uma queda de qualidade e um colapso do mercado pela desvalorização em termos financeiros, pois conhecemos a lei da oferta e da procura. Essa é a realidade de hoje, temos abundância de novos artistas, aventureiros, que querem apenas mostrar seu trabalho. Eu vos digo: se pretendem mostrar o trabalho organizem um churrasco com os amigos, procurem eventos beneficentes; atualmente não existe melhor espaço para se mostrar o trabalho do que o meio virtual. Não é a mim que pertence o direito de atuar profissionalmente, mas acredito que existe uma boa parcela de artistas que concordem com a minha opinião, que podem estar deixando de alimentar seus filhos ou até seus piores anseios consumistas pelo simples fato de que alguém foi lá no contratante e ofereceu o trabalho quase ou totalmente de graça. Talvez isso mude, talvez eu esteja errado, talvez você deva recomeçar essa leitura. Uma certeza eu tenho, não é fácil a vida de artista.
Quando comecei, amadoristicamente, ajudando uns amigos a carregar caixas, montar cabos conectar caixas Fhram, mal existiam compact discs.
Um guerreiro não desiste Quem apanha não esquece
Vence aquele que persiste O que sobe um dia desce
Mas não quero ver-te triste Um novo dia amanhece
Vai avante o punho em riste Peça paz a Deus em prece
Daniel Balhego
Turismólogo / Músico
twitter.com/danielbalhego
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Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
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