Converso muito com os guardadores de carro, conheço vários, não pelo nome, mas pelo ponto que geralmente é o mesmo de sempre, ontem passava justamente pela praça voltando pra casa e um deles me aborda muito insatisfeito e me comenta que a féria do dia tava cada vez menor e que pelo andar da carruagem teria que trocar de profissão (sem aspas mesmo). O amigão reclamou do público do Theatro, já que seu posto de trabalho fica enfrente ao Sete de Abril e disse que em outros tempos havia mais movimento logo, mais faturamento.
São essas pequenas coisas que me fazem refletir cada vez mais sobre a tal da economia da Cultura, isso fica bem fácil entender quando a gente caminha pela cidade conversando com pessoas e circula pelos espetáculos que a cidade oferece, e aí se entende porque o ramo do entretenimento gera mais grana do que muita montadora de carro e bancos que recebem volumosos aportes de dinheiro dos cofres públicos.
Talvez apareça alguém dizendo que o público do sete se mantém estável e que os seus eventos são um sucesso, mas o cara que eu conversei está lá todos os dias, faça sol ou faça chuva, é a voz das ruas.
Alexandre Mattos
maisdemesa.blogspot.com
Produtor e Ativista cultural, e atualmente diretor de produção da Moviola Filmes.
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Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.