Filme feito em Pelotas é selecionado para Festival de Cinema na Europa


O filme “A Última Morada de João Simões Lopes Neto”, filmado em Pelotas e com roteiro de Manoel Soares Magalhães, traz à tela uma história de ficção que flerta com o realismo mágico e fantástico, na qual a estátua do escritor João Simões Lopes Neto (1865-1916), após acordar do seu estado em bronze, caminha pela praça central de sua cidade natal tentando compreender o que se passou desde à sua morte. Pela primeira vez no cinema, o escritor toma o protagonismo da história para si e reflete sobre como foi tratado pela sociedade pelotense e como as pessoas lidam com os artistas locais de suas cidades.

O filme dirigido por Márcio Kinzeski é protagonizado pelo ator Vagner Vargas que dá vida ao escritor pelotense e conta ainda com Roberta Rangel, Hakeen Mhucale e Clemente Viscaino no elenco. Ao longo deste ano, “A Última Morada de João Simões Lopes Neto” tem sido selecionado para participar de diversos festivais de cinema nacionais e internacionais, tais como: 6º Santos Film Fest – Festival Internacional de Cinema de Santos, FELITE – Festival Literatura em Tela, MICINE ON – Mostra Independente de Cinema do Nordeste, Mostra Junho Fantástico/Mostra [Em]Curtas.

Chegando à Europa

Ainda obtendo muito sucesso e reconhecimento por todos os festivais de cinema por onde tem passado, “A Última Morada de João Simões Lopes Neto” foi selecionado para participar, neste mês de outubro, do festival “Make Art Not Fear – Short Film Festival”, a ser realizado na cidade do Porto, em Portugal.

Conforme os organizadores do elenco descrevem: “Make Art Not Fear é um festival anual que ocorre na cidade do Porto/Portugal, que busca variedade, liberdade, novas maneiras de expressão para se chegar a uma arte destemida. Não importam as categorias, estilos, ficção ou realidade, o caminho é filmar, o objetivo é o mistério da sua própria maneira de enxergar o mundo”.

Neste festival, concorrem filmes dos Estados Unidos, Canadá, Países Baixos, Suíça, Suécia, Itália, Hungria, Áustria, Japão, Bélgica, Portugal, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Polônia, Irlanda, Bulgária, dentre outros.

Divulgação

“A Última Morada de João Simões Lopes Neto” tem obtido muito sucesso e reconhecimento por todos os festivais para os quais vem sendo selecionado em diversos estados do Brasil e, agora, na Europa. A equipe do filme pelotense está muito feliz com esta seleção, uma vez que foi um filme realizado de maneira independente, sem apoio institucional, nem verbas de fomento. Apesar disso, o trabalho destes artistas gaúchos têm sido muito elogiado e chamado a atenção por onde tem passado.

Não apenas a história, mas as obras e a vida do escritor João Simões Lopes Neto têm sido motivo de muitas perguntas nas redes sociais do filme, assim como o ator Vagner Vargas, apesar de não morar no Brasil, tem dado muitas entrevistas a diversos meios de comunicação pelo país falando sobre este assunto.

Clique aqui e torne-se um apoiador e-cult

Motivos não faltam para se comemorar os êxitos obtidos por esta produção pelotense não apenas em território nacional, como no exterior. Resta agora a todos torcerem para que o filme seja cada vez mais assistido e, assim, a história do grande escritor gaúcho ser levada cada vez mais a caminhos distantes de seu pago. Mas, além disso, com o final da pandemia, vamos esperar que as pessoas possam vir a assistir este filme presencialmente em salas de exibição. Para isto, basta se organizarem e solicitarem nas redes sociais de suas cidades.

Quem desejar saber mais informações sobre este filme, pode acessar à página dele no Facebook, procurando pelo nome do filme ou clicando em: https://www.facebook.com/manoel.s.63

Teaser:

Ficha Técnica:
Título do Filme: A Última Morada de João Simões Lopes Neto
Produção: ZESKI Filmes (Márcio Kinzeski) e ARTPEL (representada por Sérgio Bizarro)
Direção: Márcio Kinzeski
Roteiro: Manoel Soares Magalhães
Produção Executiva: Marilaine Quintanilha

Elenco:
Vargner Vargas – João Simões Lopes Neto
Clemente Viscaino – Coronel Pedro Osório
Roberta Pires Rangel – Melpômene
Hakeen Mhucale – personagem que representa uma pessoa que foi escravizada no século XIX

Desenho de Som, Montagem e Finalização: Vitor Liesenfeld
Direção de Fotografia: Rogério Farias
Figurino da personagem João Simões Lopes Neto: Andrea Mazza Terra e Gê Fonseca
Caracterização, cabelo, visagismo e maquiagem da personagem João Simões Lopes Neto: Gutto Pereira
Cabelo e Maquiagem da personagem Melpômene: Oswaldo Beauty
Foto Still: Janine Tomberg
Apoio técnico, Grua, Traveling, Captação de áudio: Sérgio Bizarro

Sinopse:
A praça Coronel Pedro Osório, na cidade de Pelotas/RS, recebeu, em 2016, uma estátua em tamanho real, homenageando o grande escritor regionalista pelotense João Simões Lopes Neto (1865-1916). Partindo deste fato, Manoel Soares Magalhães elaborou o roteiro original, no qual o escritor João Simões Lopes Neto (JSLN), de repente, abre os olhos não mais como estátua e percebe ser prisioneiro do bronze. A partir disso, ocorrem situações inusitadas inseridas no universo do realismo fantástico. No filme, JSLN, após “acordar” de seu momento em estátua, perambula pela praça central de sua cidade natal, tentando compreender quem é e o que aconteceu no município. Neste ínterim, o escritor também passa a refletir sobre fatos de sua vida e como foi tratado pela sociedade local em seu tempo. Com isso, apesar de ser uma obra de ficção, o filme convida os espectadores a conhecerem alguns aspectos da vida deste escritor que não costumam ser divulgados e, além disso, refletir sobre como a sociedade lida e trata os artistas de seu tempo que decidem voltar sua produção e direcionamento de vida diferentemente dos que a sociedade enquadra como os desejáveis.

JSLN foi um comerciante pelotense, Capitão da Guarda Nacional, teatrólogo, poeta e escritor, autor dos clássicos “Contos Gauchescos”, “Lendas do Sul”, “Cancioneiro Guasca”, “Casos do Romualdo”, dentre outros. Suas obras são consideradas como sendo das mais importantes para o registro das tradições e culturas do Rio Grande do Sul. Proeminente figura da cultura gaúcha, falecido em 14 de junho de 1916. O reconhecimento do valor e qualidade de seu trabalho veio somente a ocorrer após à sua morte. Ainda com resquícios estigmatizadores que depreciam e inferiorizam a vida deste artista gaúcho, comumente, nos dias de hoje, a mídia quando o menciona, prefere salientar fatos relacionados a ele não ter seguido os direcionamentos aristocráticos de sua família, os quais seriam determinados pelas elites como atributos de sucesso. O fato de o sucesso de JSLN ter sido como artista e do imenso valor de sua arte para a cultura brasileira, não costuma receber o mesmo destaque. O filme também levanta esta discussão. Entretanto, neste filme, também é possível refletir sobre o valor da produção artística deste escritor, assim como do seu empenho e talento para deixar sua arte registrada para o futuro.

Clique aqui e torne-se um apoiador e-cult

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*