A 2ª edição do Festival Internacional SESC de Música, desde seu início, dia 09 deste mês, vem movimentando a cidade, por meio de diversas apresentações artísticas, shows, espetáculos, recitais e uma série de atividades didáticas e de inclusão, realizadas por meio do Núcleo de Inclusão Cultural.
A exemplo das ações registradas na primeira edição do evento, professores e alunos do Festival SESC, visitam comunidades e levam a linguagem universal da música com o intuito de aproximar pessoas e promover a inclusão social e cultural, levando seu saber à comunidades que, na prática, não teriam acesso à música de concerto, instrumental, percussão, canto e diversas outras manifestações musicais e, a partir daí, despertam o gosto das crianças pela música e descobrem novos talentos. Foi o que ocorreu na casa da Dona Conceição, na Vila Castilho, entidade que pelo segundo ano consecutivo recebe as oficinas promovidas pelo Festival e onde cerca de 20 meninos e meninas abrigadas participam das oficinas de percussão e canto, ministradas pelos professores de música Leandro Maia (Pelotas) e Eduardo Pacheco, da ONG Cultura, Inclusão, Cidadania e Arte (Cuíca), de Santa Maria (RS).
Ao ministrarem as oficinas, os professores se depararam com o talento do pequeno Wenderson Cainã Silva, de 12 anos, autor de diversas canções, das quais criou a letra e compôs a música. “A inspiração chega quando penso nessa grande família que tenho aqui. Sempre que quero compor penso na amizade, no carinho dos meus “irmãos do coração”, que dividem comigo esse espaço, e a música surge, simples assim”. O sonho do menino é ser um grande músico. Segundo ele, seus temas prediletos para compor letras e músicas são a família e a busca pela felicidade, e destaca a grande admiração que tem pelo músico Leandro Maia, que ministra as oficinas: “Sempre me imaginei trabalhando com música quando crescesse e vou atrás desse objetivo. “Quero ser tão talentoso quanto o Leandro Maia e quero ainda poder chegar a um ponto em que eu possa dividir meu conhecimento com outras pessoas, exatamente como ele está fazendo agora conosco”, finalizou ele.
Na casa da Dona Conceição talentos não faltam. Além de Wenderson, a própria Conceição aproveitou para mostrar aos professores Leandro e Eduardo algumas de suas várias composições musicais, inspiradas na obra de grandes mestres da MPB, como Pixinguinha e Cartola.
“Estou realmente impressionado com os talentos que temos descoberto ao longo da realização das oficinas, tanto aqui, quanto na ONG Anjos e Querubins, do Loteamento Getúlio Vargas, onde também ministramos as oficinas. Esta é a primeira vez em quem participo, de maneira tão atuante no Festival e me sinto gratificado por poder promover esta troca com as crianças, por que é exatamente isso que fazemos. Apesar de ser professor de música e trabalhar com regência de coro há muito tempo, tenho aprendido mais do que ensinado”, afirmou o professor e músico Leandro Maia. Para ele, o grande diferencial do Núcleo de Inclusão Cultural reside no fato de que os professores, ao ministrar as oficinas, não trazem uma ideia pré-concebida, uma aula já pronta. “Viemos para cá preparados para aprender, para trocar experiências e dialogar com os interesses musicais das crianças. Acredito que a grande lição da música e do próprio Festival seja a solidariedade e a troca mútua”, finaliza ele.
Para Eduardo Pacheco, da ONG Cuíca, o aprendizado durante o Festival é contínuo. “Trabalho com crianças, no Núcleo de Inclusão, desde a primeira edição do Festival e aprendi com elas a força da comunhão de quem não tem o fator sanguíneo como elo natural, mas que são irmãos ainda assim. É uma troca, um encontro de vidas”.
Neste sábado (21), as crianças da casa da Dona Conceição, juntamente com os Anjos e Querubins realizam apresentação, onde mostrarão parte dos conhecimentos adquiridos. Será na Sociedade Pelotense Música pela Música (SPMM), às 17h30, à rua Félix da Cunha, 555.
Além das duas instituições citadas anteriormente, a II edição do Festival já levou a boa música para outros ambientes: Centro Social Filadélfia, Sociedade Portuguesa de Beneficência, Hospital Escola da Fundação de Apoio Universitário (HE/FAU/UFPel), Theatro Guarany, Faculdade de Tecnologia do Senac, Bibliotheca Pública Pelotense, SESC Pelotas, Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Conservatório de Música da UFPel, Praia do Laranjal e Praça Cel. Pedro Osório.
Para esta quinta-feira (19), a programação prevê:
9h às 18h – Classes;
10h às 12h – Núcleo de Inclusão Cultura – ONG Anjos e Querubins;
10h – Concerto Didático – Centro Social Filadélfia;
12h30 – Recital de Alunos – Conservatório de Música da UFPel;
15h às 17h – Núcleo de Inclusão Social – Casa Dona Conceição;
17h – Festival na Praça – Café Aquárius;
18h30 – Música de Câmara – Conservatório de Música da UFPel;
21h – Banda Sinfônica Acadêmica, sob a regência do maestro Dario Sotelo (SP)– Theatro Guarany
Redator: Sandra Lima
Foto: Jonathas Rivero
Fonte: pelotas.com.br
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