Inflação de obras novas na Feira do Livro


A Editora da UFPel comemorou seus 40 anos com um projeto que ao mesmo tempo favoreceu a comunidade intelectual pelotense e fez a entidade marcar um recorde nacional entre as editoras universitárias brasileiras (veja a notícia). A inovação foi o selo OPEL (OPortunidade de Editar um Livro) e o recorde consistiu em lançar nada menos que 121 títulos, de uma só vez (19 destes não ficaram terminados).

O projeto teve alta aceitação pois permitia editar obras em baixa tiragem, sem cores e a baixo custo – para o escritor e para o comprador. Foi desenhada uma capa básica para todas as obras, onde o título de cada uma diferenciava a apresentação externa. Logo, o autor escolhia o número de exemplares que poderia pagar inicialmente (de 30 a 300).

Houve tantos interessados que o pouco pessoal da Editora (oito funcionários) não conseguiu terminar todo o trabalho, mesmo com a recente modernização do parque gráfico (impressora digital colorida, encadernadora, laminadora para plastificar capas, perfuradora de espirais e seis computadores). Os 121 títulos envolveram 278 autores, e originaram-se 8.780 exemplares, totalizando 1.273.100 páginas no tamanho A5 e 1.250 páginas A4.

A pressão dos prazos e a quantidade de nomes também causaram problemas na organização da Feira do Livro, que teve um total próximo a 170 obras em lançamento (incluindo as da UFPel e as demais). Com vários autores pedindo mudanças de datas ou simplesmente não chegando às sessões de autógrafos, a consequência foi que a imprensa não dispôs a tempo das listas de escritores e o público em geral não ficou sabendo quem autografava em que dia.

Mesmo com tais problemas, a iniciativa é um bom sinal, pois mostra a capacidade de produção dos autores pelotenses, o crescimento quantitativo da Universidade e a necessidade de melhor administrar e divulgar esta produção.

trupeAlguns autores com mais imaginação e ousadia souberam promover seu trabalho, como o músico Alex Cruz (autor de “O grande circo sem lona dos nossos dias”) e sua colorida e teatral trupe de palhaços – na foto (dir.)com a artista Rejane Botelho, que produziu pesquisa escrita e fotográfica em “Detalhes de uma Princesa”.

Para este blogue, fica a relativa frustração de só poder informar de menos que a décima parte das 170 obras.
Fotos de F. A. Vidal – pelotascultural.blogspot.com
Inflação de obras novas na Feira do Livro