Iphan confirma cessão do prédio da Estação Férrea à Prefeitura


“Mais um objetivo alcançado”. Assim se pronunciou o superintendente Cultural da Secult, Mogar Pagana Xavier, ao anunciar, no início da tarde desta quinta-feira (12), que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) confirmou a cessão do prédio da antiga Estação Férrea para a Prefeitura de Pelotas. A solenidade de assinatura do Termo de Compromisso à Cessão das Instalações do Prédio, que contará com a presença da superintendente Regional do Iphan, Ana Meira, será realizada às 14h do dia 18 deste mês, no Salão Nobre do Paço Municipal.

São convidados a presenciar o ato solene reitores das universidades locais, dirigentes de institutos históricos, instituições museológicas, profissionais ligados à história e conservação, ex-funcionários da RFFSA, membros do universo cultural, comunidade em geral e autoridades locais. O prefeito Adolfo Antonio Fetter tomou conhecimento formal da decisão do Iphan na tarde de ontem (11), quando se reuniu com o titular da Secult, Ulisses Nornberg, que se fez acompanhar por Xavier para anunciar a boa nova.

A Prefeitura, por meio das secretarias de Cultura e Gestão Urbana (SGU) vinha se ocupando desta questão há mais de dois anos. O projeto prevê que o prédio, após passar por restauração, abrigue o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) da Macrorregião Sul e o Procon (Proteção e Defesa do Consumidor), além de uma biblioteca e do Museu da Memória Ferroviária.

A reforma geral do espaço prevê a manutenção da fachada original – para isso serão confeccionadas réplicas das portas e janelas originais – e adaptação da parte interna, com repartições para criar consultórios médicos para os usuários do Cerest. O projeto contempla ainda a instalação elétrica, de água, de esgotos e de telefonia, reforma total do telhado, novo entrepiso, escadas e forro em estuque, entre diversas outras melhorias. A SGU tem projetos para valorização de toda a área, incluindo o Largo Portugal, a avenida Saldanha Marinho e a praça Cipriano Barcelos.

Saiba mais – “A Estação Ferroviária foi inaugurada em 2 de dezembro de 1884, para servir a linha ferroviária que interligava as cidades de Rio Grande, Pelotas e Bagé, chamado de tripé do charque. A linha ferroviária, até 1982, ainda transportava passageiros e, atualmente, o prédio perdeu sua finalidade. Fazendo parte do patrimônio histórico e cultural do município de Pelotas, a construção se localiza em local definido como Área de Especial Interesse Cultural para o III Plano Diretor de Pelotas, a qual inclui a edificação citada com frente para o Largo Portugal, e este ligado à av. Saldanha Marinho e Praça Cipriano Barcellos. Construção de tipologia predominante dos finais do século XIX para edificações comerciais e industriais, o prédio da Estação Férrea é feito em alvenaria de tijolos com esquadrias de madeira e telhado com telha francesa. Estreita e comprida, a edificação se estende acompanhando as linhas do trem, todo o interior do pavimento térreo se comunica com a plataforma de embarque e para o Largo Portugal, através de uma sequência de portas.

O prédio apresenta um volume central em dois andares, onde se localizava o saguão central para passageiros e duas grandes alas laterais no pavimento térreo, em cujos sótãos existiam compartimentos com divisórias de madeira, num aproveitamento menor do andar superior. Estes acabam em dois amplos terraços com mais de 70 m² cada.

O projeto de reciclagem foi concebido com a intenção de manter o máximo possível a conformação original da edificação, com 1.343,24 m² de área construída, distribuídos em dois pavimentos. De maneira geral, são aproveitadas todas as alvenarias dos compartimentos já existentes.

Para adaptação do prédio aos novos usos são propostas as seguintes intervenções: colocação de paredes divisórias em gesso acartonado para divisão de ambientes em salas menores e construção de sanitários; colocação de divisória envidraçada no saguão do térreo para que não haja barreira visual na leitura do amplo espaço original, novo piso de madeira entre os andares e as esquadrias serão remanejadas, de maneira a manter a fachada da frente com as portas originais e a fachada dos fundos com janelas nos lugares das portas, para maior praticidade e segurança, apenas preservando-se as portas do saguão central. Da mesma forma os pisos originais do saguão central em ladrilho hidráulico, serão substituídos por réplicas, assim como os dos terraços. Os demais pisos internos serão substituídos por pisos do tipo porcelanato e as calçadas exteriores serão refeitas.

Fonte: pelotas.com.br

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