Fazer sucesso no meio musical pode ser relativamente fácil. Difícil mesmo é mantê-lo. Kleiton e Kledir reconhecem tal dificuldade, mas com quase 40 anos de carreira ainda não experimentaram o sabor amargo do ostracismo artístico. O segredo – caso assim possa ser denominado – é a constante busca pelo aperfeiçoamento. “Cada disco que fazemos, avançamos em direção à qualidade, trabalhamos muito. Acho que é esse nosso desejo de melhorar sempre que envolve as pessoas que acompanham nosso trabalho”, conta Kleiton, por telefone, antes de um almoço de domingo na Capital.
E, para fazer jus à ideologia do aperfeiçoamento constante, Kleiton e Kledir estão trabalhando, ou melhor, brincando em cima de um projeto inédito da dupla. Em meados de agosto ou setembro os irmãos darão cria a um disco infantil. O nome do álbum, que será lançado pela gravadora Biscoito Fino, ainda não foi definido, mas o espírito lúdico já foi encarnado pelos dois. “Sempre fomos dois guris muito felizes. A gente carrega isso em nossa vida, o que transparece em Maria fumaça e São João, por exemplo”, conta Kledir, referindo-se a dois grandes sucessos da dupla.
Enquanto o disco está em fase de mixagem, a dupla vem ao Estado para se apresentar no Theatro São Pedro. O show Kleiton e Kledir acústico acontece neste sábado às 21h, e no domingo, às 18h. O espetáculo, que integra a programação do aniversário de 153 anos do teatro, também festeja a homenagem especial recebida pelos artistas no Prêmio Açorianos, em maio deste ano. Os ingressos custam entre R$ 30,00 e R$ 80,00. O show em formato mais acústico acontece sem banda, exceto o músico Caio Fonseca, que acompanha a dupla. No repertório do espetáculo, estão os grandes sucessos da década de 1980, músicas do álbum Autorretrato (2009) e também um pouco do trabalho atual.
Foi justamente no Theatro São Pedro que Kleiton e Kledir despontaram no cenário musical do Rio Grande do Sul, lançando-se em seguida nacionalmente. Foi ali que, em 1971, eles participaram do Musipuc (Festival Universitário e Música), evento que aconteceu entre os anos de 1971 e 1978. O movimento deu origem ao que mais tarde se denominaria Música Popular Gaúcha (MPG). E surgiu no mesmo casarão Os Almôndegas, grupo que se manteve até 1980, quando Kleiton e Kledir resolveram formar uma dupla. “Temos uma relação de amor antiga com o (Theatro) São Pedro, que não é só nossa, claro. Mas, cada vez que eu entro lá, parece que entro num templo sagrado”, conta Kledir.
Texto: Priscila Pasko
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