Me leva pra casa, peça de João Fábio Cabral, chega a Porto Alegre em agosto e faz curta temporada no Teatro SESC


Gustavo Haddad e Mariana Blanski são os protagonistas da trama, dirigida por Fabiana Carlucci.

O espetáculo Me Leva Pra Casa, de João Fábio Cabral, chega a Porto Alegre para curta temporada, dias 31 de agosto e 1º de setembro no Teatro Sesc. Dirigida por Fabiana Carlucci, a peça estreou em novembro de 2009, no Teatro do Centro da Terra e circulou por diversas cidades brasileiras. O enredo está focado no momento de despedida de um casal que após perder a única filha em uma fatalidade vê sua relação alterada e sem qualquer possibilidade de retorno. A montagem traz no elenco os atores Gustavo Haddad e Mariana Blanski.

A peça se apresenta como um fragmento da história desse jovem casal – Ana é poetisa e Sergião, dono de um sebo. Eles se encontram numa cena de despedida, após a morte da filha, vitimada por uma bala perdida. Mesmo havendo amor em excesso eles não conseguem retomar a vida juntos. A perda da única filha é o estopim que desperta os sentimentos presos numa relação calcada na fuga e na dor da saudade, nos encontros e desencontros. O casal está no mesmo galpão onde se conheceram; ela está com a passagem comprada para ir embora e, involuntariamente, rememoram passagens de suas vidas.

Embora o texto seja carregado de realismo, o trabalho de Fabiana segue em direção contrária e busca uma encenação mais sensorial e intuitiva. As angústias pessoais das personagens são expostas a partir da tragédia: como descobrir onde, exatamente, está essa dor da perda e como continuar vivendo? Por mais suspensas que as personagens estejam da realidade elas desejam, de alguma forma, a felicidade. Como se faz para dar “voz” a um coração que se percebe vazio, quando o medo, as dúvidas e as incertezas tomam conta de nossas vidas?

O autor reflete sobre Me Leva Pra Casa
“Não existe o fim no mundo dos vivos, pelo menos aparentemente. O que se carrega diante de um fato trágico é, talvez, a própria tragédia. O que é a dor? Ela não é sentida pelo outro; ao contrário ela é presente na intensidade particular de cada um, talvez, mas ainda acredito naquele ‘acho’, eu imagino. Em Me Leva Pra Casa visualizo essa imagem da volta, seja do passeio tranqüilo ou da tragédia estabelecida, é como se a nossa mente sempre buscasse imaginar ou calcular o tamanho de uma perda, mas o real ultrapassa esse limite, nos joga diante de um túnel escuro e sem fim. Mas o que é o fim? Não sei, penso ainda que não exista. Esse dilúvio inunda nossos desejos, pensamentos, ele aniquila por algum tempo a nossa força. O caminho já não é o mesmo quando a gente perde quem ama e essa dor talvez fique, a cada dia, mais perversa e chegue ao topo da crueldade. Existe aquela opção na qual desviamos nossa serenidade para um estado atmosférico e invisível, onde a anestesia canta sua canção cinza, onde a apatia vira fome e a falta daquela vontade de viver se estabelece como cardápio.”

A direção
“O amor é a compensação da morte”. (Arthur Schopenhauer)

O que mais me atrai em “Me Leva pra Casa” é a resignação diante de uma fatalidade. Por mais suspensas da realidade que as personagens estejam, elas desejam de alguma forma a felicidade. O texto de João Fábio Cabral tem essa fatia de vida de qualquer um de nós, mesmo que num recorte de uma experiência não vivenciada. O que é dar voz a um coração que se percebe vazio? “Me Leva pra Casa” tem reticências na prolixidade e no silêncio. É um texto cujas reflexões não estão apenas nas imagens da cena, ou no diálogo das personagens, elas estão no vácuo que cada um se permite mergulhar.

Ficha técnica
Texto: João Fábio Cabral
Direção: Fabiana Carlucci
Elenco:
Guilherme Gonzalez e Mariana Blanski
Assistente de direção: Flávia Tapias
Direção de movimento: Eduardo Estrela
Cenografia: Rogério Harmitt
Figurino: Rogério Harmitt e Thamy Vosg
Iluminação: Gustavo Haddad
Projeto gráfico: Fernanda Galetti
Fotografia: Fábio Medeiros
Trilha sonora original:
Fernanda Galetti e Marcelo Trivelli
Assessoria de imprensa: Flávia Fusco
Direção de produção: Daniel Palmeira
Produção: Fabiana Carlucci / Mariana Blanski
A peça é indicada para maiores de 14 anos
Duração: 55 min

Serviço:
Me leva pra casa
Dias 31 de agosto e 1º de setembro, 21h
Teatro Sesc – Alberto Bins, 665
Ingressos: R$ 30,00 (meia-entrada R$ 15,00 para idosos, estudantes e classe artística mediante comprovação)

Fonte:
BD Divulgação – Bebê Baumgarten e Kellen Hoehr
(51) 3028.4201 / 8111.8703 / Nextel – 7814.2244 – ID 84*39184
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