Patrick Tedesco na Casa do Brasil, espaço de arte da embaixada brasileira na Bélgica.


Foto: Jô Folha

Foto: Jô Folha

Para o artista Patrick Tedesco, alterações na passagem do tempo são tanto tema quanto necessidade. Ao mesmo tempo em que experimenta em diversos suportes, ele movimenta e congela suas obras, criando outras. Congela literalmente: Tedesco tem trabalhado com gelo misturado com tinta acrílica em uma série chamada Obra em derretimento. A partir do gelo, as obras se desdobram em telas, fotos e vídeos, como o que iniciou a série, que leva o mesmo nome e está em exposição atualmente na Bélgica. Obra em derretimento, o vídeo, representa o Brasil na exposição Lusoplástica, que envolve toda a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na Casa do Brasil, espaço de arte da embaixada brasileira na Bélgica.

Obra em derretimento foi exposto pela primeira vez em 2010, na mostra coletiva Recotada, em fotos (“nem 5%, tinha 60 fotografias”) e vídeo. Em abril, através de um amigo em comum, o curador de Lusoplástica conferiu o site de Tedesco e pediu para expor o vídeo na Bélgica. O convite foi seguido de uma entrevista, também pela internet. Ele comemora que “para a Bélgica, eu estou sendo apresentado como um dos artistas legais que estão aqui”, mas segue focado em desenvolver seu trabalho, brincando com a passagem do tempo.

O artista comprou um freezer especialmente para manter suas esculturas e, na mostra Paralelo 31°, no mês passado, expôs um vídeo de seis horas de uma escultura de gelo derretendo. “É uma obra projetada, só que parecia uma fotografia, porque tu não via ele se movimentando”. Para o futuro, ele planeja “chegar no primeiro dia de exposição sem nenhuma obra”. Na abertura, ele vai explorar mais um campo, uma performance – criação e exposição ao mesmo tempo. “E nos dias seguintes expor o que eu fiz no primeiro dia”.

Por: Roberto Soares Neves
Fonte: diariopopular.com.br