Restauro da Caixa d’água na reta final


Foto: Rafa Marin

Com previsão de entrega para o final do mês de outubro, as obras de restauro total da Caixa d’água em ferro da Praça Piratinino de Almeida encaminham-se para a reta final. O reservatório, com capacidade para armazenar 1,5 milhão de litros de água, pesa cerca de 300 toneladas e teve a obra de restauro iniciada em janeiro do ano passado, com recursos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e contrapartida da municipalidade, o que garantirá também a completa requalificação do entorno do monumento.
A obra está sendo executada pela empresa ATM Construções Ltda, com sede em Esteio e vencedora de licitação promovida pelo Iphan com este fim específico.

O monumento, desde 1984, possui tombamento federal e é tido como um dos mais importantes exemplares da arquitetura em ferro no Brasil. O reservatório possui uma circunferência de 150 metros e é sustentado por 45 colunas de oito metros. Teve sua construção iniciada em 1875, pela empresa Hanna Donald & Wilson, de Paisley, Escócia.

Foto: Rafa Marin

Contrapartida – Como contrapartida ao investimento do Iphan, a Prefeitura requalificará toda a Praça Piratinino de Almeida, por meio de projeto paisagístico do engenheiro da Secretaria de Qualidade Ambiental, Fernando Sparenberg. O referido projeto paisagístico contempla a arborização daquele espaço, iluminação, traçados de acessibilidade, restauração dos passeios e substituição do mobiliário urbano, além de instalação de lixeiras e postes. Segundo o engenheiro responsável, o projeto foi concebido tendo como base a utilização de fotos antigas da praça para que, após finalizado o trabalho, esta retorne à forma original. O projeto contempla ainda a instalação de quatro recantos de estar, dendocirurgia, remanejamento e transplante e adequação de espécies vegetais, instalação de torneiras de irrigação e demais adaptações elétricas e hidráulicas.

As etapas – Segundo a engenheira responsável pelo restauro, Helenice Macedo, depois da fase de cercamento, isolamento da área e cobertura provisória, a empresa deu início aos trabalhos de desmontagem da escada em ferro fundido e, já que não existia uma metodologia específica para a restauração neste material, se fez necessário realizar uma série de pesquisas, que contaram com o apoio de diversos profissionais. “Existem apenas três monumentos com este no mundo inteiro e a realização da análise do material fez com que surgisse a necessidade de nos cercarmos de especialistas no assunto, como foi o caso da engenheira metalúrgica Virgínia Costa, que reside atualmente em Paris, França, e presta assessoria a diversos países, quando o assunto é estrutura em ferro”, explica a engenheira. Ela conta ainda que nesta tarefa de identificar a composição de materiais para posterior intervenção, contou ainda com o apoio dos profissionais do laboratório de química da UFRGS, técnicos especializados do próprio Iphan e do engenheiro mecânico Luiz Alberto Ustra .

A fase seguinte, após o levantamento físico-cadastral de todos os elementos, estes passaram, inicialmente, por uma limpeza superficial para logo após serem submetidos a um trabalho de limpeza mais profunda, onde foi utilizado o óxido de alumínio, bem como a confecção de réplicas das peças faltantes, recuperação dos reforços da estrutura e pintura do monumento.

Redator: ASCOM
Fonte: pelotas.com.br

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