Eu sonho sonhos distantes, em barcos ausentes, velozes, ondeantes, paisagens vivas, longe, diferentes. Eu sonho sempre.
[Sonho – Josué de Castro]
Porque tem dias que o sonho é mais real que a verdade. O sonho é o que flameja e arde. Para que servem? Para que me manchem de sono, para que me aconcheguem nas profundezas de meus filmes que imitam a superfície da vida. Não sei violetas, não sei liquens, não sei frascos, não sei cascas de árvores, eu não me sei. Em alguma parte atrás de minhas costas permanece o homem – tão real que é inocente – de sobrancelhas grossas e olhos caídos – tatuagem do meu mundo. Eu o vejo através dos sonhos transcendentais que percorrem a clarabóia e me acordam com clareza pela manhã – pura intuição feminina.
Isis Araújo
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.