A Troupe da disciplina de Montagem Teatral II, do curso de Licenciatura em Teatro da UFPel, apresentará a peça Marat Sade, de Peter Weiss, nesta quarta-feira, dia 7 de março, às 19h, na Sala Carmen Biasoli, na rua Almirante Tamandaré, 301.
Entrada gratuita. Retirada de senhas a partir das 18h30min. Na sexta-feira (9), o grupo leva a peça à Universidade Federal de Santa Maria.
Peter Weiss, artista plástico e dramaturgo alemão, quando jovem sofreu a perseguição nazista e sua família perdeu bens e trabalho. Em 1945, depois de residir em vários países, Weiss adota a cidadania sueca. Destaca-se também como roteirista e diretor de cinema, especialmente de documentários. Seu teatro se caracteriza por uma densidade social e política, influenciado pelo sentimento de impotência diante do massacre de milhões de judeus, alemães, tchecos, poloneses, homossexuais, negros e tantos outros grupos sociais e de etnias.
Admirador de Brecht e Piscator, suas peças quase sempre se apoiam em fatos históricos, revelando sua preocupação com a injustiça, a violência, o extermínio e a tirania. Sobretudo, aponta a violência como instrumento de dominação, a destruição do homem comum. Em Marat Sade, Weiss propõe para o palco a fábula e a respectiva encenação realizada pelo Marquês de Sade com os internos do hospício de Charenton, lugar, onde no século XIX, eram colocados opositores, desafetos, adversários, descontentes, desviantes, loucos e enfermos.
Sade e Marat foram internos de Chareton por razões diferentes mas não menos importantes. O primeiro por suas posições relativas à libertação do indivíduo, da libido e da autonomia como forma de transformação das pessoas e da sociedade; O segundo, um dos intelectuais da revolução francesa, acreditava nas transformações sociais e coletivas como forma de mudar o indivíduo. Pode-se suspeitar que enquanto Sade fora excluído das ruas de Paris por confrontar a moral vigente, Jean Paul Marat estava preso por suas posições políticas, por condenar os rumos da revolução e apontar os seus traidores. Embora Marat Sade trate do assassinato de Jean Paul Marat, Weiss amplia a reflexão e estende o foco para a complexidade e contradições das relações sociais e políticas.
A troupe da disciplina de Montagem Teatral I traz uma montagem singular em que procura expandir a reflexão proposta por Weiss em Marat Sade, atualizando os temas da repressão, inclusive da repressão sexual, e da política, do status quo e da transformação social, ampliando a concepção para além do tempo histórico da Revolução Francesa e de seus desdobramentos. Nesse sentido, os debates entre Sade e Marat adquirem atualidade.
MARAT SADE
De Peter Weiss
Segundo a troupe de Satolep
Quando? 7 de março de 2018 – quarta-feira
Hora? 19h
Onde? Sala Carmen Biasoli – Rua Almirante Tamandaré, 301 – Pelotas RS
Entrada Franca
Direção: Paulo Gaiger
Assistentes de direção: Johann Ossanes / Juliana Caroline / Kellen Ferreira
Troupe de Satolep
Evelin Suchard /Gengiscan Pereira / Grégori Eckert / Higor Alencar / Hugo Tavares / Johann Ossanes / Juliana Caroline / Juliana Ximenes / Kellen Ferreira / Lucas Ulguim / Márcia Monks / Régis Riveiro / Vivi Lauz
Participação especial
Gustavo Dias / Jany Rodrigues / Matheus Messias
Projeto de iluminação e operação de luz
Daniel Furtado
Preparação vocal
Gustavo Dias / Johann Ossanes
Coreografia 1
Rui Carlo
Coreografias várias
Jany Rodrigues e Troupe
Música ao vivo
Régis Riveiro – Violão / Johann Ossanes – ukulele / Jany Rodrigues – percussão / Gustavo Dias – escaleta e percussão / Mateus Messias – flauta e percussão
Arranjos
Gustavo Dias, Paulo Gaiger, Johann Ossanes e Mateus Messias
Canções (por ordem): Canção da Troupe (Paulo Gaiger)/ Canção do hospício (Johann Ossanes) / Rap do coro 1 (Paulo Gaiger) / Canção do coro para Marat (Paulo Gaiger) / Vocalize da Corday (Gustavo Dias / Paulo Gaiger) / Canção da Corday (Paulo Gaiger) / Canção litúrgica (autor desconhecido) / Rap do coro 2 (Paulo Gaiger) / Instrumental (Gustavo Dias) / Canção do Marat (Paulo Gaiger) / Canção do Sade (Paulo Gaiger) / Marcha enredo (Paulo Gaiger)
Figurinos
Larissa Tavares e Troupe
Socorro francês
Fernanda Fernandes e Fabiana Jorge
Alter ego e maquiagem
Gengiscan Pereira.
Agradecimentos
Ederson Pestano, Vitinho Manzke, Romeu Santos, Sessi Barcelos, Leandro Maia, Zé Everton, Larissa Tavares, Centro de Artes.
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
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