Um livrinho para relembrar o prazer de brincar no jardim

“O menino brilhante”, primeiro livro infantil de Joice Lima, está em pré-venda até 5 de abril. Os exemplares serão entregues em maio.

Crianças brincando no jardim, na pracinha, no parquinho são cenas cada dia mais raras de se ver… O mais comum é vê-las vidradas no celular ou tablet. Essa ideia foi o ponto de partida de “O menino brilhante”, livro de estreia de Joice Lima na literatura infantil, que está em pré-venda até 5 de abril.

“O avanço da tecnologia é sensacional em muitos aspectos, mas isso é algo que me preocupa bastante. Com tantos efeitos especiais em videogames, filmes e séries, os celulares viraram o foco de interesse dos pequenos e, com isso, eles estão esquecendo o que é brincar com outras crianças, no dia a dia. Para mim isso é mais do que triste, é assustador”, pondera Joice.

O menino brilhante

“O menino brilhante” conta o início da amizade entre Renato, um garoto que seria considerado “normal” nos tempos atuais, e Diogo, o novo vizinho recém-chegado da colônia, que passa as tardes brincando sozinho, no jardim do condomínio em que moram. No primeiro instante, Diogo parece “esquisito” para os outros meninos.

“Esse estranhamento é simbolizado por meio de uma aura de uma cor escura, que vai gradativamente mudando, na medida em que Renato passa a vê-lo de outra forma. Além de incentivar as brincadeiras saudáveis com outras crianças, o livro reflete sobre a maneira como nos portamos diante do desconhecido e do quanto pode ser surpreendentemente bom darmos uma chance ao novo”, explica a autora.

Prazer de brincar

“Renato nem sabia que tinha gente nova morando no condomínio quando se deparou, numa tarde, com um menino do tamanho dele, brincando lá no cantinho do jardim.” Assim começa “O menino brilhante”, primeiro livro infantil da escritora Joice Lima, que conta como começou a amizade entre Renato e Diogo, que moravam no mesmo conjunto residencial.

“É uma história de amizade, mas sobretudo é uma história sobre como a gente costuma se portar diante do que é diferente. Sobre esse estranhamento que em geral se traduz em rejeição, mas que pode se tornar algo muito bom se a gente der uma chance ao novo”, explica a autora.

Renato é um menino “normal”, como a grande maioria dos meninos que moram nas cidades e, principalmente após a pandemia do novo coronavírus, adotou os videogames como principal meio de divertimento, para driblar a solidão. Os filmes, séries e jogos virtuais, de acesso fácil para muitos e com alta dose de efeitos especiais, acabaram por se tornar uma alternativa fácil e cômoda e, com o tempo, as crianças foram esquecendo como é brincar fora de casa. Por isso, o novato que é sempre visto brincando no jardim parece esquisito para ele e os outros garotos do condomínio.

O livro é todo ilustrado por Maurício Vilar, que usa recursos de cores, uma espécie de aura ao redor de Renato, para mostrar como esse “estranhamento” vai mudando, aos poucos, à medida que os sentimentos vão mudando. “É algo um tanto quanto sutil, mas as crianças de hoje são muito espertas, muito ligadas, acho que vão sacar. Espero que sim!”, pondera Joice, que teve a ideia da aura gradativa.

Joice diz que a ideia de escrever para crianças veio do Coletivo Autores de Pelotas (CAP), criado em 2019 e que conta com 17 autores. “Desde o início queríamos desenvolver um projeto de estímulo à leitura e incentivo à escrita nas escolas. No ano passado decidimos que estava na hora”, conta. Catorze dos 17 aceitaram o desafio e fizeram o “Poção Literária”, primeiro livro infantil do grupo, que será disponibilizado gratuitamente às escolas, com lançamento em maio, no VI Festim de Maio #EuLeioPelotas. “O menino brilhante” é uma das 14 histórias. “No Poção Literária, cada poema ou historinha tem uma ilustração, porque a proposta é outra, mas me empolguei tanto com a minha historinha que decidi transformá-la em um livrinho com 10 ilustrações”, explica.

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