Vernissages abrem novas mostras artísticas da Secult


A confraternização entre artistas, representantes da Secult e convidados, marcada para amanhã (1º) à noite, dará o pontapé inicial às novas mostras artísticas elaboradas pela Diretoria de Artes Visuais da Secult. Os vernissages, das três salas, ocorrem nesta sexta-feira, às 19h, na Sala de Exposições Frederico Trebbi (hall do Paço Municipal) e às 20h, no Centro Cultural Adail Bento Costa, onde funcionam as Salas de Exposições Antônio Caringi e Ináh Costa. 

A visitação pública das Salas se dá a partir deste sábado, quando, em função da realização da Fenadoce, as três salas estarão de portas abertas para receber os visitantes. Durante este final de semana (dias 02 e 03 de julho), as Salas funcionarão no horário compreendido entre às 13h30 às 17h30.

Na Sala de Exposições Frederico Trebbi, entra em exposição a mostra intitulada “Não-Modelos”, da artista plástica Gracia Casaretto. A Mostra traz a figura humana como estudo e inspiração – a sociedade; o ser humano e suas expressões (físico e mental). Um trabalho fotográfico além Arte-Moda, com ênfase na imagem da figura humana, composição, estética e identidade, caracterizadas por séries fotográficas desenvolvidas a partir da cultura local, do ser, do espaço e suas relações, onde ele vive e convive.

O não-modelo posa, porém não sabe atuar. Desconhece sua imagem e seu potencial. Atura, aprende, atua, posa, interage, desenvolve, vive. É não-modelo; é artista, cineasta, filósofo, bailarino. Grita não para a moda, sim para a expressão. Seu corpo, seu canal; um símbolo, um signo.

Na Sala de Exposições Adail Bento Costa, o artista plástico Cassius André Prietto Souza, apresenta a mostra intitulada “Histórias em Quadrinhos: Origem do Definidor”. “As historias em quadrinhos com seus mundos fantásticos, recheados de personagens apresentados em páginas fartamente ilustradas, me arrebataram desde muito cedo, de tal forma que este universo é parte da minha identidade”, comenta o autor.

Segundo ele, a produção em Fanzines começou muito cedo, quando ainda era estudante do ensino médio, mas a ideia do personagem Definidor surgiu em 1997, durante o período de faculdade, no curso de Artes Visuais, mais precisamente nas aulas de História da Arte, influenciado pelas palestras e pesquisas do professor doutror Carlos Alberto Ávila Santos, que se detém sobre o patrimônio arquitetônico da cidade de Pelotas. As imagens de época, a estética da arquitetura, as vestimentas, os costumes e as histórias que tanto o impressionaram e impulsionaram a criação do personagem, basicamente um herói que tivesse vivido no final do século XIX, e, por motivos misteriosos ressurge em nossa era. Um ser obscuro que vive a noite em volta dos prédios antigos e obras históricas da cidade, um herói local com a missão de proteger o povo, o passado e sua urbanização.

Como referencial literário, Cassius buscou as histórias de mistério de Arthur Conan Doyle, com o personagem Sherlock Holmes, situado na Inglaterra do início do século XX, onde ele investiga casos e crimes e persegue suspeitos por vielas escuras na noite londrina (a semelhança climática entre Pelotas e Londres impressiona).

Dentre as HQs ele destaca a influência de mestres nacionais e internacionais como: os traços de Wil Eisner, pai das chamadas graphic novels, ou romances com histórias longas, onde o autor inovou em termos de narrativa e soluções gráficas, com ênfase no desenho expressionista de alto contraste, além da obra de Eugênio Colonnese, na fase áurea das revistas de terror nacional, com suas musas sensuais e seus meios-tons de aguada adicionando maior plasticidade aos cenários e a galeria de heróis sombrios do universo norte-americano: Batman, Spawn e Hellboy contribuíram para compor o perfil psicológico da personagem Definidor.

A Sala de Exposições Ináh Costa recebe a mostra denominada “Zen”, de Zezinho dos Santos e cuja curadoria está sob a responsabilidade da artista plástica Helena Badia. Na visão da curadora, a música foi e continua a ser uma importante referência para o autor, mas ao longo de sua trajetória outras portas foram sendo abertas, como a pintura e a escultura. Se aqui fosse enumerar tudo a que ele tem se dedicado, faria uma longa lista como a atribuída a Leonardo da Vinci, pois se há algo que o define é a busca do novo, daquilo que possa enriquecer ainda mais sua experiência de vida.
Zezinho Santos vive num verdadeiro paraíso ecológico que constrói a cada dia: o Trilha Jardim, que reflete muito bem sua filosofia de trabalho e simplicidade como forma de viver plenamente com amor à natureza e ética nas relações humanas. Busca na vida simples, organizando seus jardins, uma forma de interagir com a beleza e se permitir ver o tempo e as coisas de uma forma sagrada e, assim, encontrar sua verdadeira essência e felicidade.

Esta filosofia zen de viver amadureceu seu olhar para a arte que foi se tornando mais sintética, enxuta, livre de conceitos e princípios estéticos para observar e externar como ele vê e sente este mundo imensamente rico que nos cerca e que está ao alcance “daqueles que tem olhos de ver”.

Redator: pelotas.com.br
Foto: Rafa Marin

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