Espetáculos gaúchos percorrem o Brasil pelo Palco Giratório Sesc em 2019


Até 25 de novembro, diversas cidades receberão apresentações, oficinas e debates.

Um dos maiores fomentadores e integradores das artes cênicas do País, o Circuito Nacional Palco Giratório Sesc já tem sua grade de espetáculos definida e conta com três grupos gaúchos.

A montagem “Das cinzas coração”, do Coletivo Quimera Produções Artísticas & Teatro Ateliê, “Teatro dos seres imaginários”, da Cia. Seres Imaginários, e “A mulher arrastada”, com direção de Adriane Mottola e dramaturgia de Diones Camargo, irão percorrer o país por meio do projeto. Confira abaixo mais informações sobre os espetáculos e sobre o projeto em www.sesc.com.br/palcogiratorio.

Conforme a coordenadora de Artes Cênicas do Sesc/RS e curadora do Palco Giratório, Jane Schoninger, além de promover e fomentar a economia da cultura, o Sesc, através de circuitos, fortalece o mercado de transporte, hotelaria, alimentação e empresas relacionadas a equipamentos.

“No Rio Grande do Sul, além de realizar circuitos e tantas outras programações, o Sesc tem a preocupação e o compromisso de levar espetáculos para outros Estados, possibilitando o fomento a produções gaúchas que, com esses circuitos, estabelecem novas relações, novos contatos e redes, abrindo possibilidades futuras, o que reverte no crescimento da cena local”, acrescenta Jane.

Reconhecido como uma das maiores iniciativas no segmento de artes cênicas do País, o Palco Giratório Sesc é uma rede de intercâmbio e difusão das artes cênicas consolidada no cenário cultural brasileiro. Com uma curadoria formada por profissionais do Sesc, a programação selecionada apresenta anualmente uma amostra importante da produção cênica brasileira.

Recebem as apresentações o Distrito Federal e quatorze estados brasileiros: Mato Grosso, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Amazonas, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Roraima, Piauí, Ceará, Goiânia, Alagoas e Paraíba.

Sobre os espetáculos:

Foto: Adriana Marchiori

“Das cinzas coração” (Quimera Produções Artísticas & Teatro Ateliê)
Uma comédia de circo-teatro sobre desigualdade de gênero que junta o charme do cinema mudo a técnicas de palhaço para contar, com graça e sensibilidade, um dia aparentemente cotidiano na vida de Aurora – jovem cheia de habilidades subestimadas, sufocada entre desejos adormecidos e sua realidade opressiva comum a tantas mulheres brasileiras. O espetáculo conta com uma trilha ao vivo de Arthur de Faria, como a feita pelos “pianeiros” da época. Espetáculo da Quimera Criações Artísticas em parceria com o Teatro Ateliê, contemplado pelo Prêmio Funarte Caixa Carequinha de Estímulo ao Circo 2014. Após o espetáculo, há exibição com trilha ao vivo de um curta-metragem de Buster Keaton.

Foto: Rique Barbo

“Teatro dos seres imaginários” (Cia Seres Imaginários)
É um espetáculo de teatro de bonecos, cuja história integra diferentes linguagens – dramaturgia, artes visuais e literatura. O cenário é insólito e original, uma caixa de tecido suspensa a 1,5 metros do chão, com escotilhas na base para que os espectadores coloquem a cabeça e possam acompanhar tudo o que se passa ali dentro. Livremente inspirado em “O Livro dos Seres Imaginários” de Jorge Luis Borges e Marguerita Guerrero, mergulhamos neste caleidoscópio teatral, captando a cada movimento o que estes entes fantásticos revelam.

Foto: Regina Peduzzi Protskof

“A mulher arrastada” (Dram. Diones Camargo e Dir. Adriane Mottola)
Inspirada no caso real ocorrido no Rio De Janeiro em 2014, a peça narra os últimos momentos de Cláudia Silva Ferreira – mulher negra, pobre, 38 anos, auxiliar de serviços gerais, mãe de 4 filhos biológicos e 4 adotivos –, brutalmente assassinada pela Polícia Militar ao sair de casa para comprar pão para sua família. Após ser baleada, seu corpo foi atirado às pressas no camburão da viatura e arrastado ainda com vida em meio ao tráfego da capital fluminense, sob o olhar horrorizado de motoristas e pedestres. Entrelaçando fato verídico e criação ficcional, a montagem mostra a figura trágica de Cláudia reivindicando o que durante a cobertura jornalística do caso foi aos poucos apagado: o seu nome, elemento este que foi substituído pela impessoal, violenta e cruel alcunha de “Mulher Arrastada”.

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